PADRES E PASTORES EM CAMPANHA CONTRA A IDOLATRIA.





O Carnaval já terminou e das cinzas da Quarta Feira já está brotando  a flor da Campanha da Fraternidade  que neste ano quer propor à Sociedade civil e à Igrejas um grande debate sobre a Economia, que é a arte de administrar a  casa comum do nosso Planeta Terra.


Padres, Pastores, Daimistas e representantes de Cultos Afros brasileiros já estão articulando vários encontros sobre este assunto, pois como ensina o  Mestre comum: “Ninguém pode servir a dois senhores: a Deus e ao dinheiro” (Mt 6,24).
Para Jesus o dinheiro se não for bem adquirido ou usado, pode até se tornar “Mamon”, o ídolo pagão, o deus do dinheiro, o deus do luxo e  da pompa, que se apresentava cheio de  riquezas. Se o dinheiro tomar o lugar de Deus e for considerado mais  importante  do que a pessoa humana, então seremos  todos levados  à idolatria , que é o pecado mais  perigoso dos tempos modernos, seja para uma religião, seja para a organização de uma sociedade.


Esta Campanha da Fraternidade Ecumênica espera mobilizar Igrejas e sociedade para dar respostas concretas à vida e às necessidades básicas das pessoas e para  salvaguardar e cuidar da Terra e da vida de todos os seres que nela habitam. Enfim, é uma Campanha por uma Economia a serviço da vida em vista da cultura da paz, para contribuir a formar uma nova mentalidade capaz de respeitar o bem comum e a dignidade para todos.
Padres  e pastores que por sua missão dividem o seu tempo entre Missas ou Cultos e Visitas aos seus respectivos rebanhos, experimentam de perto que, apesar do crescimento econômico bem visível até nas ruas caóticas da nossa cidade engarrafadas de carros,  este atual modelo econômico continua criando a exclusão, a miséria, a fome,  o desemprego. E mais ainda: o grande pecado desta Economia é esquecer a dignidade e os direitos das pessoas para  gerar um “lucro desigual, o consumismo desenfreado, o acúmulo de bens nas mãos de poucos e a destruição da natureza”. Esta nossa quinta economia do mundo infelizmente, ainda tem quase 40 milhões de pessoas abaixo da linha de pobreza e não há ainda trabalho e saúde para todos.


As Comunidades cristãs  são convidadas a parar, refletir e procurar parceiros para agir.  Já começamos a  estudar “ecumenicamente” o material do evento que propõe a conscientização sobre alguns temas econômicos  com textos e gráficos, que às vezes são pouco conhecidos por grande parte da população. Em relação à dívida interna, por exemplo, o Manual da Campanha diz: "Apesar de os gastos com juros e amortizações da dívida pública consumirem mais de 30% dos recursos orçamentários do país, essas dívidas não param de crescer. A dívida interna alcançou a gigantesca cifra de R$ 1,6 trilhão em dezembro de 2008, tendo apresentado crescimento acelerado nos últimos anos".
Padres e Pastores por sua missão anunciam a Boa Nova do Evangelho aos pobres e neste caso fazem questão de sonhar juntos com suas Comunidades dias melhores, onde as políticas públicas sejam elaboradas com a participação de todos e a partir do chão que os excluídos pisam e a partir do prato que os pobres sonham.

Mas o  Mestre Jesus quer principalmente tocar e converter o nosso coração de religiosos, chamados a  servir, sobretudo os pobres e excluídos. E isso faz a diferencia, pois nesta sociedade de competição e de lucro fácil, quando há alguém que escolha colocar sua vida a serviço dos excluídos e descartáveis da sociedade, se torna algo de surpreendente.

O Religioso já prometeu isso no dia de seu envio em missão e escolheu de pertencer totalmente a Deus, de seguir o caminho de Jesus e de querer  estar ao lado dos últimos  para lhes anunciar os valores do Reino e terem cidadania. Isso  não lhe seria possível se o Religioso estivesse  nadando na riqueza e no luxo ou simplesmente se estivesse apegado aos bens materiais, pois “ não podeis servir a Deus e ao dinheiro,” isto é,  ninguém consegue assobiar e chupar cana ao mesmo tempo. Ou faz uma coisa ou faz outra.

A Campanha da Fraternidade sobre “Economia e Vida” é mais um apelo que nos vem de Deus para termos uma relação harmônica com a natureza,  assumirmos um estilo de vida simples, sóbrio, respeitoso com o meio ambiente, que nos liberte do consumismo desenfreado, da depredação do meio ambiente que  inviabiliza a vida na terra.
 Afinal...  é tempo de conversão pessoal, comunitária e social.

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