CURSO BÁSICO DO EVANGELHO DE LUCAS

INTRODUÇÃO AO EVANGELHO DE LUCAS



1. Entrar no Livro do Evangelho de Lucas é como entrar numa cidade e ser hospedado num bairro recém-reformado, melhorado e de cara nova. Aqueles buracos nas ruas, aquela lama diante de casa, aquele mato tomando conta de tudo, aquele abandono... já era.
 Em Lucas é a mesma coisa: novos profetas, belas notícias, mulheres novas e valorizadas, Lei nova do amor, esperança reavivada, discípulos esclarecidos, missionários mais entusiasmados, cegos enxergando, oprimidos libertos, hipocrisia desmascarada, o tentador acorrentado e a Boa Noticias anunciada aos pobres.

2. O Evangelho de Lucas  nos ajuda a descobrir a ação do Espírito Santo na vida do discípulo missionário e na vida das  Comunidades, fortalece a esperança para os missionários  anunciarem com mais coragem a alegria do Reino de Deus.

3. Para ter uma visão geral do Evangelho de Lucas, pense num mundo que está de pernas para o ar e ninguém se dá conta disso. Neste evangelho, descobrimos Jesus, uma Luz brilhante, que nos faz perceber que esta situação está errada e não vai dar certo e nos aponta o caminho para que tudo retorne ao seu devido lugar.
4. Lucas tem um Objetivo Geral nesta sua obra, como a nossa Diocese também tem, porque ninguém deve fazer nada a toa, sem rumo, só por fazer. Para não esquecer o objetivo de Lucas em seu trabalho de evangelista, vamos ler todos juntos o Objetivo de Lucas que o mesmo Jesus proclama em Lc 4,16-21.


 Começou na sinagoga /a ensinar afinal/E ele sempre pregava com aplauso universal.                                                           Veio então pra Nazaré, sua cidade natal.  
Como era de costume em um sábado entrou/ na sinagoga de lá,/ e pra ler se levantou. O Livro de Isaías alguém a Ele entregou/ Jesus pegou o volume e pra ler se levantou./
 E um trecho do profeta/Ele logo descobriu:                                                      “O Espírito de Deus está sobre mim, me ungiu/ pra que eu a Boa Nova aos povos fosse pregar/ a liberdade aos cativos/fosse anunciar/ pra que a vista dos cegos/eu fosse recuperar.
“A todos os oprimidos liberdade dar eu vou/ e um ano cheio de graça/mandado pelo Senhor”. Fechou o Livro Sagrado,/ entregou-o, e se sentou./
 E todos na sinagoga/para Ele estavam a olhar. E Jesus lhes disse: “ O que acabam de escutar/ Agora nesse momento/ está a se realizar”. 


Com este Objetivo bem proclamado, Jesus inicia sua missão, consagrado pelo Espírito, para levar a Boa Nova aos pobres. Esta missão traz conflitos, desperta a incompreensão de muita gente até hoje. O estudo do Evangelho de Lucas vai ajudar o Discípulo Missionário da Diocese de Rio Branco, como ajudou os missionários das Comunidades  que Lucas chamava de “Teófilo” que significa “amigo de Deus”.


Conheça as Comunidades de Lucas que elaboraram este Evangelho.

a) São Comunidades, sobretudo urbanas. A palavra “cidade” aparece 40 vezes em Lucas, enquanto em Marcos apenas oito vezes.
b) São Comunidades nas quais participam ricos e pobres. Lucas é o único que narra a conversão de Zaqueu, que era rico e a parábola do pobre Lázaro. Lucas  é veemente em apontar os perigos da riqueza, insistindo muito na necessidade da partilha.
c) São Comunidades freqüentadas por diferentes categorias sociais: há cristãos que se converteram, mas continuaram funcionários do Império Romano, há publicanos e soldados que acorrem à pregação de João Batista. Há líderes judeus e oficiais romanos que juntos condenaram Jesus e este os perdoa “porque não sabem o que fazem
d) São Comunidades em que as mulheres têm uma atuação de destaque, numa época em que a mulher era marginalizada e não contava. Lucas destaca a atuação das mulheres pela presença marcante na igreja que se reunia nas casas.
e) São Comunidades que pelos anos de 85, data que este Evangelho foi escrito, atravessavam uma crise muito forte e havia uma situação de desânimo. Os cristãos eram uma minoria sujeita a todo tipo de repressão e ameaça. Muitos estavam abalados em sua fé em Jesus e não se sentiam seguros na vida fraterna e solidária da comunidade. Era preciso renovar a fé na presença de Jesus ressuscitado e destacar o valor da partilha. O episódio dos discípulos de Emaús é significativo da situação das Comunidades da época.
f) São Comunidades que querem conhecer Jesus e então Lucas apresenta Jesus como:                                 - Salvador 2,30-32; - Libertador dos pobres, oprimidos e marginalizados 4,18-19; - Senhor 1,43; - Revelador da Misericórdia do Pai 15,1-32; -  Profeta de Deus 24,19; - Homem de muita oração 3,21.
g) São Comunidades que querem conhecer o caminho do discipulado e assim Lucas mostra também que, para ser discípulo de Jesus, é preciso decidir-se firmemente 9,57-62; ser perseverante e confiar 11,5-13; - despojar-se de tudo 14,25-33, - ser misericordioso 10,29-37, - ser vigilante 12,35-48.


O que as Comunidades de Lucas querem comunicar às nossas Comunidades de Rio Branco:

1. É o Evangelho do Espírito. O grande protagonista é o Espírito Santo que guia Jesus em sua Missão continua guiando os discípulos de ontem e de hoje para serem missionários atuantes e atualizados.

2. É o Evangelho da Misericórdia. Jesus se comove com a dor da viúva de Naim, perdoa a pecadora que lhe unge os pés, conta a parábola do Bom samaritano, da ovelha perdida, da moeda perdida, do filho perdido.

3. É o Evangelho dos pobres e marginalizados, dos pecadores e perdidos. O perdão de Deus transforma as pessoas em fonte de generosidade. Num mundo onde existe pobreza, a riqueza é uma injustiça. No banquete do Reino os principais convidados são os pobres.

4. É o Evangelho da valorização da mulher. Jesus dá grande atenção às mulheres. Maria é “cheia de graça”, Isabel é “repleta de Espírito Santo”. Há mulheres que “muito amam” que são discípulas e comparáveis ao próprio Pai do Céu (13,21). Em pleno caminho do Calvário Jesus se mostra atento às mulheres.

5. É o Evangelho do “Caminho” para o discípulo aprender e caminhar com Jesus da Galiléia a Jerusalém e na via dolorosa da Paixão e Morte que será coroada pela ressurreição.

6. É O Evangelho da “casa”. Nas casas acontecem os eventos principais; a anunciação, os nascimentos, as visitas, os milagres, os encontros, os ensinamentos, as refeições, as conversões.

COMO NASCEU O EVANGELHO DE LUCAS.

1. Pesquisas entre as testemunhas. Lucas não conheceu Jesus pessoalmente, mas pesquisou sobre Jesus entre os membros de sua Comunidade, entre os apóstolos e missionários com que ele conviveu e, sobretudo conversando muito com a Virgem Maria, de que fala com muitos detalhes e descreve com muito amor e admiração. Por causa das preciosas informações que colheu pela boca de Maria, escreveu os dois primeiros Capítulos, chamados de “O Evangelho da Infância”. Nesta sua primeira parte, Lucas nos deixa o mais belo “retrato” da mãe de Jesus, a virgem cheia de graça, modelo de fé, de humildade, de obediência, simplicidade, pureza, disponibilidade e espírito contemplativo.

2. Pesquisa no Evangelho de Marcos. Luca teve acesso também ao Evangelho de Marcos que foi escrito cerca de uns 15 anos antes e dele aproveitou  350 Versículos.

3. Pesquisa na fonte Q. Lucas, como também Mateus, teve acesso  a um documento de relatos sobre Jesus, (hoje perdido), chamado de fonte Q. ( “Quelle” em alemão significa Fonte primária) e dela aproveitou 240 versículos.
Realmente Lucas com sua Comunidade, andou trabalhando mesmo para elaborar esta obra que tem como objetivo preparar os discípulos para serem missionários perseverantes, persistentes e fiéis.

EVANGELHO SEGUNDO LUCAS


1,1-4 PRÓLOGO: INTENÇÃO DO EVANGELISTA.
Muitos tentaram, eu também vou tentar, para que a tua fé tenha um fundamento mais sólido!
Lucas não teve contato direto com Jesus. Ele era um médico que se tornou discípulo depois da morte de Cristo. Ele conheceu  o Evangelho de Marcos e pesquisou outros escritos sobre Jesus, participava da vida das Comunidades cristãs, sobretudo da cidade de Éfeso e questionou testemunhas oculares. Nós estudamos tudo isso na Introdução. Lucas escreveu para Teófilo, que certamente representava uma Comunidade, pois Teófilo significa “aquele que ama a Deus”.
A intenção de Lucas era fortalecer a visão missionária dos discípulos, mostrando que a abertura para os pagãos e os afastados era o rumo certo. Lucas quis mostrar ainda que a descriminação entre pobres e ricos como estava acontecendo em algumas comunidades, era a negação do que Jesus tinha ensinado.
 Lucas enfim quer transmitir aos discípulos mais segurança com uma doutrina sólida e convicções profundas. É o que nós queremos alcançar neste estudo, pois hoje para sermos discípulos missionários precisamos conhecer e usar as ferramentas bem apropriadas.
Ler, contar, meditar, rezar, agir:
- Quem é Teófilo? –
- O discípulo missionário em que se baseia para  conhecer e anunciar Jesus?
- Estamos levando a sério a Escola Bíblica Missionária





1º BLOCO: LUCAS 1,5-2,52
”A tua ternura, Senhor, vem me abraçar”
Estes primeiros Capítulos nos fazem sentir o perfume do Evangelho de Lucas. Neles, o ambiente é de ternura e de louvor. Do começo ao fim se louva e se canta. Finalmente, a misericórdia de Deus se revelou e em Jesus cumpriu as promessas feitas aos pais em favor dos pobres, como Maria, José, Isabel e Zacarias, Ana e Simeão e os pastores que souberam esperar pela sua vinda



LUCAS 1, 5-25: A FALTA DE FÉ FAZ FICAR SURDO E MUDO.
5-17: Zacarias, ainda com pouca fé. Zacarias  era um dos 18 mil sacerdotes e naquele ano ficou alegre por ter sido escolhido para oferecer o incenso no  Templo de Jerusalém. O anjo Gabriel oferece outro motivo de sua alegria: Deus escutou sua oração e sua mulher Isabel terá um menino que será grande diante do Senhor, com a missão de conduzir e transformar os corações dos  rebeldes e formar um povo bem preparado.
18-22: Ficou surdo e mudo. Mas Zacarias não acreditou na Bela Notícia e ficou mudo. Era de fato um sacerdote sem esperança, seus ritos eram vazios e estéreis, não acreditava no que dizia, não vivia o que celebrava, não plantava nenhum entusiasmo no coração de seu povo.
23-25: Isabel se torna mulher  nova pela fé. Mas lá em casa algo novo acontece: nasce a vida no seio de Isabel sua esposa e se realiza a promessa de Deus. Mas a mudez de Zacarias continua e o silêncio de Isabel também, até que chegue a visita de Maria. Aí então haverá uma explosão de alegria e de fé.
 Ler, contar, meditar, rezar, agir: A história de sua Vocação e Missão tem algo a que ver com Zacarias e Isabel: dúvidas, tristeza, acanhamento, mudez,  até que aconteça um Encontro, chegue alguém ou aconteça algo de novo..





LUCAS 1,26-38. A VISITA DO ANJO A MARIA: SURPRESA DE DEUS.

Lucas apresenta Maria como modelo para a vida das Comunidades. Maria de fato é a discípula exemplar: acolhe a Palavra, a assimila, a vive, a aprofunda, a rumina, a faz nascer e crescer, se deixa moldar por Ela, mesmo quando não a entende ou quando a faz sofrer.
Cuidado: esta página é muito conhecida e quando as coisas são muito conhecidas a gente não presta tanta atenção. Assim acontece com a visita de Deus em nossas vidas.
Tudo começa com um Encontro. O encontro acontece numa casa humilde de Nazaré. Maria usa a cabeça e quer entender. Maria acolhe a palavra, se considera a Serva do Senhor, acolhe o Espírito Santo, acredita que para Deus nada é impossível, se entrega, pronuncia o seu SIM, fica grávida e se torna a mãe do Deus Salvador.
26-27: “Gente simples, fazendo coisas pequenas, em lugares pouco importantes, consegue mudanças extraordinárias”. “Galiléia dos gentios”, “Nazaré de onde nada de bom poderia vir”, “José, um carpinteiro”, Maria, uma jovem desconhecida...
28-29: Ave Maria cheia de graça. A saudação foi solene, realmente vinda do alto, Maria se surpreende, pois ela nem esperava: pergunta, mas não duvida.
30-33: Motivo desta visita: Maria foi escolhida para ser a mãe de Jesus, cujo Reino não terá fim.
34: Como se fará isso? Maria pergunta como isso irá acontecer, visto que ela ainda não mora com seu esposo José e não tem relações sexuais.
35: O anjo explica: Maria conceberá por obra do Espírito Santo, que vai descer sobre ela e o poder do Deus Altíssimo vai cobri-la com sua sombra. Por isso Jesus será Santo, inteiramente consagrado, porque vai ser o  o Messias, o próprio Filho de Deus, que trará a salvação.
36-37: Mensagem confirmada. Isabel também concebeu, apesar de idosa e estéril, pois “para Deus nada é impossível”(veja Gn 18,14)
38: O SIM de Maria revoluciona a história. O discípulo missionário repete o seu SIM todo dia.
Ler, contar meditar, rezar, agir: Maria é exemplo de discípula...  Destaque uma atitude dela que ajude nosso discipulado.




LUCAS 1, 39-56. A VISITA DE MARIA A ISABEL: ALEGRIA NO ESPÍRITO.

Lucas quando fala de Maria, pensa nas Comunidades espalhadas pelas cidades di Império Romano. Maria para Luca é o exemplo da Comunidade fiel que encontra  Deus, está cheia de Deus e procura por sua vez encontrar os irmãos para servi-los e transmitir a Boa Nova.
Maria partiu de sua casa para ajudar Isabel, sua prima que estava grávida de seis meses. De Nazaré até as montanhas de Judá são mais de 100 quilômetros! A Boa Nova acontece de novo numa casa; visita, alegria, gravidez, crianças ajuda mútua, casa, encontro, família: é nisso que Lucas quer que as Comunidades e nós todos percebamos e descubramos a presença do Reino na simplicidade das casas. As palavras de Isabel fazem parte da oração mais conhecida e mais rezada no mundo, que é a Ave Maria.
39: Maria missionária parte para servir. Logo que acolhe o projeto de Deus na sua vida, lança-se para a missão. Vai na direção das regiões montanhosas, à casa de Zacarias e sua prima Isabel, que estava grávida, já no sexto mês.
40-45: Elogios à Virgem Maria e ao seu filho. Isabel, pela luz do Espírito Santo, reconhece  que Maria traz em seu ventre o Senhor Deus e que a fé de Maria é grande pois nela se cumpriram as promessas feitas desde Abraão.

O Cântico de Maria é exemplo da oração do discípulo:
46-50: Agradecimento pela mudança acontecida na vida de Maria. O Senhor realmente olha para os humildes e todas as gerações chamarão Maria de Bem-aventurada. A Misericórdia do Senhor é eterna.
51-53 Agradecimento pela mudança que o braço do Senhor realiza em favor dos pobres e oprimidos: derruba e exalta, esvazia e enche de bens.
54-55: Agradecimento pela misericórdia e fidelidade de Deus em favor de todo o seu povo. Em Maria de cumprem as promessas feitas a Abrão e á sua descendência.
Ler, contar, meditar, rezar, agir: Maria já é exemplo de missionária... Destaque esta atitude que ajude nossa missionariedade. Repita um versículo do Cântico de Maria.
- Partilha livre. - Fazer  orações espontâneas agradecendo pela presença ativa de Deus em nossa vida, nas Comunidades e nos acontecimentos do mundo...                                                                                                                                                    -Rezemos juntos o Cântico da Virgem Maria...


  

LUCAS 1, 57-80: ABRIR A BOCA E O CORAÇÃO PARA ANUNCIAR.

57-66: O nascimento de João torna-se motivo de alegria para toda a vizinhança por causa da misericórdia de Deus especialmente para com Isabel. O casal de idosos, agora pai e mãe, escolhe o nome da criança e a escolha será conforme a vontade de Deus, não conforme a tradição humana: João é seu nome e não Zacarias, como era o costume da época.
67-80: Cântico de Zacarias. A boca de Zacarias se abriu e começou a louvar a Deus, a proclamar suas maravilhas, anunciar seus planos de salvação e de libertação, profetizando a missão do pequeno João que será a de preparar os caminhos do Senhor, iluminando os que vivem nas trevas e guiando os passos do povo no caminho da paz.
Ler, contar, meditar, rezar, agir. Quantas surpresas e maravilhas neste primeiro capítulo. O discípulo de hoje também precisa reconhecer a visita de Deus ao seu povo para se animar e animar os demais...           Façamos orações para as nossas crianças inspirando-nos neste versículo: “ O que será que este  menino vais ser?” v 66.                                                                                                                                                                       - Rezemos  o Cântico de Zacarias.


Lucas 2,1-20:  A Visita do anjo aos pastores: paz aos excluídos!

1-7: Jesus nasce na maior simplicidade. O motivo que levou José e Maria a viajar para Belém foi o recenseamento decretado pelo imperador de Roma (1-7) Enquanto João nasce em sua casa no meio de seus parentes e vizinhos, Jesus nasce desconhecido, fora de sua terra, no meio dos pobres, fora do ambiente de sua família e de sua vizinhança.
8-14: O Messias veio para os pobres. Os pastores eram pessoas marginalizadas porque viviam com os animais e assim considerados impuros: foram os primeiros convidados. O primeiro anúncio da Boa Nova foi: “ Não tenham medo” (10); “ Alegria para todo o povo” (10) ”Hoje nasceu o Salvador, Cristo e Senhor! (11). O anúncio continua dizendo o que acontece no mundo lá de cima” Glória a Deus no mais alto dos Céus” (14a); e no mundo de baixo “paz na terra aos homens por ele amados” (14b).
15-20: Encontraram Maria, José e o Menino. Enquanto os pastores se levantam para o encontro que irá mudar suas vidas, Maria conservava estas palavras em seu coração e as ruminava, conservava os fatos na memória e os confere no coração. Maria discípula, mais uma vez nos ensina como tentar entender os fatos com a luz da palavra.        
Reparem quantos contrastes nesta página de Lucas: Na escuridão da noite, brilhou uma luz./ A grandeza de Deus se manifesta na fraqueza de uma criança./ A glória de Deus se faz presente numa manjedoura de animais./ O medo provocado pela improvisa aparição do anjos dá lugar a alegria./ Pessoas que vivem excluídas são as primeiras convidadas./ Os pastores reconhecem Deus numa criança.
Ler, contar, meditar, rezar, agir. – Procuremos contar o texto sem esquecer nenhum detalhe                          – Quais as surpresas que aparecem neste texto? - Quais as atitudes de Maria e dos pastores diante deste acontecimento?



Lucas 2,21-40: Simeão e Ana representam as Comunidades firmes na esperança.

21-24: Oito dias de nascido. José e Maria levam Jesus ao templo para o apresentar ao Senhor e para oferecer um sacrifício, cumprindo fielmente a Lei. Aí Jesus é agora revelado não mais por anjos, mas por pessoas inspiradas, outro casal de idosos, Simeão e Ana, que representam todo o povo que continua freqüentando o templo na esperança de ver realizado o sonho da libertação.
25-32: Cântico de Simeão. Simeão, justo e piedoso, representa a Comunidade fiel e persistente, guiada pelo Espírito de Deus, que com gesto missionário, levanta o Menino Jesus em seus braços para ser uma luz para todos os povos. Profetiza sobre as dores e sofrimentos de Maria.
33- 38: Ana, profetisa, viúva de 80 anos, fiel a vida toda, não se afastava do templo, participando noite e dia, com jejuns e orações. Ela representa aquela comunidade que nos momentos mais difíceis sabe plantar a esperança.
39-41: Volta para casa. Finalmente voltaram para Nazaré na Galiléia. Jesus continuou no ambiente familiar. Crescia e se fortificava, todo cheio de sabedoria, cada vez mais compreendendo o Plano do Pai.
Ler, contar, meditar, rezar e agir: - Simeão já pode  morrer em paz pois já viu a Jesus, enquanto Ana com 84 anos ainda não quer morrer pois tem um grande anúncio para gritar ao mundo.                                                    -  E você ...qual o tamanho de seu entusiasmo missionário?                                                                                        - Vamos rezar juntos o Cântico de Simeão.

          
Lucas 2,41-52: Crescer em sabedoria, em estatura e graça.

41-46: Peregrinação anual a Jerusalém. Todos os anos os pais de Jesus iam a Jerusalém para a festa da Páscoa. Jesus com os seus 12 anos é praticamente emancipado dos seus pais e mesmo continuando “submisso” a eles, tinha a liberdade de tomar algumas decisões, como ir ao templo não para assistir às cerimônias, mas para tomar parte das discussões dos Rabinos, os Mestres da Lei.
47-50: Jesus na casa de seu Pai. Jesus menciona o Pai neste início de sua emancipação e concluirá sua missão pronunciando em suas últimas palavras o nome de seu Pai, de que sempre quis fazer a vontade.
51-52: Para casa de novo. Voltaram de novo todos juntos a Nazaré: Jesus crescia, ma também Maria e José, mesmo não compreendendo na hora o que ele dizia, guardavam e contemplavam no coração estes acontecimentos, crescendo em sua fé. É um belo exemplo para os discípulos de hoje, que sempre devem crescer no conhecimento e na compreensão de sua fé, e na hora das dúvidas, meditam e guardam em seu coração tantos acontecimentos misteriosos e na hora inexplicáveis.
Ler, contar, meditar, rezar, agir. Falem sobre a atitude  de Jesus e  de Maria neste acontecimento. Falem sobre a educação dos filhos hoje.   

2º BLOCO: LUCAS 3,1-4,44
 “QUANDO O ESPÍRITO DE DEUS SOPROU”

Nestes dois Capítulos, tudo gira em torno de João Batista e de Jesus. João é o último grande profeta do Antigo Testamento que aponta o Novo chegando com Jesus. Na Comunidade de Lucas havia muita consideração por João B, mas se deixa claro que ele não era o Messias e mostra seus limites. Isto quer dizer que o Antigo não pode controlar o Novo, mas ao contrário deve abrir-se para acolhê-lo.
Lucas neste segundo Bloco mostra a semente da novidade de Jesus.
1. Em Jesus se manifesta o dom do Espírito Santo, prometido no Antigo Testamento.
2. Em Jesus o projeto de Deus ultrapassa a raça de Abraão e se abra para a humanidade toda.
3. Jesus é começo do novo povo de Deus: o antigo povo foi tentado no deserto e caiu, enquanto Jesus foi também tentado e venceu.




Lucas 3,1-20: João Batista prepara o povo ensinando a partilhar.
3,1: Quando e onde tudo aconteceu. Lucas tem a preocupação de situar os acontecimentos no tempo e no espaço, dando nome aos governantes e descrevendo os lugares onde João atua. A caminhada das nossas Comunidades deve levar em conta isso também.
3,2: Um profeta, até que enfim! Lucas faz questão de dizer que, após quase 500 anos sem profeta, aparece um novo profeta no deserto que se chama João, filho de Zacarias.
3,3. Eis o tempo da conversão! João prega um batismo de arrependimento (em grego: metanoia) que significa mudança não só de comportamento, mas também de mentalidade, de pensamento.
3,4-6. Visão missionária. Marcos cita também esta profecia de Isaías, mas cita apenas o começo, enquanto Lucas a cita por inteiro, pois tem uma visão mais missionária e universal: “todo homem verá a salvação de Deus”. Este detalhe é importante para termos uma visão mais missionária, pois a salvação não vem só para nós, mas para toda a humanidade.
3,7-9: Mudanças já! João anuncia mudanças, denuncia o erro e ataca privilégios. O que promove a pessoa diante de Deus é a prática que produz Bond frutos.
3,10-14: O que devemos fazer? Três categorias de pessoas vêm perguntar: “O que devemos fazer?”. A resposta é: Partilha urgente! Partilha dos bens, nada de exploração, nada de extorsão. Isso é condição para encontrar a Deus e passar do Antigo para o Novo.
3,15-20: Que idéia é essa sua? João tinha uma idéia de Messias um tanto incompleta, para ele seria um juiz severo, pronto para iniciar o julgamento, a colheita. Na realidade Jesus se mostrará um Messias de ternura, de mansidão que acolhia os pecadores e comia com eles.
Ler, contar, meditar, rezar, agir. A Comunidade é cristã quando escuta a Palavra de Deus e sabe partilhar. Como está acontecendo a partilha em nossa Comunidade?
3,21-38: (Também Marcos faz esta genealogia sendo que  Lucas há uma visão mais universal, pois Jesus é apresentado não é só como filho de Abrão, mas sim de Adão. Confira).






4,1-13: Jesus é tentado em sua Missão.
1-2: Luca apresenta o primeiro confronto entre Jesus, conduzido pelo Espírito e o diabo. A palavra “diabo” em sua língua original significa aquele que divide e leva ao fanatismo e coloca barreiras e obstáculos. O campo de batalha é o deserto que recorda os tempos em que “o povo de Deus no deserto andava”. Os argumentos das tentações são fundamentados falsamente na Bíblia para facilitar a missão messiânica de Jesus.
3-4: A tentação do mínimo esforço. Satanás faz três tentativas (tentações) e age com esperteza porque sabe que as pessoas de bem é preciso tentá-las com coisas boas para desviá-las de seus objetivos. Assim usa a tentação da “lei do mínimo esforço” fazendo de Jesus um Messias privilegiado e sem sofrimento.
5-8: A tentação de “vender a alma” para conseguir poder e riqueza, fazendo de Jesus um Messias poderoso e sem fraquezas.
9-12: A tentação do sucesso fácil para fazer de Jesus um Messias triunfante e famoso.
Jesus vence, mas irá preparar a Pedro e seus companheiros, pois o diabo voltará à carga.
Ler, contar, meditar, rezar, agir. Quais as tentações hoje no nosso trabalho missionário?


Lc 4,14-22: Jesus também tem seu Objetivo Geral.
Jesus cita um texto do profeta Isaías para apresentar o seu programa libertador. Num primeiro momento todos ficam admirados e contentes. Mas quando percebem que Jesus estava acolhendo a todos e sem excluir ninguém, ficam revoltados com ele e querem matá-lo.
4,14-16: A Missão vai começar mesmo! Jesus guiado pelo Espírito Santo volta a Galiléia e começa sua evangelização na Sinagoga de Nazaré, onde tinha participado desde pequeno durante mais de 25 anos.
4,17-19: Qual Missão afinal? Jesus  faz a leitura e o texto de Isaías fala de pobres, presos, cegos e oprimidos. Jesus define assim sua missão: anunciar a Boa Notícias aos pobres, proclamar a libertação aos presos, a recuperação da vista aos cegos, restituir a liberdade aos oprimidos, enfim proclama o ano do jubileu!
4,20-21: Ligar a Bíblia com a Vida é a metodologia de  Jesus, mas as lideranças da sinagoga acham muito perigoso e não aceitam este “ Plano Pastoral.” Jesus começa a ser excluído também.
Ler, contar, meditar, rezar, agir. Tentaremos agora comparar o  Programa de Jesus com o Objetivo geral da nossa Diocese.

4,22-30: Como é difícil acolher a novidade de Jesus...
22-23: Missão fora de casa. O Novo Testamento que é a novidade de Jesus é difícil de ser acolhido, sobretudo quando Jesus com sua visão missionária quer abrir as portas da salvação a todos e quando quer levar todos a serem missionários fora das quatro paredes de sua casa, de comunidade ou de seu bairro.
24-30: Jesus quer seu Objetivo pastoral divulgado e aceito. Jesus cita duas passagens da Bíblia: a de Elias que foi enviado para uma viúva estrangeira de Sarepta (1Rs 17,7-16) e a de Eliseu que foi enviado para atender a Naamã, o estrangeiro da Síria (2Rs 5,14). Infelizmente ninguém aceitou esta leitura da Bíblia ligada à Vida, e ninguém aceitou seu “Objetivo Pastoral”, pois é realmente difícil superar a mentalidade do comodismo, do privilégio e do fechamento.
Ler, contar, meditar, rezar, agir. A novidade desta Escola Bíblica está sendo aceita ou rejeitada?

4,31-44. (Esta passagem já foi estudada em Marcos 1,21-28.  Jesus cura um homem dominado pelo espírito mau, cura a sogra de Pedro, cura muita gente, e depois de orar, decide  anunciar a boa notícia em outros lugares, bem mais longe.  Esta página pode ser só  lida ou explicada com o Manual de Marcos).



              
 3º. BLOCO Lucas 5,1- 9,50

“Deus chama a gente pra um momento novo”.
O novo abrindo caminho e a transformação acontecendo.



Lc 5,1-11:  A VOCAÇÃO DOS PRIMEIROS DISCÍPULOS.  A MISSÃO PRECISA DE MAIS GENTE ENVOLVIDA.
Pedro foi o primeiro a entrar na caminhada. Mas tudo começou com o encontro pessoal com Jesus. Pedro ficou escutando as palavras de Jesus ao povo e em seguida presenciou a pesca milagrosa. Foi só depois desta dupla experiência surpreendente  que veio o chamado de Jesus. Pedro atendeu, largou tudo e se tornou “pescador de gente”.
5,1-3: A novidade é que Jesus pede a ajuda de um pescador e mais novidade ainda é que  este Mestre não fala só na sinagoga, para um público selecionado, mas em qualquer lugar inclusive num barco perto daquela praia.
5,4: Aceitar os desafios da Missão. Jesus anima Pedro a pescar de novo, mas num lugar bem distante e mais profundo: é o desafio missionário de quem já deixou de pescar em aquário.
5,5: A Missão continua. A pesca continua, a Missão continua, apesar do cansaço e desânimo, pois a Palavra de Deus tem mais força do que  a decepção, como acontece hoje nas nossas Comunidades.
5,6-7: “Juntos em Missão.” A pesca é abundante e precisa de um trabalho em mutirão. Também na Comunidade ninguém pode trabalhar sozinho e uma comunidade deve ajudar a outra e uma pastoral deve ajudar a outra. O objetivo pastoral deve unificar as forças.
5,8-11: Envio missionário. Pedro neste encontro com Jesus sentiu a proximidade de Deus que leva á conversão, a se unir aos companheiros também fascinados, sacudidos e atraídos. Pedro foi o primeiro que recebeu o envio missionário: “Seja pescador de gente”.
Ler, contar, meditar, rezar e agir. Nesta página de Lucas, podemos encontrar todos os cinco passos do itinerário do discípulo missionário do Documento de Aparecida: Encontro com Jesus, Conversão, Discipulado, Comunhão, Missão. Pesquisem então...



  

LUCAS 5,12-39: O CHAMADO À VIDA NOVA.
(Texto comum a Marcos. Opcional: leitura ou estudo).
É um conteúdo comum entre Lucas, Mateus e Marcos e é por isso que são  chamados de  “Evangelhos Sinóticos”. Mas no contexto de Lucas este conteúdo a seguir quer mostrar que o Novo já está chegando, o que não tinha valor agora vai ter, as pessoas excluídas agora são as escolhidas, as normas envelhecidas sobre o jejum, sobre o sábado, sobre o “puro e impuro” já não tem mais valor diante do Novo que é Jesus. Até a mesa de Jesus está recebendo novos convidados.
Lucas 5, 12-16:  Jesus acolhe e cura um “leproso” e   os marginalizados. (Mc 1,40-45).
Lucas 5,17-26: Jesus acolhe um paralítico, cura e perdoa. ( Mc 2,1-12)                                                            Jesus estava numa casa com fariseus e escribas.  O Paralítico  estava totalmente desamparado e não podia ir sozinho.  Era completamente dependente e foi carregado por seus amigos.  Estava interiormente e exteriormente na miséria.
Os amigos do Paralítico eram cheios de amor fraternal, tiveram grande fé.  Eram quatro, um sozinho não conseguiria nada. Eram criativos e incansáveis.  Jesus  ao primeiro olhar viu a fé dos carregadores, depois olhou o enfermo, perdoa seus pecados, cura sua enfermidade.
 A Multidão começou a louvar com o enfermo curado que agora carregava sua próprio leito e foi evangelizar na sua casa.
Lucas 5, 27-32: Jesus escolhe um publicano. ( Marcos 5,27-32)
Lucas 5, 33-39: O Novo abrindo caminho, a transformação acontecendo. ( Marcos 2,18-22)
Ler, contar, meditar, rezar, agir:  Jesus acolhe, perdoa e cura. O perdão dos pecados traz vida e nova força para o serviço. – Aquele que foi acolhido, restaurado no corpo e na alma, é enviado a testemunhar e evangelizar na sua própria casa.




Lc 6,1-19:  A liberdade dos homens novos e a responsabilidade pela vida.      (Só para leitura).
É mais um conteúdo comum aos evangelhos sinóticos e por isso já foi estudado em Marcos. (Mc 2,23-28; 3,1-6; 3,13-19)
 Lucas tira de Marcos estas mensagens, destacando, porém a Novidade que  Jesus está trazendo e como seus discípulos  deverão ser homens e mulheres novos.
 O novo é que o valor da vida  de agora em diante estará acima das práticas religiosas. É um novo ensinamento dado com autoridade que mostra que o caminho da liberdade consiste no compromisso na defesa da vida. Por causa desta Novidade no ensinamento de Jesus de agora  em diante os homens da lei, os escribas e fariseus ficarão cada vez mais furiosos tornando a missão de Jesus cada vez mais difícil. 






Lucas 6,17-49: O sermão da planície.
Lc 6,17-26: FELIZES OS POBRES! AI DOS RICOS! (4 Bem-aventuranças e 4 ameaças)
6,17-19: O Sermão da Planície. Chama-se assim porque Jesus desceu da Montanha com os 12 e encontra uma multidão imensa onde há até estrangeiros de Tiro e Sidônia, judeus e pagãos. Lucas gosta de destacar estes detalhes que são uma novidade que os outros evangelistas não perceberam.
6,20: Feliz de vocês, os pobres: O Reino de Deus já lhe pertence, eles são felizes . (Mt acrescenta “pobre em Espírito”, pois na Comunidade de Mateus havia pobres com cabeça de ricos.) Na Comunidade de Lucas os discípulos são pobres com cabeça de pobre, que não querem acumular, mas lutam por uma convivência mais justa, para haver fraternidade e partilha sem descriminação.
6,21: Felizes de vocês que agora têm fome e choram! Agora é o tempo da luta, da resistência, do sacrifício, mas estamos construindo para o futuro o Reino que de certo vai chegar e vocês serão saciados e dar risada.
6,23: Felizes de vocês quando os homens os odeiam...! São palavras de coragem para as Comunidades que enfrentam perseguições. A perseguição é sinal que a Comunidade está no caminho certo e que o futuro anunciado por Jesus estava chegando.
6,24-26: Ai de vocês, os ricos! Ai de vocês que agora têm fartura e riem! Na planície não estavam os ricos, mas Lucas atualiza o Sermão de Jesus para suas Comunidades, pois nelas havia  descriminação dos pobres pelos ricos, como em toda a estrutura do Império Romano. Jesus faz uma crítica dura e direita aos ricos, sinal de que para Jesus, a pobreza não é uma fatalidade, nem fruto de preguiça, mas é fruto de enriquecimento i justo dos outros.
Ler, contar, meditar, rezar, agir. - Será que para Jesus os pobres deveriam continuar na pobreza?         - Coloquemos agora em forma de oração todo este conteúdo do Sermão da Planície.



LUCAS 6,27-36: A LEI DE JESUS É UMA NOVA LEI MESMO.
Agora Jesus fala para toda a multidão de pobres e doentes, vinda de todos os lados. As palavras que ele diz são exigentes: amar os inimigos, não amaldiçoar, oferecer a outra face a quem bate no rosto, não reclamar quando alguém toma o que é da gente.
Mas atenção: não tome ao pé da letra este ensinamento e entenda bem para não prejudicar ainda mais os pobres e  para não tirar conclusões contrárias ao que Jesus disse antes:
Duas frases de Jesus nos ajudam a entender este ensinamento: “O que vocês desejam que os outros lhes façam, também vocês devem fazer a eles” (v31). A outra frase é: “Sejam misericordiosos, como também o Pai de vocês é misericordioso”. (v36)
Na realidade Jesus não quer simplesmente virar a mesa para não mudar nada. Ele quer mudar o sistema: no lugar da injustiça quer colocar a justiça, no lugar da violência, da vingança, do ódio e da ganância Ele quer colocar a ternura, a partilha, o perdão, a reconciliação. Mas esta Novidade pode ser construída por uma profunda experiência amadurecida pela intimidade com o Pai.
Ler, contar, meditar, rezar, agir. Partilhemos algo sobre a novidade de Jesus.





LUCAS 6,37-49: O DISCÍPULO É ATENTO AOS ENSINAMENTOS DO MESTRE.
6,37-38: O discípulo não julga nem condena, só perdoa.
6,39-42: O discípulo procura primeiro curar sua própria cegueira para guiar o outro.
6,43-45: O discípulo  procura primeiro curar  seu  próprio coração onde se produzem os bons frutos.
6,46-49: O discípulo para não ser derrubado, procura construir sobre a rocha que é a Palavra de Deus.
Ler, contar, meditar, rezar, agir:  Quais as orientações mais importantes para um discípulos?



LUCAS 7,1-10: O DISCÍPULO SABE VALORIZAR AS PESSOAS: O OFICIAL ROMANO.
7,1-3: O Centurião Romano. A boa nova de Jesus chega até aos ouvidos dos pagãos do lugar. O oficial romano, ou centurião, era chefe de um destacamento militar, mas este reconhece a autoridade da palavra de Jesus e intercede por um empregado seu.
7,4-5; Valorizar o diferente. Os discípulos valorizam a atitude e os serviços prestados deste pagão e intercedem por ele.
7,6-7: Jesus missionário em visita. Como ótimo missionário se encaminha para fazer uma visita ao doente, mas o Centurião romano reconhece que não é digno desta visita, mas acredita totalmente na palavra salvadora do Mestre.
7,8-10: A fé do centurião impressiona até Jesus, pois uma fé deste tamanho nunca tinha visto.
Ler, contar, meditar, rezar e agir. Valorizar as pessoas é compromisso do missionário...




LUCAS 7,11-17  O  DISCÍPULO APRENDE A VISITAR AS FAMÍLIAS  QUE CHORAM.
Este milagre é descrito apenas por Lucas. Naim era uma aldeia a uns 10 quilômetros de Nazaré. O texto diz que "o Senhor Se compadeceu" da viúva. A maior tragédia que podia ocorrer a uma viúva era perder o único filho. Jesus não pediu à viúva qualquer prova de fé, nem a qualquer pessoa da multidão que acompanhava o enterro. A ordem de Jesus foi apenas: "jovem, levanta-te"; o jovem passou a falar e todos reconheceram que Deus visitou o seu povo e glorificavam a Deus.
7,11-12: As viúvas. Lucas tem um carinho especial com as viúvas. Ao todo são nove cenas em que elas aparecem. De fato as viúvas não tinham mais amparo de ninguém e perdiam todos seus direitos.
7,13- 14: Jesus fica comovido. Jesus fica comovido, toca o caixão contra toda norma da lei superando todos os preconceitos.
7,15-17: Volte sempre. O povo tira suas conclusões: “Um grande profeta apareceu entre nós e Deus veio visitar o seu povo” conforme o canto de Zacarias. Mas Jesus veio, visitou e ficou.
Ler, contar, meditar, rezar, agir. O discípulo se torna um missionário de verdade quando chora com quem chora e testemunha sua solidariedade com as visitas...


  


LUCAS 7,18-35: JESUS É UM MESSIAS DIFERENTE QUE O ESPERADO POR JOÃO.
7, 18-23: Mas que Messias é esse, enfim! João Batista imaginava o Messias julgando e separando imediatamente os bons dos maus e não podia imaginar que os pequenos e os excluídos e até os pecadores poderiam receber o convite a participar da grandeza do Reino de Deus. Manda perguntar e recebe de Jesus  uma resposta bem clara.
7,24-30: Jesus elogia a missão que João Batista recebeu e concluiu. A missão de João era de ser o precursor, o preparador, atuando no plano da denúncia. Jesus atua no plano do anúncio da Boa Nova.
7,31-35: Os fariseus e os escribas não estão com nada. Todos acolheram a missão de João Batista como o preparador, menos os fariseus e os escribas. Estes não dançam nem choram, não aceitam nem a vida de penitência de João Batista nem a vida alegre e misericordiosa de Jesus. Aliás para eles nada e ninguém presta, pois são orgulhosos e incapazes de conversão.
Ler, contar, meditar, rezar, agir: Ninguém pode agradar a todos. O importante é seguir Jesus com fidelidade...



LUCAS 7,36-8,3 AS DISCÍPULAS MISSIONÁRIAS.
Na época de Jesus, a mulher vivia sem valor. Na sinagoga não participava, na vida pública não podia testemunhar, mas Jesus escolhe as mulheres como testemunhas de sua morte (Lc 23,9), sepultamento (Lc 23,55-56) e ressurreição (Lc 24,1-11.22-24) Mas já no AT encontramos mulheres de garra que sabem resistir: Judite, Ester, Rute, Noemi, Suzana, a Sulamita.. No NT, além de Maria, a mãe de Jesus, encontramos tantas outras mulheres seguidoras e discípulas de Jesus: Maria Madalena (Lc 8,3); Joana mulher de Cuza (Lc 8,3); Suzana (Lc 8,3); Salomé (Mc,40); Maria mãe de Tiago (Mc 15,40); Maria, mulher de Cleopas (Jo 19,25). Enfim: Isabel (1,23); Ana (2,36) a viúva de Naim (7,11); a moça do perfume (7,36); a hemoroíssa e a filha de Jairo (8,40-56); Marta e Maria (10,38) a mulher da multidão (11,17) a encurvada (13,10);a viúva das duas moedinhas (21,1-4);mulheres de Jerusalém (23,17) e “muitas outras mulheres que o serviam e seguiam Jesus desde a Galiléia (8,1-13)
7,36-38: Quem é esta moça dos cabelos soltos? Na casa de Simão, um fariseu observante, entra uma moça e solta os cabelos em público sendo considerado um gesto de independência. Jesus acolhe o gesto dela, pois será uma nova discípula.
7,39-40: “Este Jesus é demais”. O fariseu critica Jesus e condena a mulher. Jesus responde com uma parábola.
7,41-43: A parábola dos dois devedores. Um devedor devia 500 reais e o outro 50. Nenhum dos dois tinha como pagar. Ambos foram perdoados. Qual dos dois terá mais amor?
7,44-47: O recado de Jesus para o fariseu. ”Aquele a quem pouco foi perdoado mostra pouco amor!” O fariseu Simão, apesar de todo o banquete que ofereceu, não manifestou nenhum amor porque se achava observante e justo, mas a mulher se considerava pecadora e manifestou amor total.
7,48-50: Palavra de Jesus para a mulher. Jesus não condena, mas acolhe e despertou nela uma força nova e a fez renascer.
8,1-3: Os discípulos e as discípulas seguem o Mestre. Jesus anda por toda parte e os discípulos e as discípulas  seguem o Mestre, 24 horas por dia, procurando imitar o exemplo e participando de sua Missão.
Ler, contar, meditar, rezar, agir. Qual a condição da mulher na sociedade, na Igreja, na família, e na Comunidade? Qual a atitude d Jesus para com as mulheres que aparecem neste texto?


Lucas 8,4- 9,27: O discípulo prepara bem o terreno para acolher a Palavra.                             Textos em comum entre Marcos, Mateus e Lucas. (Somente para leitura)
8,4-18: Os quatro terrenos ou as quatro maneiras de escutar a Palavra: esquecimento (pássaros) cansaço (pedras), desvio de interesse (espinhos), coração do discípulo missionário (terra boa).
8,19-21: A nova família. Os que ouvem a palavra e a praticam formam a nova família.
8,22-25: Tempestade provocada pelas forças contrárias ao Plano de Deus.
8,26-39: Um homem da cidade deve ser liberto. Lucas conhece bem os perigos da cidade, pois acompanhou Paulo em suas viagens. O homem da cidade está atravessado por mil ideologias que o querem arrastar (possuído por muitos demônios); socialmente discriminado (sem roupa, sem casa e morando nos túmulos); e dividido espiritualmente ( se ajoelha aos pés de Jesus, e ao mesmo tempo suplica que não o atormente).
8,40-56: Jairo, um chefe da sinagoga que vem interceder por sua filha de 12 anos e uma mulher doente e por isso impura. Os dois procuram encontrar Jesus passando por cima da lei que os condenava ao isolamento.
9, 1-17: O envio dos Doze e a lição de partilhar sem excluir. Os Doze foram enviados para um estagio missionário e na volta são levados por Jesus a um lugar deserto para uma avaliação. A multidão de repente chega e faminta. Jesus aproveita para ensinar que o segredo da Missão é a partilha que se dá quando o povo se organiza para resolver seus problemas.
9,18-27: Jesus em oração toma as decisões importantes e prepara seus ensinamentos. Nesta página  se apresenta a questão: quem é Jesus para os discípulos? Uma edição melhorada de João batista? Um Messias Rei? A missão que Jesus recebeu do Pai não é ser um Messias guerreiro como Davi, mas o Cristo servo que liberta o povo não pela violência, mas enfrentando e assumindo o sofrimento até o fim. Por isso precisa evitar uma  explicação falsa de sua missão que deverá passar pela rejeição e pela morte antes de chegar à vitória da ressurreição.


LUCAS 9,28-36. A TRANSFIGURAÇÃO PARA SUPERAR AS BARREIRAS DO SOFRIMENTO E DA CRUZ.
Jesus fez sua avaliação e percebeu que ninguém tinha entendido a sua proposta: o povo o imaginava como João Batista, os discípulos o imaginavam como Messias glorioso, mas ninguém aceitava o sofrimento e a morte na Missão deste Messias. As Comunidades de Lucas precisavam deste acontecimento para superar a crise do sofrimento e da perseguição.
9,28. Subir a montanha para rezar juntos. Uma semana antes Jesus tinha falado de sua morte e do sofrimento dos discípulos (9, 22-27) e  nesta hora difícil  Jesus sobe a montanha para rezar, levando consigo Pedro, Tiago e João.
9,29-31: Transfiguração de Jesus. Durante a oração Jesus muda de aspecto e aparece glorioso do jeito que eles o imaginavam. Ao lado de Jesus na mesma glória aparecem Moisés e Elias, os dois líderes que representavam a Lei e os Profetas do AT. Eles estão aí para confirmar a necessidade do “Êxodo” isto é da provação e do sofrimento que no caso de Jesus seria a paixão, a morte e a ressurreição.
9,32-34: A reação dos discípulos. Os discípulos estavam dormindo quando se falava do “Êxodo” de Jesus. Viram a glória, mas não escutaram a conversa sobre o sofrimento e a provação. Como acontece com a gente que tantas vezes escuta o que interessa. Quando acordaram, só falavam bobagem. Na realidade os discípulos quando Jesus fala de cruz, tanto no Monte Tabor como no Monte das Oliveiras Lc 22,45), eles dormem. Gostam da Glória, mas não gostam da Cruz.
9,35-36: Agora quem  fala é o Pai. Depois de Moisés e Elias, agora é o próprio Pai que apresenta Jesus como Messias-Servo que chega à glória através da cruz. O Pai que daqui pára frente que interpreta a Escritura e a vontade de Deus para o povo será Jesus, só ele!!  “ Escutem o que Ele diz”.
Ler, contar, meditar, rezar, agir: Como a experiência da Transfiguração ajuda o discípulo a assumir melhor a missão na Comunidade?




9,37-43: SÓ LIBERTA QUEM É LIVRE. O DESESPERO DE UM PAI DE UM FILHO DOENTE.                                                                        Só para leitura. (textos comuns a Mc e Mt):
Os discípulos não podem enfrentar sozinhos o poder do mal que é maior do que a capacidade deles. O discípulo deve estar sempre em comunhão com o seu Mestre.
9,44-48: O discípulo não deve se espantar diante da possibilidade de seguir Jesus até na perseguição e na morte. Mas também não deve ficar discutindo sobre os primeiros lugares. Aliás,  a criança se torna exemplo de humildade e de grandeza diante de Deus.
9,49-50: O discípulo não fecha as portas da comunidade a ninguém e não exclui ninguém: se alguém vem para somar força, que seja bem vindo.

                                                                                                                                                  


4º BLOCO.  LUCAS 9,51-19,27.
 “PEREGRINO NAS ESTRADAS DE UM MUNDO DESIGUAL”          
Na longa e dura caminhada da Periferia para a Capital, Jesus faz uma ampla Catequese para os discípulos chamados a serem também missionários.


Marcos, Mateus e Lucas são chamados de “evangelhos sinóticos”. (do grego synopsis = olhar em conjunto) porque podem ser dispostos em três colunas paralelas para serem vistos num olhar de conjunto.
Vocês devem ter percebido que  Lucas pesquisa bastante o Evangelho de Marcos, mesmo aqui e acolá introduzindo pequenas diferenças para adaptar a mensagem de Marcos aos seus novos destinatários. Na verdade Lucas, come ele mesmo diz no inicio, pesquisou vários documentos, ou fontes. De Marcos utilizou 350 versículos,, de uma segunda fonte comum a Mateus utilizou 235 versículos e de uma terceira fonte formada de testemunhas oculares, utilizou 350 versículos.
Desta terceira fonte literária que não existe em Marcos, Lucas a organizou na forma de uma longa viagem de Jesus, desde a Galiléia até Jerusalém. A descrição desta viagem é o assunto do 4º. Bloco, que vai de Lucas 9,51 até 19,27. É a parte mais origina de Lucas, que lhe consagra dez Capítulos.

LUCAS 9,51-56: JESUS QUER DISCÍPULOS QUE LUTEM E DEFENDAM A VIDA.
9,51-52: Jesus quer passar pela Samaria. Jesus é determinado em ir até Jerusalém para cumprir sua missão e enviou mensageiros para preparar sua vinda entre os Samaritanos, para prepará-los a receber a Boa Nova.
9,53: Mas a Missão fracassa, pois ninguém quis receber Jesus: ou houve falha nos discípulos que não souberam anunciar  ou houve muito orgulho dos samaritanos, só Deus sabe.
9,54-56: A Missão é destruir ou salvar? Tiago e João, representando os 12 querem a destruição daquela aldeia, mas Jesus os repreende em suas intenções vingativas, pois Ele veio não para destruir a vida do povo, mas para salvá-la. Este é o objetivo central de sua vida e condição para ser seu discípulo.
Ler, contar, meditar, rezar, agir. O objetivo geral da nossa Diocese tem algo a que ver com o objetivo central da missão de Jesus. Confira.                                                                                               

LUCAS 9,57-62: DISCÍPULAS E DISCÍPULOS SAMARITANOS  DANDO OS PRIMEIROS PASSOS.                    Ser discípulo é seguir Jesus sem dar volta atrás.
9,57-58: Nada de descanso. A quem se oferece para ser seu discípulo e segui-lo em qualquer lugar, Jesus alerta que não haverá onde repousar a cabeça.
9,59-60: Nada de desculpas. Daquele que Jesus convida, exige disponibilidade total, sem encontrar nenhuma desculpa.
9,61-62: Nada de laços que prendem. Ao que se oferece amarrado ao passado, Jesus exige ruptura total, sem olhar para trás.
Ler, contar, meditar, rezar agir. Pode avaliar sua resposta de discípulo missionário com os critérios acima expostos.
               
  


LUCAS 10,1-16: UMA VIRADA PASTORAL: 72 SAMARITANOS PARA EVANGELIZAR A SAMARIA.
10,1: Novos discípulos. Logo no início de sua viagem a Jerusalém Jesus amplia o horizonte da missão. Sai da Galiléia e entra na Samaria. Estando na Samaria, chama mais 72 discípulos e discípulas para irem na sua frente, onde ele mesmo deveria ir. Lucas sugere, assim, que estes novos 72 já não são da Galiléia, mas sim samaritanos. Sugere ainda que o lugar onde Jesus anuncia a Boa Nova já não é a Galiléia, mas sim a Samaria, o território dos excluídos.
10,2-3: Poucos discípulos missionários. O motivo do envio é que a colheita é grande, mas os  trabalhadores pouco numerosos, assim como hoje em nossas comunidades, onde faltam animadores e coordenadores dos muitos serviços que precisam ser assumidos. Mas nada de panelinha, portanto, pois na Comunidade sempre há vagas e precisa de gente bem dispostas.
10,4-9: O perfil dos missionários. Não deverão se apoiar em seguranças humanas, mas na providência e na hospitalidade do povo, transmitindo paz, conforto aos doentes e anunciando o Reino de Deus.
10,10-12: O discípulo missionário não guarda mágoa. Ao sacudir a poeira quer dizer que simplesmente não guarda mágoa, ódio ou desejo de vingança contra as pessoas que não acolheram.
10,13-16: A fé que vira rotina. Pode acontecer que as pessoas mais acostumadas com a religião  sejam as mais distantes de Deus e não saibam receber a sacudida do anúncio. Enquanto os distantes  conseguem valorizar e escutar a palavra dos discípulos missionários e em conseqüência a Palavra do Senhor.
Ler, contar, meditar, rezar, agir. As SMP foram uma grande conversão pastoral: conte e partilhe algo que se pareceu com esta página.




LUCAS 10, 17-24: AVALIAR A MISSÃO É PRECISO.
10,17-20: Ter o nome escrito no livro de Deus. Os discípulos voltam da Missão e começam a contar com muita alegria as maravilhas acontecidas. Realmente  ao missionário que trabalha com Jesus, nada de mal lhe pode acontecer. Tiago e João queriam pedir que um fogo caísse do céu  para destruir os samaritanos (9,54), mas agora pelo anúncio da Boa Nova é Satanás que cai do Céu e os nomes dos Samaritanos discípulos missionários entram no Céu. Jesus inverte  tudo!
10,21-22: Aprender dos pequenos. Jesus louva ao Pai porque os pequeninos entendem a mensagem do Reino. Os pequeninos são os 72 discípulos e discípulas da Samaria que estavam fazendo a avaliação com ele. E  é do agrado do Pai que                      Jesus que  se faz conhecer aos pequeninos e é através deles que os sábios deste mundo podem aprender.
10,23-24: Ter os olhos de Jesus. Jesus ajuda os discípulos a analisar a realidade com os olhos da fé: o que está acontecendo com a atividade de Jesus e a atividades dos discípulos missionários é a realização das promessas que vinham desde os tempos dos reis e dos profetas.
Ler, contar, meditar, rezar, agir. Esta Comunidade de discípulos missionários se animava fazendo missão, visitas, avaliação, oração, partilha, analise da realidade, ajuda mútua. Será que a nossa Comunidade é assim?





LUCAS 10,25-37: O BOM SAMARITANO, SOLIDARIEDADE E ECUMENISMO.
10,25-26: O que devo fazer para receber em herança a vida eterna? Nada, porque a herança a gente recebe pelo fato de ser filho filha. Se a gente não se comportar, podemos é perdê-la.
10,27-28: A resposta é amar a Deus e ao próximo, que é a manifestação de Deus, com todo o coração, alma, forças e entendimento.
10,29: E quem é o meu próximo? Para os judeus o próximo era a pessoa de sua família e  de sua raça.  Mas Jesus ensina a ter uma visão mais ampla, mas universal.
10,30: A parábola. Jesus conta um caso real de assalto acontecido no deserto  entre Jerusalém e Jericó.
10,31-32: Passagem de um sacerdote e um levita. São funcionários do Templo e não fizeram nada. Tanto no tempo d Jesus, como no tempo de Lucas e hoje, uma pessoa da igreja pode passar perto de um necessitado sem dar-lhe ajuda por vários motivos: “ Ele não é meu próximo, ele é impuro todo manchado de sangue, se parar me atraso na Comunidade ...”
10,33-35: Passagem de um samaritano. Este pára e ajuda com muito carinho com ação concreta e eficiente. Não é sem motivo que Lucas diz; !um samaritano em viagem”. Jesus é o bom samaritano em viagem, as Comunidades devem ser o bom samaritano em sua caminhada.
10,36-37: Quem foi o próximo? A condição de próximo não depende da raça, do parentesco, da simpatia, da vizinhança ou da religião. A humanidade não está dividida entre próximos e não próximos. A Comunidade dos discípulos derruba todas as barreiras.
Ler, contar, meditar, rezar, agir. É que nem hoje, pois há Comunidade onde existem preconceitos contra grupos de pessoas... Há Comunidade que nem panelinha onde é difícil até entrar...
                  
                                                                                                            

LUCAS 10,38-42:  A CASA DAS DISCÍPULAS MISSIONÁRIAS.
10,38-40: Jesus em casa de Marta. Jesus é recebido na casa de Marta com todos os 72 discípulos. Marta começou a se afobar preocupadas em conseguir comida e pouso para tanta gente. Maria estava sentada aos pés de Jesus escutando a sua palavra em vez de ajudar a irmã no serviço. Aliás, o serviço é uma característica do discípulo, mas Marta o fazia com tanta ansiedade que chegou a perder o equilíbrio e a visão de conjunto.
10,41-42: A resposta de Jesus. Jesus orienta sobre as prioridades do discípulo missionário. Na realidade o serviço  é essencial para a vida da Missão e sem dúvida os dois modos de servir o Senhor não se opõem, mas se complementam. As pastorais  para servir aos irmãos são sinais do Reino, mas se se esquecem de escutar a Palavra podem nos tornar amargos em relação aos outros, perdendo a alegria que deve acompanhar qualquer  serviço.
Ler, contar, meditar, rezar, agir.  As casas de sua Comunidade são valorizadas para a formação de GAMs                         

         
LUCAS 11,1-13.  OS DISCÍPULOS MISSIONÁRIOS APRENDEM A REZAR.
11,1-4: A oração do Pai nosso. Os discípulos percebem que o jeito de Jesus rezar é diferente e como o Mestre consegue  alimentar  sua espiritualidade na oração. Querem saber o conteúdo da oração, que Jesus resume em cinco pedidos direcionados ao Pai.
11,5-13: Mais sobre a oração: Jesus explica  que em primeiro lugar, não se deve ter vergonha de pedir. Em segundo lugar é preciso perseverar na oração. Em terceiro lugar é preciso saber o que se pede. O Espírito Santo é o dom mais importante que os discípulos devem pedir e ele sabe o que convém pedir.
Ler, contar, meditar, rezar. Agir. Expliquemos juntos o significado para o discípulo destes cinco pedidos.


LUCAS 11, 14-26. O DISCÍPULO DEVE TER CUIDADO COM AS ARMADILHAS DO TENTADOR.
11,14-22: Quais provas querem afinal? Alguns dos presentes acusam agora a obra de Jesus como sendo de Satanás, exigindo provas do contrário. Mas qual prova melhor do que  aquela que Jesus acabava de realizar, libertando aquele homem mudo?
11,23: Jesus não admite neutralidade. Mesmo que sua Comunidade esteja aberta a todos, Jesus não admite pessoas que não estejam em sintonia com ele, verdadeiro Mestre e Salvador.
11,24-26: A volta do espírito mau. Enquanto o Espírito Santo torna a pessoa iluminada e livre, deixando a sua morada varrida e arrumada, o espírito do mal provoca confusão e divisão.
11,27-28: Uma mulher discípula. Mas houve muito apoio também a Jesus. Uma mulher entra naquela polêmica proclamando  feliz a mãe de Jesus e tomando a defesa de Jesus. Isso não era comum que as mulheres falassem em público. Jesus então toma fôlego e vai ampliando as bem-aventuranças, pois todos aqueles que escutam a palavra como a sua mãe Maria se torna ainda mais feliz.
11,29-32: O milagre será a conversão. As multidões se amontoavam e Jesus volta a insistir na necessidade da conversão. O povo de Nínive se converteu  com a pregação de Jonas e esta geração porque então não quer se converter se está presente Jesus que é muito maior do que Jonas?
11,33-36: A luz do corpo. Este povo se converterá se “a luz que está em você não é escuridão” (35) E como saber? Verificando se o nosso olhar corresponde ao olhar de Jesus. “A lâmpada do corpo é o olho”.
11,37-54: Evangelizando em casa. Jesus foi convidado a jantar em casa de um fariseu: estranha que Jesus não faça o ritual  de lavar as mãos. Jesus aproveita a oportunidade para denunciar a incoerência deles. As normas externas são fáceis, mas acabam sendo apenas uma máscara para deixar de lado a justiça e o amor. Todos os fariseus ficavam de olho em Jesus para lhe armar  umas ciladas.
12,1-3: O fermento dos fariseus. O discípulo tome cuidado com o fermento dos fariseus que é a hipocrisia., a falsidade. De nada adiantam as aparências, pois tudo será colocada à luz do dia e proclamado sobre os telhados.
12,4-12: O discípulo não precisa ter medo de falar e agir e de declarar-se por Jesus: o Pai cuida de tudo e tudo estará sob controle. Mesmo se arrastados e humilhados não devem se preocupar... o Espírito Santo ensinará o que fazer. Pecado contra o Espírito Santo é rejeitar o amor de Deus,  decidir ser guiado pelo Tentador, não querer ser perdoado
Trabalho em grupo: Haja uma partilha livre sobre estes textos destacando a atitude do discípulo.


  

LUCAS 12,13-32  O DISCÍPULO NÃO ACUMULA, POIS O REINO DE DEUS ESTÁ EM PRIMEIRO LUGAR.
12,13-15: Cuidado com a ganância. Alguém quer envolver Jesus em briga de família por causa de uma herança e Jesus aproveita para dar um ensinamento sobre os bens materiais.
12,16-21: A parábola do homem rico. Um homem ficou rico, mas a riqueza não conseguiu impedir sua morte inesperada., mesmo quando ele pensava de viver daí em diante uma vida bem sossegada e tranqüila. No v 21, Jesus nos dá a moral da história: “ Assim acontece com quem ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico para Deus”.
12 22-23: A preocupação exagerada com comida e roupa. Para Jesus, a vida vale mais que a comida e o corpo mais que a roupa e para esclarecer melhor conta duas bonitas parábolas que falam de passarinhos e de flores.
12,24-26: A parábola dos passarinhos. Jesus quis mostrar que a vida vale mais do que o alimento. O centro das preocupações do discípulo deve ser o Reino de Deus. E no Reino de Deus a vida é mais importante. Jesus critica quando a preocupação com comida ocupa todo o horizonte da vida da gente, por isso o sistema neoliberal é contra o evangelho, pois obriga muita gente a se preocupar com a comida da família 24 horas por dia, sem deixar espaço para outra coisa.
12,27-28: A parábola das flores. Que beleza e elegância com que Deus reveste as flores do campo! Mas o corpo vale mais do que a roupa e não deve ser desprezado com coisa nenhuma que o prejudique.
12,29-34: Conclusão do ensinamento: o Reino em primeiro lugar. Buscar o reino significa buscar realizar a vontade de Deus e permitir que Deus reine em nossa vida! Onde houver esta preocupação com o Reino, todos viverão como irmãos e ninguém passará necessidade.
12,35-38: Os discípulos com as lâmpadas acesas. Buscar o Reino de Deus exige do discípulo permanecer em traje de trabalho e manter as lâmpadas acesas: trabalho permanente e vigilante.
12,39-40: O discípulo que se desviar, se embriagar pelo poder, abusar da vida e espancar os colegas, irá compartilhar da sorte dos infiéis.
12,41-53: A característica do discípulo  é o serviço. Tarefa nada fácil. Jesus é o exemplo de serviço e irá passar por um batismo de provação, paixão e morte de cruz. Os discípulos passarão pela mesma provação, mas deverão tomar uma decisão diante de Jesus e isso pode provocar divisões na mesma família.
12,54-13,9: O discípulo sabe fazer o discernimento. Assim como se pode prever o tempo, podem-se também perceber os sinais de vida e de morte. Porque então não se resolvem as questões concordando com os adversários, antes de chegar diante do juiz?
13,1-5: Urgência da conversão. Os fariseus vêm alertar a Jesus do perigo que representa seu ensinamento, lembrando-lhe o massacre de galileus por ordem de Pilatos. Jesus responde que a violência, os acidentes e as catástrofes não são castigos de Deus, mas sinais de advertência para conversão
13,6-9: A parábola da figueira estéril é um apelo para a conversão. Deus nos oferece uma última chance
Ler, contar, meditar, rezar, agir.  “Buscar primeiro o Reino de Deus e a sua justiça” o que significa para nós?     - Já deu para perceber o perfil do discípulo missionário?                                                                                                – Falando em “ Conversão pastoral” o que se entende?


  


LUCAS 13,10-17: A MULHER ENCURVADA FICA DE PÉ, JESUS LHE DEVOLVE A DIGNIDADE.
Que fazia uma mulher encurvada na Sinagoga? Qual a causa dela se encontrar encurvada? É que a mulher era vista como fraca e facilmente influenciada pelo mal e incapaz de tomar decisões por si mesma.
13,10: Um ensinamento novo, pronunciado na velha estrutura da sinagoga, que excluíam e marginalizavam as mulheres, as pessoas doentes e com deficiências físicas.
13,11: Um espírito que a tornava doente. Lucas diz que  um espírito de fraqueza a impedia de tomar posição reta. Há 18 anos esta mulher sofre, não fala, não tem nome, não pede para ser curada, não toma nenhuma iniciativa.
13,12-13: A mulher que ergue sua cabeça. Jesus faz a mulher ficar de pé para que ela possa  dar glória a Deus, no meio do povo .
13,14: A reação do chefe da sinagoga. Ele fica furioso com a ação de Jesus que curou num dia de sábado Acusou injustamente também a mulher como se esta tivesse exigido a cura num dia de sábado. Foi uma acusação injusta, pois a mulher não exigiu nada.
13,15-17: É licito libertar num dia de sábado? Tirando exemplo da vida diária, Jesus ensina qual é o verdadeiro culto que agrada a Deus: libertar as pessoas e colocá-las de pé, para que possam glorificar a Deus. Os adversários ficam confusos e a multidão se enche de alegria.
Ler, contar, meditar, rezar, agir. Hoje quais são os sinais de libertação que estão levando a multidão a se alegrar e dar graças a Deus?




LUCAS 13,18-35: O REINO DE DEUS, PAIXÃO DE JESUS E DOS DISCÍPULOS.
13,18-21: O Reino vai chegar, mas  não pela imposição e exclusão como esperavam os fariseus, mas sim pela força que brota a partir de dentro, a partir do espaço de uma horta e de uma casa, no cotidiano das novas relações  humanas que revolucionam e reinventam a vida. O Reino de Deus é para todos.
13,22-25: A viagem continua e Jesus continua a viagem ensinando a todos e preparando seus discípulos. Não precisa indagar sobre quantos irão se salvar, mas precisa se esforçar para entrar pela porta estreita e se converter à causa dos pobres como Jesus. Os que pensam que já estão salvos correm sérios perigos de encontrar a porta fechada.
13,26-30: Para entrar no Reino não é só escutar a Palavra e comer e beber com Jesus. É necessário entrar em comunhão com Jesus, vivendo os seus mesmos sentimentos, não importa de onde venham.
13,31-33: Os fariseus ameaçam Jesus, alegando que Herodes o queria matar. Jesus não tem medo e continua  sua Missão.
13,34-35: Lamento e ternura de Jesus. Jesus lamenta-se sobre Jerusalém que apedreja os discípulos enviados para lhe anunciar a Boa Nova. Mas Jesus ama este povo de rebeldes como uma galinha que protege seus pintinhos sob suas asas. Belo sinal de Reino de Deus chegando.
Ler, contar, meditar, rezar, agir. Qual a visão do Reino de Deus na cabeça de Jesus e na cabeça dos fariseus?




LUCAS 14:  JESUS INVERTE OS VALORES.
Jesus sabe que as autoridades religiosas e os fariseus o vigiam continuamente armando ciladas. Mas ele não foge nem se esconde, mas enfrenta seus adversários para desmascará-los. Nesta viagem para Jerusalém é convidado na casa de um fariseu num dia de sábado. Qual será a cilada? Qual será o novo ensinamento sobre os novos valores?
14,1-6: O hidrópico é o símbolo de uma pessoa inchada pelos ensinamentos dos fariseus, uma pessoa então que acha que sabe tudo, que para tudo tem resposta e que não precisam aprender mais nada.          Jesus cura o homem e explica que a vida humana está acima de qualquer outra coisa até sagrada como a observância do repouso semanal. Os fariseus costumavam deixar as pessoas, “inchadas”, isto é, doentes, com a desculpa de servir a Deus.
14,7-14: Competição ou gratuidade. O discípulo não deve seguir o exemplo dos fariseus que brigam pelo primeiro lugar, por “ficar por cima”, ter privilégios e mordomias. Mas isso tem preço e quem paga são os pequenos.  Jesus apresenta o valor da gratuidade, característica do discípulo.
14,15-24: Deus prepara o banquete para os excluídos. O banquete é o reino ao qual todos são convidados. No entanto alguns não aceitam o convite, pois alegam que andam muito ocupados e têm outras desculpas furadas. Mas o banquete vai se realizar, pois agora os convidados são  duas categorias de excluídos: primeiros são os que moram na cidade, perambulam pelas ruas, maltrapilhos e famintos, segundos são os de fora da cidade,  nas estradas e caminhos, isto é, os que estão fora do Povo de Israel. O Reino de Deus é realmente para todos.
14,25-27: Para ser discípulo de Jesus. “Renunciar a tudo o que tem” significa o quê? É deixar o inchaço do orgulho, a competição, a busca de interesse pessoal, a desculpa furada para não praticar a justiça... todas as seguranças enfim. Seguranças representadas pela família e pela “própria vida”  (26). E o que sobra? Sobra a cruz, ou seja, a disponibilidade de seguir Jesus, até a cruz. Cruz era a sentença para os que ousavam subverter a ordem criada pelo Império Romano.
14,28-35: É bom pensar antes.  Seguir Jesus é decisão séria e é bom pensar antes. É como quem vai construir uma torre e calcula os gastos para não passar vergonha. Ou quem vai guerrear deve medir bem as forças. Ser discípulo de Jesus é como ser sal, que dá sabor à comida. O discípulo desmotivado, apagado e sem entusiasmo não presta.
Ler, contar, meditar, rezar, agir.  Em nossa comunidade há competição? Há o costume de dar desculpas furadas? De começar e não terminar?

  


LUCAS 15: A ALEGRIA DO DISCÍPULO É SER BUSCADO, AMADO E ACOLHIDO.
Este Capítulo é o coração de Lucas, pois revela o que Deus quer, o que Jesus faz e as respostas dos que aceitam e dos que rejeitam a Boa Notícia.
15,1-2: A novidade.  Os cobradores de impostos e os pecadores se aproximam para ouvir Jesus: chegou a vez dos excluídos. Os fariseus continuam suas críticas.
15,3-10: Cem ovelhas e dez moedas são duas unidades. Quando a unidade se perde, tudo está perdido. Como o motor de um carro: se falta uma peça, ele não funciona mais. Hoje quando alguém abandona sua fé, imagine a aflição do pastor, da dona de casa, e de Deus! Ma Jesus, o bom pastor vai atrás e feliz aquele discípulo que se deixa encontrar.
15 11-19: Os dois filhos: o filho mais novo. O filho mais novo representa os publicanos e o pecadores, enquanto o filho mais velho representa os “justos impecáveis”. O filho mais novo pede a herança e viveu como um louco, fazendo o contrário do que deveria fazer o verdadeiro discípulo (cfr. 14,25-35). Cai em si, experimenta um vazio horrível, se lembra do amor do pai e volta.
15 11,20: A compaixão do Pai. O termo compaixão significa comover-se até as entranhas, colocar o coração em sinto. É a terceira vez que Lucas emprega este termo para expressar os sentimentos de Jesus (  Viúva de Naim e Bom Samaritano,) e agora para revelar o amor do Pai para com os seus filhos.Recebe o Fo=ilho que estava perdido com carinho, beijos, com as mais belas roupas, sandálias, anel e festa.
15,21-32: O filho mais velho. Sente-se um estranho em sua casa, pois se considera o único dono, não quer partilhar e não quer entrar. Mesmo assim, este filho emburrado não é abandonado pelo pai. E explica que o filho que voltou, vivia fora de casa, da comunidade, sem cidadania, destinado a morrer e foi resgatado para a vida. O amor do Pai aceita o outro assim como ele é, o reabilita por inteiro, o acolhe de volta  e quer que todos participem desta festa.
Ler, contar, meditar, rezar, agir.  Comente estas parábolas. - Você é o “irmão mais novo” ou o “irmão mais velho”. Conte aos demais sua experiência de encontro com Deus.

  

LUCAS 16: O DISCÍPULO DEVE SERVIR A QUEM?
O  centro deste capítulo está no versículo 13: “servir ou a Deus ou ao Dinheiro”. Jesus não está implicando com uma cédula de dinheiro, mas com o acúmulo de dinheiro. O reino do dinheiro repousa no egoísmo, que produz injustiça e transborda em poder e riqueza que mal usadas  impedem que liberdade e bens sejam usufruídos por todos. O Reino de Deus, ao contrário se alicerça no amor, que produz a justiça e transborda em fraternidade e partilha. O discípulo deve saber escolher a quem servir.
16,1-13: Aprender a ser esperto. A parábola fala de um administrador desonesto de quem é exigida a prestação de contas. Para não ficar  “no olho da rua”, descobre valores maiores de que o dinheiro, tais como a amizade de pessoas que o acolham em suas casas. Os filhos das trevas parecem mais espertos do que os filhos da luz... O dinheiro deve ser usado com honestidade para fazer o bem. A quem  gerenciar bem o dinheiro para o crescimento do Reino, Deus lhe  confiará o gerenciamento do dom da vida.
16,14-18: Não sejam adúlteros como os fariseus. Mas, por incrível que pareça, há pessoas que ”fazem a média”. São os fariseus, que se julgam perfeitos diante de Deus e dos homens, mas, ao mesmo tempo, “são amigos o dinheiro”. Tentam servir a dois senhores ao mesmo tempo e por isso não passam de adúlteros.
16,19-31: UM RICO E UM POBRE.
16,19-21 A situação do rico e do pobre. Aqui aparecem os dois extremos: de um lado, a riqueza agressiva, de outro o pobre sem recursos, sem direitos, coberto de úlceras, impuros, caído com cachorros  que lambem suas feridas.O pobre tem nome escrito no livro da vida e o rico não tem. Poderia tê-lo se abrisse sua porta ao pobre...
16,22: O pobre morre e é levado ao seio de Abraão, de onde nasceu o povo de Deus, do qual era excluído enquanto estava na porta do rico. O rico também morre e é enterrado, mas não vai para o seio de Abraão.
16,23-26: O rico descobre Lázaro só agora. E descobre também que Lazaro é seu único benfeitor possível. Mas agora é tarde demais. A salvação do rico não é a gota de água que Lázaro poderia trazer, mas é o rico ter aberto a porta fechada para o pobre.
16,27-29: O rico se preocupa com os seus irmãos, mas nunca esteve preocupado com os pobres. O rico conhecia a Bíblia, mas não adianta nada conhecer a Bíblia se não se conhece o pobre sentado à sua porta.
16,30-31: O rico sugere a Abrão como se poderia fazer para converter os irmãos. Mas Abraão é curto e grosso: “ Se não escutarem Moisés e os profetas...” A conversa está encerrada., pois para entender a Bíblia, precisa entender o sofrimento de Lázaro que está sentado á porta!
Ler, contar, meditar, rezar, agir.  A Comunidade está enxergando os problemas sociais? Houve alguns gestos de partilha.? Há uma administração transparente do dinheiro da Comunidade?


  

LUCAS 17,1-19: OS DISCÍPULOS ESPERAM E LUTAM  JUNTOS PELA VINDA DO REINO.
O discípulo missionário colabora com o Reino de Deus evitando os escândalos (1-2), viver o espírito do perdão fraterno (3-4), confiar totalmente em Deus (5-6). Mais importante ainda é deixar de lado qualquer pretensão de honra ao mérito (7-10), para aprender a reconhecer o dom da graça de Deus (11-19)
1-2: Os escândalos. Se Lucas adverte os discípulos sobre os escândalos, é porque existiam nas comunidades daquele tempo.. Escândalo é palavra grega que significa: engodo, armadilha, cilada, e daí pedra de tropeço, para fazer alguém tropeçar. Ai daquele que provoca escândalos.
3-4: É perdoar o irmão que me ofende: correção fraterna e se há arrependimento, perdão. Mas até que ponto? Não há limite.. Sem perdão a Comunidade se destrói.
5-6: Aumenta a nossa fé.  Fé verdadeira significa compromisso com o projeto de Deus. Se existe este esta fé, pode ser do tamanho de semente de mostarda...
7-10: Não querer recompensas. Somos servos de Deus e o serviço a Deus não deve ser pensado como fonte de méritos, pois servir ao que Deus quer é servir ao que nós mesmos queremos e precisamos.     
11-19 Os dez leprosos. Jesus não os cura logo, mas pede que se apresentem ao sacerdote para confirmar a cura. Eles obedecem porque acreditam. No caminho ficam curados e um deles, um só, volta atrás para agradecer a Jesus. Era um samaritano. Pena, porque era muito bonito o grupo ficar juntos, lutar juntos e agradecer juntos. Mas cada qual por si: individualismo puro...                         Cuidado, discípulo missionário de Jesus!
Ler, contar, meditar, rezar, agir. As atitudes do discípulo: perdão, serviço, mutirão, agradecimento... E daí?

LUCAS 17,20-37: BUSCANDO O REINO QUE VEM E QUE JÁ ESTÁ NO MEIO DE NÓS.  
No tempo de Jesus havia muitas expectativas de grandes transformações e se esperava a vinda di Filho do Homem de quem falava Daniel (7,9-18), que deveria ser um Messias poderoso que iria triunfar sobre as tropas romanas.
20-21: Quando chegará o Reino de Deus? É a pergunta dos fariseus quer queriam saber quais seriam os sinais indicando a chegada do Reino. Jesus responde que o Reino de Deus vem, mas sem barulho, transformando primeiro as relações humanas. Enfim, o Reino de Deus já está no nosso meio.
22-25: Jesus é o Filho do Homem. Os discípulos desejarão vê-lo, mas não poderão. Por quê? Porque Jesus deverá sofrer muito, mas estará presente como um relâmpago, se manifestando em todo canto, no mundo inteiro, onde haja o testemunho da justiça.
26-30: Como nos dias de Noé. É impossível prever o dia do julgamento e da vinda do Reino. É um dia imprevisto e imprevisível. Como o dia do dilúvio e o dia da destruição de Sodoma. Mas naquele dia a justiça triunfará.
31-33: Urgência urgentíssima. A urgência desse dia será tão grande que não haverá mais tempo de voltar atrás. Simplesmente não haverá mais tempo de mudar na última hora. Quem praticou a justiça estará a salvo e quem não praticou não terá mais tempo.
34-36: Três exemplos. A separação entre justos e injustos atingirá até os casais (cama) e mulheres trabalhadoras (moenda) e homens trabalhadores (campo). Nada poderá manter unidas as pessoas que forem separadas pelo julgamento.
37: Onde isso acontecerá. O julgamento não vai acontecer num lugar especial, mas onde as pessoas estejam. Não haverá refúgio ou lugar seguro, pois o julgamento virá de dentro das próprias pessoas. O corpo deixado exposto aos urubus é uma referência ao castigo imposto pelos romanos aos rebeldes, deixando os corpos crucificados serem consumidos pelos urubus.
Ler, contar, meditar, rezar, agir. O Reino de Deus está dentre nós... O julgamento já está em andamento...




LUCAS 18: A ORAÇÃO DE JESUS E DO DISCÍPULO É LIBERTADORA.
Como praticar uma religião que não seja uma prisão, uma entre as tantas opressões? Como praticar uma religião libertadora? Primeiro é preciso buscar a justiça com perseverança, seja na oração, seja na ação, sem nunca desanimar, certos de que Deus é Pai (1-8). Depois é necessário reconhecer nossos limites para que Deus nos perdoe (9-14). Então sim, poderemos nos tornar como crianças, abertos para o Reino (15-17) E caso queiramos praticar uma religião mais libertadora ainda, precisamos escolher a pobreza para melhor seguir a Jesus (18-30). Assim chegaremos ao pleno sentido da vida.
1-8: A viúva e o juiz sem moral: peçam justiça e confiem. Se o juiz injusto atende, muito mais Deus, que é justo e ama seus escolhidos. Mas o que é necessário é ter muita perseverança na oração e na ação para conseguir a justiça. Mas será que o discípulo vai desistir de buscar e de lutar, com ação e oração? Será que Jesus vai encontrar este povo perseverante na oração e na ação?
9-14: O fariseu e o cobrador de imposto: peçam perdão e confiem.  A falha do fariseu, e de muitos de nós, é o que ele não diz. Ele em sua oração, não manifesta nada sobre seus pecados e só leva em conta seus méritos. Ele não tem mesmo como ser perdoado, porque não sabe reconhecer seus pecados e se acha justo. Mas Deus ouve a oração do pecador arrependido e o perdoa. (Sl 51) Neste sistema injusto somos todos pecadores...
15-17: A criança de colo representa as pessoas que como a viúva ou como Maria, a irmã de Marta acolhem o carinho, choram quando precisam e o fazem sem cessar, até que suas necessidades e direitos sejam atendidos. Também o discípulo deve acolher o Reino assim.
18-23: Repartam com os pobres, sigam-me e confiem.  Um homem importante pergunta sobre a vida eterna. Jesus passa-lhe um exame básico, sobre a prática dos principais mandamentos. Em seguida chega com uma proposta mais radical que exige total confiança no projeto de Jesus: partilhar e confiar. Mas o homem não passou no teste, pelo contrário ficou triste.
24-27: Então, rico não se salva? Na realidade mesmo não tendo riqueza, quase todo mundo pensa como o rico            . Mas será que Deus vai dar um jeito? Um jeitinho divino? (v.27) Jesus esclarece mais que mesmo que os homens não façam justiça, Deus a fará, doa a quem doer. A oração sem a prática não presta mesmo.
28-30: Há, porém os que aceitaram o projeto de Deus, que conhecendo ou não a Jesus, deixaram tudo e escolheram, e abraçaram e lutaram pelo Projeto de Deus que consiste em tudo partilhar para que todos tenham o necessário para viver.
Ler, contar, meditar, rezar, agir. Oração libertadora... como é que os discípulos missionários  ligam sua oração à vida? Sua religião  é libertadora mesmo?
           
LUCAS 18-31-43: JESUS CURA A CEGUEIRA DOS DISCÍPULOS.
A longa viagem de Jesus para Jerusalém está para terminar e agora são lembrados os últimos obstáculos: Jesus vai ser maltratado, humilhado, torturado, morto, mas ao terceiro dia...
31-34: É o terceiro e o último anúncio da sua paixão: os perversos o matarão, mas a ressurreição mostrará a vitória do bem sobre o mal, da fraternidade sobre o ódio, da justiça sobre a injustiça. Mas os discípulos não entenderam nada... porque ainda são cegos.
35-43: O cego de Jericó. Estava sentado à beira do caminho, experimentando o peso da exclusão, mas não fica de braços cruzados, mendiga, pede ajuda e de certa forma é ele quem vê Jesus e começa a segui-lo. Os discípulos devem aprender deste cego, para enxergar que o caminho de Jesus passa através da cruz.
Ler, contar, meditar, rezar, agir.  Para entender o projeto de Jesus, precisa encontrar Jesus e experimentar a situação do pobre, pois “pimenta nos olhos dos outros é refresco”... Sua Comunidade é solidária com os pobres? Como?                           
               


LUCAS 19.  ZAQUEU: UM ENCONTRO QUE MUDOU UMA VIDA.
Jesus está terminando sua viagem que começou na Galiléia, e faz a última para em Jericó. Foi em Jericó que terminou também a longa caminhada de êxodo de  40 anos no deserto. O êxodo de Jesus também está terminando.
19,1-2; A situação. Em Jericó havia Zaqueu, um publicano que cobrava o imposto público sobre a circulação de mercadorias, a serviço do Império Romano. Para os judeus, quem trabalhava pelos romanos pecava contra Deus, como os soldados, funcionários e cobradores de impostos. Zaqueu era evitado como pecador e impuro.
3-4: Atitude de Zaqueu.  Zaqueu quer ver Jesus: aqui aparece um rico que não se fecha na sua riqueza... ele está querendo abrir a porta “para o pobre Lázaro”.
5-7: Atitude de Jesus. Jesus não pergunta sobre a vida dele, nem exige nada, só manifesta o desejo de entrar na sua casa. Alegria de Zaqueu, murmuração de todos, coração grande de Jesus.
8: Decisão de Zaqueu: Zaqueu encontrou Jesus e se converteu de verdade. Além de devolver, Zaqueu quer partilhar, conforme o sonho de Jesus.
9-10: Palavra final de Jesus. A salvação entrou nesta casa, pois Zaqueu mesmo pecador é filho de Abraão e ninguém pode ser excluído. Os discípulos de Jesus aprendem que está começando um novo modo de convivência entre as pessoas.
Ler, contar, meditar, rezar, agir. Partilhe sobre a atitude de Zaqueu, Jesus e o povo. - Mudanças acontecem por belos encontros e belas acolhidas...


LUCAS 19,11-28: O REINADO DE DEUS NÃO SE MANIFESTA  IMEDIATAMENTE.
11: Já perto de Jerusalém, Jesus conta uma parábola para frear o ânimo daqueles que pensavam que o Reinado de Deus se manifestaria logo.
12-28:  Parábola das cem moedas. Jesus não vai a Jerusalém para ser um rei que vai sentar-se no trono. Ele só receberá a realeza quando voltar perto do seu Pai na glória e se apresentará então como supremo juiz da história para pedir contas dos dons que foram recebidos por cada um dos seus discípulos.
Quem tiver sido fiel num negócio pequeno, receberá autoridade sobre outro tanto. E não adianta desculpas de preguiçosos. Não há desculpas: Ou investimos os dons recebidos, contribuindo com o crescimento do Reinado de Deus, ou estes dons serão tomados de volta e dados àqueles que já estão cheios de qualidades.
Ler, contar, meditar, rezar, agir. Façam uma avaliação da atuação dos discípulos em sua Comunidade.



5º. BLOCO: LUCAS 19,28-21,38
“ELES QUERIAM UM GRANDE REI QUE FOSSE FORTE E DOMINADOR”
Terminou a longa viagem da periferia até a Capital. Jesus agora está chegando a Jerusalém. Ele sabe que vai ter um duro e doloroso confronto com as autoridades. O assunto deste Bloco é, basicamente o mesmo dos capítulos 11, 12 e 13 de Marcos, pois Lucas retoma novamente a narrativa de Marcos, introduzindo só alguns detalhes para mostrar que o confronto entre Jesus e as autoridade é  mais radical e irreconciliável.

LUCAS 19, 28-48: A CHEGADA EM JERUSALÉM:  ACOLHIDA E REJEIÇÃO.
28-34: Jesus chegando perto de Jerusalém, manda dos discípulos preparar um jumentinho para ele entrar em Jerusalém. Deve então ficar claro para todos, qual é o jeito de Jesus assumir sua missão: Jesus quer ser um Messias humilde que vem trazer a paz (veja Zc 9,9-10). O verbo desamarrar aparece quatro vezes, porque a missão de Jesus é desamarrar, desatar, libertar mesmo.
35-38: Aclamação da multidão dos discípulos. Jesus aceita de ser o Messias, mas não o Messias rei, da religião oficial, um rei nacionalista, um rei glorioso. Jesus quer mostrar sua identidade de Messias humilde, montado num jumentinho. Ele veio para servir e o jumentinho, animal de carga, quer simbolizar isso. (Em Mc Jesus é aclamado pelos habitantes de Jerusalém, em Lc é aclamado pela multidão dos discípulos).
39-44: Reclamação dos fariseus e lamento sobre a cidade. Aos fariseus que reclamam, Jesus responde com uma frase do profeta Habacuc (Hb 2,11). Em seguida faz um lamento sobre Jerusalém evocando as lamentações do profeta Jeremias. Jesus manifesta sua tristeza e chora, pois a cidade não quer reconhecer a visita de Deus que vem trazer a paz.
45-48: Jesus no Templo.  Jesus chega na cidade e vai diretamente no Templo. Expulsa os vendedores. Cita  o profeta Isaías (Is 56,7) e Jeremias (Jr7,11), para justificar sua ação e dar um basta a uma religião que domina e explora. Ele quer que o Templo seja novamente a Casa do Pai (Lc 2,49). Com este gesto profético termina a longa caminhada da Galiléia a Jerusalém, ou seja, da Periferia á Capital.

LUCAS 20, 1-47. OS DISCÍPULOS APRENDEM A FIDELIDADE NOS CONFLITOS                                                               (Já foi estudado em Mc. 11,27-12,44. Só leitura)
 20,1-19: O Sinédrio é desmascarado. Jesus percebendo as más intenções dos sacerdotes e escribas, não responde nada. (Mc 11,27-33). A parábola da vinha (Mc 12,1-12).
20,20-44: Os Saduceus são desarmados. A pergunta sobre os impostos a Cesar (Mc 12,13-17). A pergunta sobre a ressurreição. (Mc 12,18-27) O Messias é humilde (Mc 12,35-40)
 20,45-47: Cuidado com os escribas que gostam de aparecer, mas são exploradores dos humildes. A esmola da viúva (Mc 12,41-44)
21,1-4: A esmola da viúva pobre é exemplo para os discípulos. (Mc 41-44)

LUCAS 21,5-38: O FIM DO TEMPLO NÃO É O FIM DO MUNDO. O FIM DO MUNDO AINDA NÃO CHEGOU. (Já foi estudado em Marcos 13,1-37. Só leitura)
5-6: Anúncio da ruína do Templo. (Mc 13,1-2)
7-11: Sinais do Juízo final. (Mc 13,3-8)
12-19: Antes de tudo acontecer, os discípulos serão perseguidos dando testemunho de fidelidade. (Mc 13,9-13)
20-24: O julgamento de Jerusalém. (Mc 13,14-19)
25-27: A vinda do Filho do Homem. (Mc 13,24-27)
28-33: A aproximação do Reino de Deus (Mc 13,28-31)
34-38: Exortação à vigilância (Mc 13,35-37)




6º. BLOCO: LUCAS 22,1-24.53
“Prova de amor maior não há do que dar a vida pelo irmão”
Morte e Ressurreição: a nova criação já começou!

Lc 22,1-6: Os discípulos são tentados. O Mestre já foi tentado no deserto (Lc 4,13), agora chegou a hora de tentar confundir os discípulos . Judas trai Jesus por dinheiro (cf.16,13). (Só leitura)


LUCAS 22,7-20:  “ DESEJEI MUITO COMER ESTA PÁSCOA COM VOCÊS”!         
7-13: Preparativos para a Ceia Pascal. Jesus pensa em tudo para preparar bem a celebração desta última páscoa com seus amigos. Combina as coisas com pessoas bem conhecidas da cidade. Ele mantém até certo segredo, pois Jesus está sendo procurado para ser preso.
14-18: Início da Ceia Pascal. Até que enfim chegou o momento tão desejado, pois Jesus tem um desejo ardente de levar a bom termo o projeto do Pai: a passagem da opressão da lei antiga para a revelação da Lei do Amor que pertence à Nova Aliança. Beber o cálice significa cumprir a missão recebida do Pai.
19-20: A instituição da Eucaristia. Jesus e os discípulos estão reunidos para comer o cordeiro pascal e assim lembrar a libertação da opressão do Egito. De um lado hã os discípulos, inseguros sem entender bem. De outro lado há Jesus que faz um gesto de partilha, convidando os discípulos a tomar seu corpo e o seu sangue. É Jesus que dá sua vida para todos terem vida e conhecer o amor do Pai. Os discípulos deverão fazer a mesma coisa, servindo sem medo e de forma radical.
Ler, contar, meditar, rezar, agir. Como este texto nos ajuda a entender melhor o significado da Missa? Como os discípulos renovam a aliança entre si e Deus, no dia-dia da vida?

Lucas escreve relatando Marcos. Só para leitura. (Trecho estudado em Marcos 14,22-31)
Lucas 22,21-38: Os discípulos tentados. O tentador não está rodeando apenas Judas, mas a todos os discípulos. Enquanto Judas  já caiu nas garras do tentador, os demais são tentados também, pois estão de novo discutindo sobre quem seria o maior. Jesus tem rezado por Pedro, mas percebe que ele também vai ser seduzido. Últimas inúteis recomendações aos discípulos.

LUCAS 22,39-46: A ORAÇÃO DE JESUS NO HORTO DAS OLIVEIRAS.
Chegou a hora da grande tentação: assumir o papel de Messias glorioso ou continuar pelo caminho do Servo humilde, do serviço ao povo? Chegou “a hora do poder das trevas”. Mas Jesus é o vencedor de todas as tentações.
39-40: Tentação e angústia. Jesus está sentindo a angústia provocada pela tentação, pois podia subir o Monte das Oliveiras, alcançar o deserto, estaria livre e escapar de beber o cálice. Não quer que os discípulos sofram a mesma tentação.
41-42: A oração da total entrega. Jesus reza de joelho. Ele deve estar muito angustiado por naquele tempo o costume era rezar em pé. Mas Jesus faz uma oração de total entrega, não volta atrás, não quer fugir. Ele assume ser o Messias-Servo.
43-44: O anjo de Deus ajuda a beber o cálice. O anjo do Céu é o próprio Pai que vem para ajudá-lo a continuar no caminho de sua Missão até o fim. Suor de sangue é sinal de que a angústia que o envolve é muito grande. É pela oração que Jesus reencontra a paz e se sente atendido.
45-46: Resistir à tentação. Jesus se levanta e vai ao encontro dos discípulos que estão dormindo de tristeza. Pede que reze para não cai em tentação. A tentação faz parte da vida e é através da oração que se vence a tentação.
Ler, contar, meditar, rezar, agir. Jesus se fortaleceu na oração. Como é a nossa oração na hora da angústia?
Lucas escreve relatando Marcos. Só para leitura.
Lucas 22, 47-53: A hora do poder das trevas( Marcos 14,43-49)
Lucas 22, 54-65: Pedro cai na tentação. ( Marcos 14,53-65).
Lucas 22,66-71: Quem é Jesus. ( Marcos 14,61-64).
Lucas 23, 1-5: Jesus diante de Pilatos ( Marcos 15,1-5)
Lucas 23,6-25: Jesus diante de Herodes. Pilatos manda Jesus para Herodes. Mas ninguém dos dois encontra culpa em Jesus. Lucas tem interesse em inocentar Pilatos para inocentar os cristãos diante do Império Romano. Fica evidente para Teófilo e aos que temiam aceitar o cristianismo que os cristãos não tinham por “Senhor e Mestre” um  terrorista ou um guerrilheiro.
Lucas 23, 26-43: Quem é quem diante da Cruz de Jesus.
 23,26-43: Simão de Cirene é mais um discípulo que abraça a causa de Jesus carregando sua cruz até o fim (Marcos 15, 21-32). As mulheres choravam por Jesus. Os soldados crucificavam e caçoavam, o povo ficava olhando, os chefes zombavam, um dos criminosos o insultava, o outro pedia-lhe perdão.

LUCAS 23,44-24,12:  MORTE E RESSURREIÇÃO.
Os inimigos do Reino e do Messias-Servo conseguem realizar o seu péssimo projeto e matam Jesus. Vencem mas não convencem, pois não conseguem cancelar a bondade e o amor de Jesus. Muito pelo contrário! Lucas mostra como Jesus, enquanto está sendo vítima da crueldade dos homens, revela a ternura de Deus e nos dá a suprema prova de amor,  consolando e perdoando.
44-46: A morte de Jesus. Jesus está pendurado na cruz, ao meio dia, o sol escurece, as trevas invadem a terra. O véu do Santuário se rasgou no meio para dizer que o Antigo Testamento terminou e agora Deus se revela através de Jesus. Jesus dá um forte grito, é o grito do povo oprimido que Deus escuta (Ex 2,23-25). Jesus resume toda a sua vida dizendo: “Pai em tuas mãos entrego meu espírito”.
47-48: As reações diante da morte de Jesus. Um estrangeiro, centurião romano acredita expressa sua fé. A  multidão volta para casa arrependida por ter pedido a condenação de Jesus... Nunca é tarde.
 49: As testemunhas da morte de Jesus. Os amigos e mulheres que o haviam acompanhado desde a Galiléia permanecem à distância, observando tudo. Luca indica a fonte de suas pesquisas para depois escrever.
50-54: O enterro de Jesus. José de Arimatéia, membro do Sinédrio, que não concordara com a morte de Jesus, cuida do enterro. Estava terminando o sexto dia, a sexta feira, dia da nova criação. Jesus descansa no 7º. Dia, como Deus no Gênesis.
55-56: As mulheres testemunhas do enterro de Jesus. Havia ali muitos sepulcros, alguns fechados, outros abertos. As mulheres seguindo José de Arimatéia viram onde Jesus foi sepultado, observam bem e fixam na memória. Aquele sepulcro aberto do domingo de Páscoa é realmente de Jesus.
LUCAS 24, 1-3: O túmulo vazio e a pedra removida. Informações detalhadas sobre o dia e a hora. A fé das mulheres na ressurreição não foi fruto de fantasia, pois vêem que a pedra já tinha sido removida e no sepulcro não encontram o coró de Jesus. Estes são os fatos, mas qual é o seu significado?
4-8: O significado dos fatos: o anúncio da ressurreição. Dois homens em vestes fulgurantes interpretam o significado destes fatos: “Jesus está vivo. Ele ressuscitou”. Elas lembram as palavras do próprio Jesus e as palavras da Escritura. Daqui para frente, a palavra de Jesus e a palavra da Escritura têm o mesmo valor.
9-12: Os Apóstolos não acreditam no testemunho das mulheres. As mulheres em que não acreditam são: Maria Madalena, Joana, Maria a mãe de Tiago e outras mais. Dizem que é uma fantasia, uma invenção, uma fofoca. Naquela época, as mulheres não podiam testemunhar nada, mas Jesus ordena às mulheres que testemunhem mesmo, pois Jesus quer mudar as idéias velhas nas cabeças das pessoas.. Lucas lembra que Pedro foi ao túmulo, o encontra vazio e volta para casa. Mas não chega a crer. Fica apenas surpreso.
Ler, contar, meditar, rezar, agir. Quais os fenômenos que acompanham a morte de Jesus? As nossas Comunidades como estão dando testemunho da morte e da ressurreição de Jesus? E os homens dão credito  ao testemunho ou às propostas pastorais das mulheres?


2 comentários:

Ricardo Soares disse...

Encontrei muita coisa edificante neste estudo. Agradeço de coração.
Obrigado.

Menendez disse...

Todos nós leigos deveríamos nos ater a este tipo de estudo, muito profundo e ao mesmo tempo muito didático, essencialmente esclarecedor. O que falta especialmente aos católicos é esta coragem de aprofundar-se mais na doutrina bíblica e da igreja (sem ir ao fanatismo), pois só assim não ficaremos á mercê de nossos irmãos protestantes que com qualquer coisinha conseguem retirar irmãos nossos mal informados para o seio deles.