PADRE CELIBATÁRIO NÃO PEDÓFILO E FELIZ.



Todos têm direito de ter uma convivência sadia, alegre e equilibrada com as pessoas. E' claro que nem todos entendem e escolhem o celibato pelo Reino de Deus, mas todos somos chamados a viver uma sexualidade sadia. 

Ter uma sexualidade sadia, no meu entendimento, é ficar encantado pelo brilho dos olhos de uma pessoa e não catalogá-la e cobiçá-a pelas curvas de seu corpo e de suas pernas. É poder abraçar qualquer um para manifestar amizade, consideração, alegria de encontrá-lo e sem segundas intenções.
Eu sou um sacerdote celibatário e feliz de minha escolha, fico encantado com a espontaneidade da criança, surpreso pelas transformações de um adolescente, fascinado pelo idealismo de um jovem e comovido pela vontade de viver feliz de uma vovó cheia de energias. Para quem optou conscientemente pelo celibato, tudo  é motivo de alegria, pois a felicidade é se alegrar sempre pela felicidade dos outros.

Hoje, notícias de padres envolvidos com o crime de pedofilia se difundiram de modo insistente e isso é motivo de tristeza para quem ama sua Igreja. Outras notícias sobre pedofilia praticada por  pais, primos, educadores profissionais e homens públicos, demonstram que a área da sexualidade humana está exigindo medidas urgentes.

Como padre, estou preocupado demais com a formação que está sendo dada aos candidatos ao sacerdócio, pois de Jesus aprendemos: “Ai daqueles que escandalizam um desses pequeninos!”( Mt 18,6) E de São Paulo ouvimos: “Não foi isso que aprendestes de Cristo.”
O papa Bento XVI  cobra tolerância zero e está sendo claro quando dirige sua palavra às vítimas de abusos e aos seus abusadores. “Dizer que é lamentável, deplorável, vergonhoso, é pouco! Em nenhum catecismo, livro de orientação religiosa, moral ou comportamental da Igreja isso jamais foi aprovado ou ensinado! Além do dano causado às vítimas, é imenso o dano à própria Igreja.” E o Papa acaba de manifestar neste último domingo dor e vergonha, chorando com os familiares das vítimas na ilha de Malta pelos crimes de alguns de seus sacerdotes.

Até nos círculos sociais de Rio Branco se comenta que está na hora de acabar com o Celibato do Clero. Pode até um dia ser opcional abrindo a possibilidade da ordenação sacerdotal a homens casados,  mas pela experiência que tenho da vida sacerdotal, posso afirmar que o celibato não é a causa da pedofilia. Porém  posso infelizmente suspeitar que o Celibato possa se tornar o esconderijo de pedófilos ou de gente com taras desenfreadas que até no Casamento envergonhariam  suas famílias, suas esposas e seus filhos. Mulher nenhuma merece gente assim, família nenhuma se constrói com pai pedófilo. Infelizmente esse não é  um problema somente de padres: a maioria absoluta dos abusos sexuais de crianças acontece debaixo do teto familiar e no círculo do parentesco. O problema é bem mais amplo!

Mas você amigo leitor tem razão de esperar notícias melhores da Igreja, dos padres, religiosos e de todos os cristãos, conforme a recomendação de Jesus a seus discípulos: “Brilhe a vossa luz diante dos homens, para que eles, vendo vossas boas obras, glorifiquem o Pai que está nos céus!”( Mt 5,16)

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