A VOCAÇÃO

  • A Vocação.

O Sacerdote é um privilegiado, pois desde a sua juventude, entrando no Seminário  é acompanhado por uma equipe qualificada de educadores para discernir sua vocação: Bispo,  Reitor, Diretor Espiritual, Professores e até a Comunidade Cristã em que se insere por causa de sua prática pastoral.

Mas convenhamos: todo profissional e  todo trabalhador  deveria  seguir, conhecer e realizar plenamente sua vocação para expressar suas qualidades, talentos, dedicação e amor na área escolhida.
Vocação em termos gerais significa o chamado para exercer um papel social e comunitário. A vocação é importante para cada pessoa se sentir realizada e feliz, para tornar o trabalho bem prazeroso, uma verdadeira missão e um verdadeiro sacerdócio. 
Triste é o caso de um jovem talentoso e com boa disposição nas artes ou com forte tendência para a literatura ou para a matemática, com vocação ao ensinamento e de repente  é obrigado a ficar num escritório sentado horas seguidas mexendo com burocracia.
Para o padre esta, é uma condição fundamental e necessária para se sentir realizado plenamente em sua vocação - missão.
  • Vocação Sacerdotal.                                                                                                               

 Se o significado de uma vocação normal é de um chamado, quanto mais é a vocação do sacerdote, pois para ele se fala de um chamado do Senhor para servi-lo em vista da salvação do homem aqui neste mundo e no Reino definitivo.
Mas o sacerdote sendo um homem como os demais, com sua personalidade, caráter e  psicologia, também sua vocação será  afetada pelas características pessoais e pelo ambiente em que se criou.
Assim na nossa diocese, apesar do reduzido numero de padres, podemos notar a diferencia de visão, de postura e de relacionamento de cada um deles.  Mesmo vivendo evangelicamente sua vocação, há padres que se caracterizam por personalidades diferentes e por vezes conflitantes nos mais variados campos de atuação, como no ensinamento, na animação litúrgica, no atendimento espiritual, na organização da paróquia ou  das diferentes pastorais.

É por aqui que o jovem escolhendo a vocação sacerdotal se encontra diante de um leque tão variado e rico de opções que não pode não sentir-se privilegiado, pois segundo seus talentos que na espiritualidade se chamam de “dons”, ele tem escolha para se dedicar à pregação na igreja, nas praças, na TV, na Rádio, escrever nos jornais, organizar bandas musicais, articular campeonatos de esporte com a juventude, se dedicar ao ensinamento nas escolas, promover cooperativas, visitar famílias navegando nos rios, ou andando dias seguidos a pé nos varadouros entre seringueiros, colonos, índios e tantas mil atividades.

  • O encontro pessoal com Cristo.

Mas o que unifica e qualifica a vocação do padre é o encontro pessoal com Jesus Cristo, que deve acontecer  antes e continuar depois da escolha definitiva manifestada no dia da Ordenação Sacerdotal.
Este encontro na verdade ainda não constitui a vocação sacerdotal, pois nem todas as pessoas de fé que tiveram este encontro pessoal com Jesus têm a vocação para se tornarem  sacerdotes.  Na realidade para acolher o chamado se exige que através deste encontro com o Deus vivo se receba claramente e profundamente o chamado pessoal a  segui-lo  com dedicação total, que dispensa outros  relacionamentos exclusivos com outras pessoas ou apegos exclusivos a outras atividades a não ser a da evangelização e do serviço litúrgico.

  • Padre: homem realizado.

A realização do padre se explica na radicalidade de sua escolha de "deixar tudo e seguir Jesus”. Se isso for compreendido, então se achará absurda a insistência de querer o padre realizado e feliz só quando casado e com  família, ou deputado ou gerente, ou empreendedor  ou mesmo açougueiro, pois o padre é um apaixonados por Jesus, sua proposta e sua mensagem.
Claro, há também a posição do descrente que nega o sacerdócio porque nega a Deus e julga que este apaixonado pelo Evangelho não tenha todos os parafusos certinhos e viva um pouco na   ilusão. Mas ninguém pode duvidar da possibilidade de uma experiência espiritual profunda que transforma a vida de uma pessoa e a leva a tomar decisões tão radicais como as do sacerdote.  O Sem a fé ninguém poderá entender a vocação sacerdotal, mas é difícil deixar de admirar aqueles que nesta vocação se realizam e se dedicam com retidão e entusiasmo.

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