CURSO BÁSICO SOBRE MARCOS

         EVANGELHO SEGUNDO MARCOS.

“Começo da Boa Notícia de Jesus, o Messias, o Filho de Deus”. (1,1)

Quando você abre a Bíblia pela primeira vez, é como entrar numa cidade desconhecida: há bairros, ruas e casas.  No início você pergunta para se locomover e pode até se perder, mas com calma, quando tiver mais conhecimento e prática daquela cidade, você passeia e anda a vontade, com gosto e proveito.
Assim é a Bíblia, sendo que os bairros são os 73 Livros, 46 no Antigo Testamento e 27 no Novo Testamento. As ruas são os Capítulos e as casas são os Versículos. Este Curso Bíblico quer ajudar você a entrar nesta extraordinária cidade entrando pelo “bairro” de Marcos, com suas 16 ruas, isto é, 16 Capítulos, dividido em centenas de versículos. Você vai gostar, não só deste bairro de Marcos, mas de toda esta fascinante cidade que é a Bíblia Sagrada.

Lembrete:  Livros do AT: 46; Livros do NT: 27. TOTAL DE LIVROS: 73

Queremos conhecer e amar a Jesus, como a Comunidade de Marcos o conhecia e o amava mesmo nas perseguições do Império Romano. Era difícil seguir o Evangelho de Jesus naquela época, quando Marcos acompanhava a pequena Comunidade da grande e poderosa cidade de Roma, capital do Império.
Os seguidores de Jesus passavam por muitos problemas, sobretudo parecia que todos estavam perdendo o entusiasmo devido a ameaças e perseguições, como a do Imperador Nero, que incendiou Roma e acusou os cristãos assassinando Pedro e Paulo, grandes líderes, martirizados neste período entre os anos de 64 a 67.

Milhares perderam o emprego, outros viram seus bens confiscados, e até no exílio ou aos trabalhos forçados centenas de centenas de discípulos foram condenados por causa de seu testemunho cristão.
Infelizmente muitos chegavam a desistir de seu compromisso cristão, abandonavam a fé e não participavam mais, outros se esqueciam de seu próprio batismo e negavam sua pertença à Igreja, e outros chegavam até a acusar publicamente os irmãos e companheiros de Caminhada.

O mundo daquela época era muito violento, corrupto e imoral. As famílias do Império Romano não tinham estabilidade, havia muito adultério e a vida dos pobres não valia nada por causa da escravidão. Quem acreditasse em Jesus e seguisse sua Palavra e quem participasse desta Igreja facilmente era desprezado e descriminado.
Começavam a faltar lideranças e animadores de Comunidades, pois os melhores estavam presos ou martirizados como Pedro e Paulo O pior foi que alguns começaram a espalhar dúvidas sobre o ensinamento que estava se dando nas Comunidades. Certas pessoas até levantavam suspeitas se Jesus tinha ressuscitado de verdade. Havia um grupo que desprezavam a cruz e afirmavam que Jesus não podia ser o Salvador, porque quem fosse condenado á morte na cruz era considerado “maldito de Deus” (Dt 21,23) Então, como um maldito de Deus podia ser o Messias?

Isso abalava a consciência de muita gente que se perguntava: Afinal, quem é Jesus ? Será que Ele tão desprezado, humilhado e sofrido, podia ser realmente  o Messias, o Filho de Deus, o nosso Salvador?... Será que a Igreja estava ensinado certo? Será que os opositores terão razão em suas acusações?
Além disso, entre as Comunidades já enfraquecidas por tantos problemas, foram aparecendo atitudes de competição, ciúmes, ambição e outras formas de egoísmo que criavam divisões entre os membros da mesma Comunidade.

A situação era muito grave: perseguições de um lado e deboche de outro, falta de lideranças e muitas dúvidas sobre Jesus e a Igreja: como se comportar, como enfrentar tantos desafios e o que fazer diante de tantas desistências.
Em Roma, uma cidade de quase um milhão de habitantes havia pequenas comunidades com uns 5.000 cristãos ao todo, mas todos humilhados, sofridos e perseguidos. Muito até enfraquecidos e querendo desistir da caminhada.
 Naquela situação, acerca do ano de 70, se chegou a escrever pela orientação de Marcos o Evangelho que nós hoje estamos querendo estudar.

Marcos é o Evangelho mais curto: são ao todo só 16 Capítulos, pois sendo o primeiro Evangelho a ser escrito pelos anos de 70, tinha a urgência de fortalecer os cristãos perseguidos pelo Imperador Nero em Roma. Nero no ano de 64  acusou os cristãos de ter incendiado Roma e  para completar,  outro Imperador chamado Vespasiano  no ano de 70 mandou destruir a  cidade santa de Jerusalém, de que tinham um belo recordo e uma grande saudade. Por causas de tantas provações, muitos discípulos de Jesus em Roma e em Jerusalém estavam querendo esmorecer. Aí Marcos com a sua Comunidade escreveu este Evangelho para ajudar o povo de Deus a ser perseverante em Roma e no Império todo.

Nós aqui do Acre como aquela Comunidade de Roma, iremos nos fortalecer lendo,  estudando e meditando estas páginas do Evangelho de Marcos. Todos iremos nos tornar discípulos verdadeiros e missionários da Boa Notícia, porque chegaremos a convicções profundas sobre a pessoa, a missão e a mensagem de Jesus, o Messias e Filho de Deus, que mesmo crucificado, ressuscitou e está vivo no meio da Comunidade Cristã, provada por tantas barreiras e perseguições.

Realmente o Evangelho de Marcos faz questão de que todos os discípulos de todos os tempos tenham esta fé inabalável em Jesus Cristo e sejam fiéis nesta Igreja e cumpridores desta Missão.
Veja as chaves de leitura para entender este Evangelho que irá dar coragem e perseverança também a nós que estamos atravessando momentos complicados.


Jesus é o Messias, Filho de Deus! (1,1; 8,29; 14.61; 15,39)
Jesus é o Servo sofredor (8,27-31)
Jesus é pobre, humilde, corajoso, libertador (11,1-2)
Jesus  é o Crucificado Ressuscitado (16,6)
                                                                                                                          
                                                                          
O EVANGELHO DE MARCOS ESTÁ ORGANIZADO EM DUAS PARTES.

PRIMEIRA PARTE: A CAMINHADA PELA GALILÉIA:                                             Marcos conta e os discípulos de ontem e de hoje descobrem  que o Reino de Deus anunciado por Jesus avança em meio a tensões, dificuldades e conflitos.                   AFINAL: QUEM É JESUS? 1,1- 8,26
INTRODUÇÃO: 1,1-13:  Como inicia o anúncio da Boa Nova (1,1-13)  
1º. Bloco: QUEM É JESUS QUE ESPALHA ESTA BOA NOVA? (1,14- 3,6)
2º. Bloco: MAS QUEM É ESTE JESUS QUE O MUNDO NÃO ENTENDE? (3,7-6,13)
3º. BLOCO: MAS QUEM É MESMO ESTE JESUS                                                                                                                     COM ESTE SEU JEITO DIFERENTE DE ENCARAR E RESOLVER AS COISAS? (6,6b-8,26)



SEGUNDA PARTE: CAMINHADA RUMO A JERUSALÉM.                               Marcos conta e os  leitores entendem o verdadeiro jeito de                                COMO SEGUIR JESUS.
4º. Bloco: Aparece a luz escura da cruz. (8, 27-10,52)
Jesus se revela como Messias, servo sofredor e vencedor. Caminhando na estrada com Jesus, se aprende a ser discípulos, isto é, seguir Jesus  sem medo de carregar a cruz.
5º BLOCO: A CRUZ SE APROXIMA, APARECEM O CONFLITO E A MORTE     (11,1-13,37)
 Jesus em Jerusalém: morte e ressurreição. É choque frontal, sem retorno, com os poderes opressores e corruptos. Jesus, o crucificado, ressuscitou! É a vitória da vida sobre os reinos de morte.
6º. BLOCO:  O DESFECHO DO CONFLITO: MORTE E RESSURREIÇÃO    (14,1-16,20)               Da Galiléia, o anúncio missionário da Boa Notícia  irá se espalhar pelo mundo inteiro.


UM MÉTODO DE ESTUDO DO EVANGELHO.


1º  MOMENTO:  A LEITURA.

- Copiar o texto antes do encontro (seria o ideal).
- Ler o texto, ou melhor, proclamar o texto.



2º MOMENTO:  A CONTAÇÃO.

- Contar com suas palavras, fazendo memória do fato, personagens, local  e de todos os detalhes.
- Repetir palavras ou frases que mais tocaram.




3º MOMENTO: A MEDITAÇÃO.

- Partilhar o que o texto diz para a minha pessoa, a minha comunidade, a sociedade.



4º. MOMENTO: A  AÇÃO.

O que esta mensagem nos leva a fazer?



5º MOMENTO:  A ORAÇÃO.

- O que eu tenho a dizer a Jesus em oração? Louvar, agradecer, pedir...






1ª PARTE: A MISSÃO NA GALILÉIA. (1,1- 8)

INTRODUÇÃO. Como inicia o anúncio da Boa Nova (1,1-13)  
1,1: Com Jesus começa o anúncio da Boa Notícia, de que seus discípulos serão também os Missionários dando continuidade ao mesmo anúncio por toda parte e em todos os tempos: Ele é o Messias, o Filho de Deus.
1,2-3: Isaías com suas profecias revela que a esperança há séculos  estava plantada por Deus no coração da humanidade (Confira Is 40, 3-5)
1, 4-8 João Batista com sua pregação e seu testemunho no deserto aponta Jesus como aquele que batiza com Espírito Santo,  preparando assim  ao encontro de Jesus o verdadeiro Messias.
1,9-11: No Batismo, o Pai declara solenemente a Boa Nova: Jesus é o Filho amado, guiado pelo Espírito Santo em sua Missão, não de violência, mas de amor, ternura e misericórdia (pomba).
1,12-13: No deserto. A Boa Nova é testada no deserto: Jesus vence a sua primeira batalha, conduzido pelo Espírito Santo, no deserto. Com Jesus também os discípulos terão força contra o tentador.

1º. Bloco: QUEM É JESUS QUE ESPALHA ESTA BOA NOVA? (1,14- 3,6)

Marco descreve como começou o anúncio da Boa Nova. Nestes primeiros capítulos transparece o entusiasmo que naqueles primeiros meses, envolvia o anúncio da Boa Noticia de Deus, lá na Galiléia, terra de Jesus.
1) Jesus capacita sua primeira equipe missionária para anunciar a Boa Nova.

1,14-15:O grito Missionário, o primeiro anúncio de Jesus, a primeira sacudida, é hora de se despertar. Vale a pena decorar: O tempo já se cumpriu e o reino de Deus está próximo. Convertam-se e acreditem na Boa Notícia”.

1, 16-18: A primeira comunidade. Jesus escolhe os seus primeiros discípulos, os pescadores Simão e André, Tiago e João e forma sua primeira Comunidade de discípulos.


2) O dia missionário de Jesus em Cafarnaum.

1,21-28: Na Sinagoga de Cafarnaum
Jesus ensina e reza. Aonde Jesus vai algo bom acontece: neste caso houve libertação de um espírito mau, pois faz parte da Missão combater o poder do mal que estraga a vida das pessoas.

1,29-31: Cura da sogra de Simão
. Saindo da Sinagoga, Jesus visita a casa de Simão. Faz parte da Missão preocupar-se com os doentes de tal modo que possam levantar-se e voltar a prestar serviço aos outros.

1,32-34: Jesus encontra os pobres e doente. 
A casa de Simão se torna um lugar de encontro dos pobres com Jesus. Faz parte da Missão acolher os pobres e excluídos.

1,35: A oração
. Após um dia de trabalho missionário, Jesus procura um lugar deserto para rezar. Faz parte da Missão permanecer unido ao Pai na oração.

1,36-39: Missão mais longe.
Jesus, apesar dos bons resultados, decide de recomeçar a missão em outros lugares. Faz parte da Missão não se fechar nem se acomodar.
1,40-45: Cura de um leproso.
Faz parte da Missão reintegrar os excluídos na convivência humana.

3) Missão e Oposição. (2,1-3,6) J
esus em sua missão encontra oposição, mas não desiste de curar a cegueira dos seus opositores para que eles também se convertam e vivam
2,1-12: Jesus cura e perdoa um paralítico. Encontra oposição, mas não desiste.

2,13-17: Jesus escolhe Levi (Mateus), faz festa com os pecadores de Cafarnaum, recebe críticas, mas não desanima, pois Ele veio não para os justos, mas para os pecadores.

2,18-22: Jesus é o noivo. O jejum, como qualquer outra prática religiosa, será sinal de um coração novo e convertido. “Remendo novo em roupa nova”. Num coração duro, até a prática religiosa estraga esse torna mau exemplo. Por causa desta explicação, Jesus é criticado, mas não desiste.

2,23-28: Jesus e o Sábado. Jesus e os discípulos arrancam as espigas em dia de sábado para comer. Os fariseus que conhecem a Bíblia ao pé da letra criticam. Mas Jesus responde com autoridade e toca prá frente.
3,1-6: Cura do homem da mão seca. Na Sinagoga em dia de sábado Jesus cura um homem com a mão seca e o valoriza. Os fariseus criticam de novo, fazendo até planos para matar Jesus. Isso tudo faz parte da Missão.



2º. Bloco: Mas quem é este Jesus que o mundo não entende? (3,7-6,13)

As atitudes e ensinamentos de Jesus já estão provocando conflitos e tensões, não porque Jesus seja uma pessoa briguenta, mas sim porque dentro dele transparece algo da Luz de Deus que exige conversão e mudança. Jesus na realidade é maior! Não é fácil entender sua proposta radical.


QUE FAMÍLIA É ESTA DE JESUS?

3,7-12: É procurado pela multidão, pois tinha curado muitas pessoas que sofriam de algum mal. É declarado até pelos espíritos maus de “Filho de Deus”, mas Jesus não quer ser anunciado por eles.

3,13-19: Jesus escolhe os 12 Apóstolos. Após a oração chama e escolhe os Doze para que ficassem com ele e se preparassem para o envio em missão. Veja Pedro em primeiro lugar. (Decore o nome dos Apóstolos)
3,20-30 Os familiares de Jesus. Até os parentes de Jesus no entendiam o comportamento de Jesus  e pensavam que estivesse louco. Enquanto os doutores da lei pensavam mesmo que Jesus estivesse possuído ou guiado pelos demônios, pecando assim contra o Espírito Santo, pois Jesus era guiado pelo Espírito Santo  e não pelos espíritos maus.

3,31-35: A família de Jesus. A família de Jesus é formada por todos aqueles  que a exemplo da mãe dele, procuram fazer a vontade de Deus.


QUEM É ESTE JESUS QUE EXPLICA EM PARÁBOLAS?

4,1-20: Parábola do Semeador: Jesus explica o por que a Missão de anunciar a Boa Nova é aceita por uns,enquanto por outros é não aproveitada e até rejeitada.

4,21-23: Lâmpada no candeeiro.A Boa Notícia de Jesus não pode  ficar abafada ou escondida, mas deve  se tornar conhecida e contagiar a todos. Por isso a Missão deve ser  viva e  bem animada.

4,24-25: Não julgar a ninguém. A Missão de Jesus não deve levar  ninguém a querer julgar ou condenar.

4,26-29: O Reino de Deus cresce. A Missão de Jesus torna presente o Reino de Deus que quando ninguém mais o espera produz muitos frutos.

4,30-34: Grão de mostarda. A Missão de Jesus é valorizar até os pequenos gestos feitos com amor, como o grão de mostarda, tão pequena, mas cujo  crescimento será surpreendente.





QUEM É ESTE JESUS QUE TEM ESTE PODER?
4,35-41: Tempestade acalmada. A Missão de Jesus exige muita fé, sobretudo quando  chega a tempestade.

5,1-20:  Homem possuído por espírito mau. Jesus é o missionário que faz acontecer o  Reino de Deus libertando da escravidão  do demônio “Legião”. Pode dar prejuízos materiais, mas para quem tem fé vale mesmo a pena.

5, 21-43: Mulher com hemorragia e filho de Jairo. 
Jesus é um médico, especial,  pois cura pelo poder do amor. Veja aquela mulher com hemorragia e a  filha de Jairo. Repare o carinho e a atenção  amorosa deste médico divino.  MISSÃO de Jesus é realmente BOA NOTÍCIA, porque é dar a  vida total, é libertar da doença que exclui do convívio social, como no caso da mulher com corrimento de sangue, é BOA NOTÍCIA porque é libertar da morte que exclui da vida antes do tempo, como no caso da menina.

6,1-6a: Jesus fica triste porque o pessoal de Nazaré onde tinha se criado não consegue aceitá-lo como Messias e salvador. É isso mesmo: santo de casa não faz milagre



PAUSA PARA UMA REFLEXÃO:                                                                                                                                              QUEM É MESMO JESUS NO EVANGELHO DE MARCOS?
 Marcos começa o Evangelho dizendo : “ Início da Boa Nova de Jesus Cristo, Filho de Deus” (Mc,1,1) No fim, na hora da morte de Jesus, um soldado pagão declara: “ Verdadeiramente, este homem era Filho de Deus!” (Mc 15,39).
Mas entre o começo e o fim, aparecem vários nomes de Jesus, mais de 20! Veja:
Messias, Cristo que quer dizer “Ungido” (1,1; 8.29; 14,61; 15,32).  Senhor (1,3;5,19;11,3).
Filho amado (1,11; 9,7). Santo de Deus (1,24). Nazareno (1,24; 10,47; 14,67;16,6).
Filho do Homem ,10.28;8,31.38;9,9.12.31;10,33.45;13,26;14,21.41.62);
Noivo (2,19); Filho de Deus (3,11).  Filho do Deus altíssimo (5,7).
Carpinteiro (6,3). Filho de Maria (6,3).    Profeta (6,4.15;8,28).     Mestre (freqüente).
 Bom Mestre (10,17). Rabboni (10,51). Filho de Davi (10,47.48;12,35-37). 
 Bendito o que vem em nome do Senhor (11,9). Rabbi (11.21).  Filho (13,32).
 Pastor (14,27)   Filho do Deus Bendito (14,61).   Rei dos Judeus (15,2.9.18.26). Rei de Israel (15,32)



3º. BLOCO: MAS QUEM É MESMO ESTE JESUS                                                                                                                     COM ESTE SEU JEITO DIFERENTE DE ENCARAR E RESOLVER AS COISAS? (6,6b-8,26)

O mistério que envolve a pessoa de Jesus cresce e se manifesta de muitas maneiras por causa do seu jeito diferente: andar sobre as águas, sua abertura diante dos pagãos,  sua  liberdade  diante das leis dos fariseus.

6,6b-13: Envio dos Apóstolos. 
Mas é por causa da rejeição e das dificuldades iniciais, que cresce a criatividade da Missão e se dá o  primeiro envio dos Discípulos em missão.
 Mas há alguns critérios: - andar dois a dois, Istoé, em comunhão fraterna (7) levar só um cajado, pois a Missão será longa e difícil (8), - não levar mais nada, pois a Missão é questão de confiança e entrega a Deus (9), – estar preparados para uma recepção boa ou ruim, sem ficar depois com mágoa como poeira grudada  (11). – pregar a conversão ao Reino, libertando dos demônios ou  das cargas pesadas, curando os doentes, restaurando das fraquezas e devolvendo a alegria com óleo(13)

6,14-29: Banquete de morte promovido por Herodes, onde Jesus não está.  

6,30-44: O banquete da vida e da partilha, promovido por Jesus.

6,45-56: Quem é este Jesus? Fantasma ou realidade?  
Os discípulos não entendem porque:  a) Jesus se afasta no monte, sozinho longe da multidão que o queria como rei.                                          b) Por que Jesus caminha sobre as águas na tempestade e se identifica  como Deus “Sou eu” (cf. Ex 3,15),    c) Por que Jesus é procurado por pessoas que vêm de todos os lados enquanto os discípulos não entendem.
7,1-23: Jesus liberta dos costumes religiosos ensinados pelos fariseus e que oprimem o povo.
7,24-30: Mulher estrangeira e pagã é curada. Mas pode? Claro que sim, basta ter fé. Jesus é para todos.
7,31-37: O Surdo-mudo curado representa o discípulo que aprende a conhecer melhor Jesus.
8,1-9: Segunda multiplicação dos pães, pois Jesus não quer a fome de ninguém e ensina a Boa Nova do milagre da partilha e da solidariedade.
8,10-13: Mas quem é Jesus? Os fariseus discutem e pedem um sinal.
8,14-21: Mas quem é Jesus? Os discípulos teimam pois não entenderam o significado da multiplicação dos pães e dos peixes e se contaminam com o fermento dos fariseus que é a hipocrisia e com o fermento de Herodes que é o acúmulo dos bens.
8,22-26: Jesus cura o cego, mas aos poucos, não de uma só vez. É para dar a certeza que aos poucos, mesmo com dificuldade, todos os discípulos irão entender finalmente  quem é este Jesus.


2ª. PARTE: O  CAMINHO DE JESUS  E DOS DISCÍPULOS RUMO A JERUSALÉM: COMO SEGUIR JESUS? (8,27-16,20)
Nesta segunda parte não aparece mais o entusiasmo das multidões. Poucos são os milagres. Jesus acaba sendo acompanhado só pelos discípulos inicia a caminhada em direção a Jerusalém, onde será crucificado. Enquanto os discípulos e as discípulas seguem Jesus, recebem uma longa instrução sobre a cruz, através de palavras e de testemunhos no meio das tensões com os adversários. Mas Jesus sempre deixa  a transparecer a luz no meio do túnel: haverá sim, a vitória da ressurreição.

4º. Bloco: Aparece a luz escura da cruz. (8, 27-10,52)

OS DISCÍPULOS APRENDEM QUE PRECISA CARREGAR A CRUZ.
8,27-33: Jesus se revela como Messias, servo sofredor e vencedor da morte pela Ressurreição. Mas nem Pedro pode desviar Jesus do caminho que passa pela Cruz.

8,34-38: Para seguir Jesus há uma condição especial: carregar a cruz como conseqüência do compromisso. Seria como dizer: “custe o que custar eu quero seguir Jesus e o seu Evangelho.

9,1-13: Jesus se transfigura, fica com aspecto maravilhoso e os três discípulos entristecidos pela notícia triste da Cruz, agora se reanimam, pois entendem que as profecias já diziam que a cruz era o caminho para a glória.

OS DISCÍPULOS APRENDEM A SE RELACIONAR EM COMUNHÃO FRATERNA
9,14-29:
Os discípulos não foram capazes de expulsar o demônio de um menino. O poder do mal foi maior do que a capacidade deles. Hoje também há muitos males que parecem aumentar, como: violência, drogas, desemprego, separações que não conseguimos. Jesus diz que falta fé e oração.
9,30-37:
Enquanto Jesus anunciava mais uma vez  a sua paixão e morte, os discípulos discutiam entre si que deles era o maior. Mas quem quiser ser o primeiro...
9,38-41:
A Comunidade de Jesus não é fechada e não exclui ninguém: se alguém vem para somar força seja bem vindo. Até quem souber dar apenas  um copo de água será bem valorizado.
9,42-50: 
Na Comunidade o relacionamento  com os pequenos e com os pobres deve ser de ótimo acolhimento, cheio de respeito e de ternura. Escandalizar e desprezar o pequeno é falha gravíssima.
10,1,12:
Na Comunidade dos seguidores de Jesus, o relacionamento entre homem e mulher deve ser santo, isto é, respeitoso, amoroso e fiel. É o testemunho da família unida que quer seguir Jesus.
10, 13-16: 
Na Comunidade dos seguidores de Jesus, o relacionamento com as crianças deve ser de acolhimento,  de respeito e de ternura. Aliás como a criança se sente amada pela mãe, o discípulo deve se sentir amado por Deus.

OS DISCÍPULOS COMEÇAM A ENXERGAR QUE O APEGO E A COMPETIÇÃO NÃO COMBINAM COM JESUS

10,17-31: Seguir Jesus significa abrir mãos da segurança que nos vem dos bens materiais. Aquele moço não tem coragem de seguir Jesus porque muito agarrado às vantagens de seus bens. Mas também há pobres com cabeça de rico...

10,32-45: Seguir Jesus não é para pedir favores como Tiago e João, não é para competir, mas sim para servir e não para ser servido.

10,46-52: Bartimeu, o cego de Jericó, discípulo e modelo para todos nós: teve fé, enxergou, largou tudo e seguiu Jesus.


 5º BLOCO: A CRUZ SE APROXIMA, APARECEM O CONFLITO E A MORTE     (11,1-13,37)
Jesus está chegando a Jerusalém. A maneira nova que ele tinha de se relacionar com o Pai e o seu jeito simples de tratar com o povo estavam em contraste total com as autoridades religiosas. Estas decidiram matá-lo, mas Jesus não se amedronta.

OS DISCÍPULOS APRENDEM A NECESSIDADE DE PRODUZIR BONS FRUTOS.
11,1-11: (Domingo de Ramos). 
Jesus entra em Jerusalém Os discípulos e o povo aclamam a Jesus, sentado num jumento. Nem todos participam, pois têm medo. As autoridades nem aparecem e pensam como matar a Jesus. E Jesus se esconde em Betânia, na casa de Marta, Maria e Lázaro.
11, 12-14: A figueira sem frutos. 
Jesus faz um gesto simbólico secando esta planta bonita e cheia de folhas, mas sem frutos. Isso é para a gente pensar: se esta sociedade que aparenta tanta riqueza não se converter e não produzir frutos de paz e de justiça...
11,15-19: O Templo sem frutos. 
O templo de Jerusalém não passava de uma planta bonita, cheia de folhas, mas sem nenhum fruto que se aproveitasse para o povo que buscava o Deus da vida. Na realidade o que não estava funcionando era que o Templo se tornara um mercado para acumular dinheiro dos fiéis.
11,20-26: A Comunidade que dá frutos. 
Na Comunidade nova de Jesus, o acesso a deus se dá pela fé sincera, capaz de remover as montanhas, pela oração confiante, pela reconciliação que perdoa.

OS DISCÍPULOS APRENDEM A FIDELIDADE NOS CONFLITOS
11,27-33: A pergunta dos sacerdotes, e escribas.
Eles se consideravam donos de tudo e achavam que ninguém podia fazer nada sem a licença deles. Jesus percebendo suas más intenções, não responde nada.
12,1-12: Parábola da vinha.
É um resumo da história do Povo de Israel, tirado de Is 5,1-7. É para todos entenderem que Jesus é o Filho de Deus, que as autoridades eram como os vinhateiros que não cuidava da vinha e massacravam os profetas e chegaram a desprezar o “Filho do Patrão” para não perder a renda daquela vinha.
12,13-17: A pergunta dos fariseus e herodianos sobre o imposto a Cesar. 
Era uma armadilha contra Jesus: Aceitar de pagar era dar motivo para ser acusado de amigo do Império Romano. Negar de pagar era motivo para ser acusado de subversivo. O que interessa a Jesus é que se devolva a Deus o que é de Deus:, isto é: este povo que tem a imagem e semelhança de Deus estampada em seu coração e que ninguém deve escravizar.

12, 18-27. A pergunta dos Saduceus sobre a ressurreição. 
Eles não acreditavam na ressurreição e questionam Jesus com uma historinha ridícula. Jesus responde que haverá ressurreição sim! Mas a vida lá no Céu não será igual á vida cá na terra: será bem melhor mesmo não havendo nem sexo nem bens materiais.
12,28-34: Pergunta de um doutor da Lei sobre o Mandamento mais importante.
O que será mais importante entre os Mandamentos? A resposta que o discípulo não pode esquecer é amar a Deus e ao próximo, sendo que o próximo é todo aquele que se aproxima de mim. E não se chega a Deus a não ser através da doação total ao próximo.


OS DISCÍPULOS APRENDEM A HUMILDADE E A GENEROSIDADE.
12 35-40: Messias é humilde.
Jesus esclarece que o Messias por ser filho ou descendente do rei de Davi, não quer dizer que ele venha como um rei forte e dominador. É por isso que os discípulos não devem se apresentar como os doutores da Lei, com aquele comportamento ganancioso, explorando os pobres fiéis e  mostrando-se com aquela vaidade.
12,41-44: A esmola da viúva. 
É exemplo para os discípulos que querem seguir Jesus: o pouco repartido com amor vale muito diante de Deus.


OS DISCÍPULOS ESCUTAM  OS ÚLTIMOS ENSINAMENTOS DE JESUS.
13,1-37: Último discurso de Jesus. Jesus fala só para Pedro, Tiago e João, no monte das Oliveiras diante da cidade de Jerusalém que um dia será destruída (ano de 70). Na época de Marcos, muita gente da Comunidade achava que o fim deste mundo estava perto. O discurso de Jesus mostra que ninguém sabe a hora da última vinda de Jesus e que devemos perceber a presença dele no meio de nós, nos acontecimentos do dia-a-dia. Acompanhe agora a leitura nestes itens:

1-4: Introdução: Diante da beleza da cidade, Jesus profetiza que não ficará pedra sobre pedra.13,5: Objetivo do discurso: “ Não se deixem enganar!”

a)      13,6-23: Os sete sinais que demonstram que tudo está sob o controle de Deus:                       1º. Sinal: os falsos profetas. (13,6); 2º. Sinal: guerras e rumores de guerra (13,7); 3º. Sinal: Nação se levanta contra nação (13,8); 4º. Sinal: Terremotos em todos os lugares (13,8);      5º. Sinal: Fome (13,8); 6º. Sinal: Perseguição contra os que anunciam a Palavra de Jesus (13,9-13); 7º. Sinal: A destruição de Jerusalém no ano 70 (13,14-23)

b)     13, 24-27: A chegada do Reino de Deus e a aparição do Filho do Homem. Conforme Daniel 7,3-7, os reinos deste mundo que cairão têm figura de anima: leão, urso, pantera e besta-fera. Mas depois das desgraças causadas pelos reinos deste mundo, virá o Reino de Deus que aparece com aspecto de Filho de Homem,isto é, com aspecto de gente (Dn 7,13). Construir este Reino que humaniza é a tarefa do povo dos discípulos missionários das nossas Comunidades.
c)      13,28-37: Os três conselhos de Jesus. 1º Aprender das árvores como ler os sinais dos tempos para descobrir onde Deus está agindo. Ninguém sabe nem o dia nem a hora.      Ficar vigiando, sempre de prontidão.


6º. BLOCO:  O DESFECHO DO CONFLITO: MORTE E RESSURREIÇÃO                       (14,1-16,20)
Jesus é preso e é levado ao Tribunal. Ele sabe que vão matá-lo. Mas a morte não tem poder sobre ele. Neste bloco acontece a traição de Judas, a negação de Pedro, a fuga de todos. Mas ao mesmo tempo revela-se o imenso amor de Jesus e sua fidelidade até o fim. O Evangelho termina com os acontecimentos da ressurreição, quando Jesus repete o envio aos apóstolos missionários: recomeça tudo de novo junto do lago, onde tudo tinha começado e recomeça sempre.

OS DISCÍPULOS VERDADEIROS SABEM FICAR COM JESUS ATÉ NOS MOMENTOS DIFÍCEIS.

14,1-11: na casa de Betânia uma discípula fiel.
 Uma mulher gasta perfume caríssimo para ungir a cabeça de Jesus e há muita crítica pelo desperdiço, mas  Jesus a defende pois este gesto é sinal de amor. Ao contrário, Judas está articulando a traição.

14,12-25: A Última Ceia. 
Jesus sabia que ia ser traído, mesmo assim fez questão de confraternizar e testemunhar o seu amor total convidando a tomar seu corpo e seu sangue. É o sentido da Eucaristia: aprender de Jesus a doar-se. A entregar-se, sem medo, pois a vida é mais forte que a morte. A fé na ressurreição anula o poder da morte.

OS DISCÍPULOS RECONHECEM SUA FRAQUEZA NO SEGUIMENTO DE JESUS.
14,26-31: Após a Ceia,
após o canto dos hinos, Jesus anuncia que todos vão fugir e abandoná-lo. Mesmo assim garante que estará esperando por todos na Galiléia após a ressurreição.
14,32-42: A tentação no Getsêmani.
Jesus se sente sozinho e abandonado por todos, enfrenta o medo e a angústia, percebe que o traidor se aproxima. Jesus pede a ajuda na oração dos três discípulos amados.
14,43-52: Fidelidade até o fim.
Chegam os soldados, Judas na frente que trai com um beijo. Um discípulo enfrenta com armas, Jesus continua calmo pela fidelidade às Escrituras. Todos fogem e Jesus ficou só!
14,53-65: No Palácio do Sumo Sacerdote. 
No Sinédrio, Supremo Tribunal da época, os acusadores usam frases do próprio Jesus, mas as interpretam com malícia, para poderem condená-lo.
14,66-72: Pedro nega a Jesus. 
Pedro não aceitava o Messias sofrendo e sendo maltratado. Por isso de novo duvida. Mas quando o galo cantou, ele se lembrou da palavra de Jesus e,m arrependido, começou a chorar. Jesus o perdoou.
15,1-15: Jesus ou Barrabás?  
O Sinédrio  condenou, Jesus por motivos religiosos, agora é o Tribunal Romano que deverá condená-lo por motivos políticos, como subversivo “Rei dos Judeus” contra o Império. O povão é manipulado e aprova a condenação pela crucificação.
15,16-20: Os Soldados. Depois de condenado, Jesus é esbofeteado, ridicularizado e cuspido no rosto. Realiza-se a profecia de Isaías 50,6.


PROVA DE AMOR MAIOR NÃO HÁ DO QUE DAR A VIDA PELOS IRMÃOS.
15,21-32: Jesus é crucificado. Leia atentamente e veja o que aconteceu com Jesus e comente. INRI significa: Iesus Nazarenus Rex Iudeorum ( v.26) “Eles queriam um grande Rei que fosse forte dominador, e por isso não creram nele e mataram o Salvador”.
15 33-39: Morte de Jesus.
Escuridão total sobre a terra. Jesus na cruz reza o salmo 22, gritou e morreu. O Oficial do exército faz uma solene profissão de fé: ”De fato este homem era mesmo Filho de Deus”. 
15,40-447. As mulheres no Calvário. 
Algumas mulheres estavam ali, olhando de longe entre elas Maria Madalena e Maria, mãe de Tiago e Joset e Salomé. Mais perto está Maria, mãe de Jesus, como relata  João 19,25.  Elas são as únicas pessoas que ficaram fiéis e testemunharam até o lugar onde Jesus foi sepultado com a ajuda de José de Arimatéia. Os outros fugiram. 
16,1-8: As mulheres na alvorada da Ressurreição. 
Três mulheres foram ao túmulo com óleo perfumado para ungir o corpo de Jesus. Viram o túmulo aberto e um jovem que anunciava a bela notícia da ressurreição, com a ordem de anunciar o acontecimento a todos os discípulos.
16,9-20: Jesus está vivo no meio de nós.
 - Jesus aparece a Maria Madalena, mas os outros discípulos não acreditaram nela. (vv.9-11)                    - Jesus aparece a dois discípulos, mas os outros não creram neles (vv. 12-13)                                               - Os sinais que acompanham o anúncio da Boa Notícia (vv.14-18)                                                                      - Através da Comunidade Jesus continua a sua missão.           

Um comentário:

Celina Missura disse...

Gostei muito da página e gostaria de saabaer se posso usar o texto para uma comunidade no facebook sobre espiritualidade e fé. Como o texto é longo, pensei em ir colocando em várias vezes, sitando sempre a fonte que é sua página. Aguardo retorno. Obrigado