CINCO PASSOS DE FORMAÇÃO INTEGRAL, QUERIGMÁTICA E PERMANENTE DOS DISCÍPULOS MISSIONÁRIOS.


Para termos uma Igreja de discípulos missionários de Jesus Cristo, precisamos de uma clara e decidida opção pela formação dos membros de nossas Comunidades, qualquer que seja a função que desenvolvem nas diferentes Pastorais.
Cinco passos de formação que se complementam e se alimentam entre si. (DA 278)
1.       O Encontro com Jesus Cristo.  
O encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo é considerado como fundamental para o novo lançamento da missão da Igreja nas novas circunstâncias latino-americanas e mundiais. (DA 11)
Pode ser chamado de “Novo Despertar Espiritual”, ou “Sacudida Especial”, ou “Retomada de Consciência de nossa vocação cristã”, ou “Batismo no Espírito Santo”. Enfim, o encontro com Cristo é certamente o primeiro passo que dá origem à iniciação cristã e que deverá ser cultivado em todas as atividades da Igreja.

A pessoa é tocada pelo anúncio do querigma, que favorece uma autêntica experiência religiosa, profunda e intensa, capaz de encantar, de entusiasmar e de transformar. Logo em seguida a pessoa é acolhida fraternalmente na Comunidade, onde se sente valorizada e incluída e onde poderá aprofundar o conhecimento da Palavra de Deus e os conteúdos da fé.
Na caminhada da nossa Igreja, muitos testemunhos foram dados a respeito, destacando-se, de forma preferencial, o Ministério da Acolhida e da Visitação, as Celebrações vivas e animadas, o testemunho de fraternidade, os Retiros espirituais, o Encontro de Casais com Cristo, os Seminários de Vida.
Quem faz parte de qualquer Pastoral ou Movimento na Igreja deverá saber que a sua primeira missão será a de favorecer o encontro com Cristo das pessoas que cheguem procurando qualquer serviço na Comunidade.

- Favorecer este encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo é tarefa permanente da Comunidade e de todas as Pastorais, Serviços e Movimentos.


2.       A Conversão.

 O encontro com Cristo deve levar à conversão, chegando a mudar  até a forma de pensar e de viver: este é o grande desafio neste mundo de valores materialistas que constituem a Cultura hostil de que nos fala o Documento de Aparecida, ameaçando os Valores Cristãos, proclamados por Jesus no Evangelho. Como:

- Justiça, Gratuidade, Solidariedade, Partilha, Dignidade, Direitos de todos, Opção pelos pobres, Honestidade, Bioética, Caráter sagrado da vida humana, valorização da família e do amor conjugal, Dignidade do trabalho e do trabalhador, Valor di Corpo como moradia de Deus, Sexualidade humana, Desenvolvimento global e solidário, Participação popular, Ecologia e cuidado com o meio ambiente. Respeito e diálogo com as diversidades. Enfim os valores da Ética na política, na Economia e nas Comunicações.
A Conversão nos leva pessoalmente a  um novo estilo de vida que é a espiritualidade  inspirada no seguimento de Jesus. A pessoa convertida sabe o que faz, porque o faz e assume as conseqüências, pois adquire um comportamento convicto, honesto, sincero, solidário,  ama a sua família, ama sua Comunidade e valoriza tudo o que há de bom nas pessoas. Sabe se divertir, sabe se vestir, sabe como e quando organizar uma festa, valoriza sua dignidade de filho de Deus, dentro e fora da Igreja.
A pessoa convertida é humilde e educável, pode cair, mas  se levanta, aceita as provações e o sacrifício, sabe perdoar  e conhece o valor do  Sacramento da Reconciliação.
- Este segundo passo poderia ser escolhido como prioridade do ano de 2009, destacando-se o tema “Valores Cristãos” para serem  estudados e vivenciados, prioridade suspensa no ano de 2006.

3. O Discipulado.
1.    O discípulo é um aprendiz, isto é, alguém que quer aprender. O discípulo escuta na Celebração dominical a Palavra do Mestre para testemunhá-la e anunciá-la ao longo da semana. (Mt. 11, 25-30) «Carreguem a minha carga e aprendam de mim, porque sou manso e humilde de coração...»

2.    O discípulo é um seguidor. O discípulo segue o Mestre para onde ele o conduzir. Para fazer isso, o discípulo precisa estar disponível. Decide que não importa o sacrifício e nada o afastará da decisão de seguir o seu Mestre. ( Mt. 10, 38 e Lc. 14, 27). Jesus é o único Mestre e não há mais ninguém que nos ofereça outra Verdade. (Mt 23,8.10)

3.    O discípulo é chamado a morar com o Mestre e no caso de Jesus que era um Mestre ambulante, o discípulo deve estar disposto a estar com ele em qualquer lugar, até aos pés da Cruz, se precisar. (Jo 1,35-40)

4.    O discípulo está em estado de contínua conversão.. Nunca irá parar de procurar a perfeição ou a santidade pois o caminho dura toda a vida: ”Quem perseverar até o fim será salvo” (Mt 24,13)

5.     O discípulo partilha o modo de pensar e de viver do Mestre: a fé, a confiança no amor do Pai, o amor pelos pobres, doentes, pecadores, a certeza do Reino de Deus, as bem-aventuranças, o mistério da morte e da ressurreição, a missão de salvar todos os homens, o Dom do Espírito Santo. (Mt 5, 1-12 )

6.    O discípulo é amigo íntimo do Mestre: « Eu chamo vocês de amigos, porque eu comuniquei a vocês tudo o que ouvi do meu Pai (Jo 15,15) E assim a intimidade entre Jesus e os discípulos supera a intimidade entre os membros de uma família: «Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe». (Mc 3,35)

7.  O discípulo é chamado a se tornar apóstolo. Ele não pode construir a sua tenda no monte Tabor para aí ficar: deve descer e se comprometer no ministério, e o seu serviço não é aquele de quem trabalha por uma recompensa, mas de quem trabalha por amor de quem o chamou, isto é de Jesus.


4.       A Comunhão.

O discípulo  cultiva a pertença à Igreja que é “a casa e a escola de comunhão” (DGAE 53). O discípulo não vive na dispersão e no anonimato, não tem somente alguma ligação com a Igreja, mas vive em comunhão com Ela.
A Igreja consegue evangelizar só se for  comunidade do amor que atrai na medida em que seus membros vivem o amor fraterno. Deste modo a Comunhão e a Missão estão profundamente unidas entre si.

Na experiência das nossas Comunidades o que favorece isso é a acolhida  fraterna, a escuta, o diálogo, a participação com voz e vez de todos, a correção fraterna, a avaliação pastoral sincera.
Quem trabalha na Comunidade deverá aprender a exercitar a autoridade do bom pastor que conhece a situação de suas ovelhas, chama-as pelo nome,  fortalece a fé e a confiança e caminha juntos sem autoritarismo
Na Comunidade cristã ninguém  se sente freguês ou consumidor, mas todos sentem-se co-responsáveis, pois todos estamos a serviço daquele que encontramos e nos chamou.

A Comunhão fraterna ou eclesial se manifesta quando se considera a Igreja como a nossa própria família, quando há colaboração e não competição entre as Comunidades, Pastorais e Movimentos, quando há participação na elaboração do plano de trabalho e na sua execução, quando há participação no Dízimo, quando há gestos de apoio e de solidariedade aos irmãos, quando há participação em carregar as tarefas comunitárias, quando há presença ativa e pontual nos encontros das Pastorais, na divulgação das orientações da paróquia e da diocese, das suas programações, iniciativas, programas de TV, Rádio e Revistas.

5.      A Missão.

A Igreja é uma Comunidade missionária e os seus membros são discípulos que amam seu Senhor e necessitam de compartilhar com os outros a alegria de anunciar aquele Jesus Cristo que encontraram e o compromisso de construir o Reino de Deus.
As atuais Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora continuam ressaltando o serviço, o diálogo, o anúncio e o testemunho de comunhão como quatro exigências intrínsecas da evangelização missionária.

- O missionário coloca-se assim a serviço humilde de Jesus e do próximo, cultivando o respeito aos outros, conhecendo  seus problemas e seus anseios, compartilhando de suas alegrias e de suas tristezas.

- O missionário escuta e dialoga com Deus e com os irmãos. Não entra em competição com ninguém e evita qualquer intolerância, reconhecendo que nas demais opções humanas e religiosas estão presentes as “sementes do verbo”.

- O missionário, no respeito das demais crenças, esclarece as razões de sua esperança e chega ao anúncio do Evangelho, Palavra viva de Jesus, Filho de Deus feito homem, morto e ressuscitado, que oferece a salvação a todos como dom da graça e da misericórdia do mesmo Deus”. (EN)

- O missionário vive sua fé na Comunidade cristã que é missionária por vocação. Nela todos os membros e as Pastorais atuantes, com sua visão missionária testemunham os sentimentos de Jesus Cristo, a partir do amor, sendo sinal claro que Jesus está vivo e continua agindo na sua Igreja.


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