A CULTURA DA TOLERÂNCIA


O encontro começou com a oração de um Daimista, enquanto a partilha foi iniciada por um depoimento de um Pastor e de um Padre: um evento talvez único no Brasil, que se repete  numa sala da Catedral de Rio Branco com uma participação cada vez mais numerosa.

São encontros promovidos pelo Instituto Ecumênico “Fé e Política” onde se tenta praticar uma eclesiologia de comunhão que favoreça a cultura da tolerância nesta cidade de pluralismo religioso.

É muito emocionante reconhecer os valores vivenciados no outro como a mesma fé num só Deus que é Pai de todos, a fé em Jesus Cristo, Senhor e Salvador que derramou seu sangue precioso por toda a humanidade, no Espírito Santo que é o Amor Divino derramado em nossos corações. É muito prazeroso compartilhar os mesmos sonhos numa sociedade justa e fraterna, juntar nossas preocupações e ações para uma política mais consagrada ao bem comum, debater problemas sobre democracia, ecologia, saúde e segurança pública.

Mas não é fácil: precisa que em todos haja uma vontade de conversão pessoal para reconhecer que a liberdade de consciência e a liberdade religiosa, são direitos fundamentais da pessoa humana e que nas comunidades de todas as tradições cristãs há a presença da fé e da graça, a ação do Espírito Santo e a vitalidade dos seus dons e que o outro tem valores e experiências de vida cristã importantíssimos para o  crescimento humano e cristão da gente.

Agora não se trata mais de insistir nas contraposições, mas de privilegiar caminhos de reconciliação e de comunhão, pois a intolerância representa uma ameaça, um escândalo, um pecado e um atraso diante do desejo de Cristo: “Que todos sejam um, como tu, Pai, estás em mim e eu em ti. E para que também eles estejam em nós, a fim de que o mundo acredite que tu me enviaste”. (Jo 17,21).

A experiência ecumênica é fundamental aqui em Rio Branco, pois nenhuma ofensa ou violência pode ser cometida em nome da religião ou de um versículo bíblico, mas ao contrário, pela força da fé seremos testemunhas de reconciliação, de perdão e de auxílio mútuo, unidos na luta comum para o bem-estar da família e do futuro do nosso país. De fato todos os seres humanos, independentemente de religião, raça, sexo e origem étnica, tem direito á educação, à saúde, e à oportunidade de obter uma subsistência segura e sustentável e também à liberdade religiosa.

Até o Código Penal Brasileiro considera crime “zombar publicamente de alguém por motivo de crença religiosa, impedir  ou perturbar cerimônia ou culto, e ofender publicamente, imagens e outros objetos de culto religioso” (art. 208).

A Cultura da Tolerância ainda é uma sementinha aqui em Rio Branco, mas  está sendo cultivada por um numero crescente de pessoas, inclusive por aquelas que se declaram “sem religião.” Esta aproximação entre crentes e não-crentes, católicos e evangélicos, daimistas, afro e espíritas, cada um mantendo sua identidade, favorece e enriquece a todos, pois todos possuimos riquezas que devem ser partilhadas.

Se isso deve acontecer normalmente na sociedade civil onde todos devem ser aceitos e ajudados a conviver na comunhão social, independente de escolha religiosa, política, sexual, com mais motivos e  de uma forma ainda mais forte deve acontecer nas Comunidades cristãs que se reúnem e agem em nome de Cristo.
E está começando a acontecer...na paz de Cristo e no Axé.




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por um número de participantes cada vez mais numer seminário existe para formar os futuros padres, não só nas ciências teológicas, mas para adquirir um estilo de vida que sabe se relacionar com as pessoas a quem é chamado a transmitir a Palavra do mestre Jesus e entrar em empatia com o povo para compreender melhor suas necessidades e seus anseios mais profundos.

E  o sacerdote deve saber se relacionar com todo o rebanho dos fiéis e sobretudo com aqueles que não acreditam mais e se declaram “sem religião”. Seria suficiente lembrar a parábola do Bom Pastor que deixa as noventa e nove ovelhas  para procurar quem não está presente no rebanho. Nesta página do Evangelho se resume assim  a missão do sacerdote que não só  saberá acolher  aquele quem não crê, mas  ir sobretudo á sua procura, com respeito e no diálogo.
Esta busca nos tempos pós modernos não parece porém ser muito praticada pois constitui o maior desafio do evangelizador , talvez por um sentimento de respeito das opiniões neste mundo pluralista ou talvez por uma tendência hoje dominante de se fechar entre os próprios fiéis no templo, felizes de nadar em aquário e em águas tranqüilas, no lugar  de navegar em águas mais profundas e marcar presença nos areópagos modernos.

Quando esta atitude de fechamento se torna geral, acaba acontecendo a separação do grupo dos crentes do grupo dos não crentes, quase que estes resistindo à chamada se tornassem os culpados e por isso mesmo quase  os cabritos  da esquerda do Senhor. Uma atitude que lá onde se verificasse poderia se configurar numa espécie de racismo religioso, para usar uma expressão um pouco forte e provocatória.
Mas o  ateísmo não é necessariamente uma ideologia de oposição radical a Deus e aos seus fiéis, como  se fosse uma forma de fundamentalismo definindo errados e alienados todos aqueles que acreditam.
Na verdade quem não crê é simplesmente aquele que não teve ainda a oportunidade de encontrar pessoalmente a Deus e ainda não teve a experiência daquele dom que se chama de fé que pode chegar ou não chegar. Esta é uma  extraordinária experiência que   o sacerdote tem a missão de favorecer porque quando acontece sacode e muda a vida.

Neste sentido o sacerdote deverá se sintonizar com as inquietudes, os questionamentos, as buscas espirituais e  operar  especialmente em favor daqueles que não acreditam e que ansiosamente procuram  às apalpadelas.

O sacerdote que compreende  a  grandeza e a originalidade do Cristianismo, transmite a fé num  Deus que é Pai, Criador, Salvador e que não deixa no abandono esta humanidade, tentada de usar de sua liberdade para se destruir. Mas a palavra chave é crer.
Crer e se alegrar  que o homem tenha enormes poderes, para favorecer o desenvolvimento científico e tecnológico, que saiba favorecer o bem estar, o progresso e a felicidade de todos os povos, nas  crer também nos limites humanos, pois nenhum avanço tecnológico poderá  libertar e salvar um homem diante da morte, pois a morte continua sendo um grande mistério.
E o sacerdote continua convidando ao templo não para desafiar, mas para mostrar a beleza do sagrado, oportunizar um ambiente de silêncio e de meditação, de amizade, de diálogo e a possibilidade de ter a agradável experiência de se sentir um filho muito amado e a  este Pai amoroso  pertencer.

Esta aproximação entre crentes e não-crentes favorece a todos, enriquece a todos, pois todos possuem riquezas que devem ser partilhadas; Isso deve acontecer normalmente na sociedade civil onde todos devem ser aceitos ajudados a conviver na comunhão social, independente de escolha religiosa, política, sexual, mas de uma forma ainda mais forte deve acontecer na Comunidade cristã que se reúne e age em nome de Cristo.


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