O DOCUMENTO DE APARECIDA é o resultado da Caminhada de milhares de Comunidades espalhadas pelo Brasil afora e nos outros países da América Latina e do Centro América (Caribe).
Foi elaborado pelos Bispos reunidos em Aparecida do Norte, nas dependências do Santuário, de 13 a 31 de Maio de 2007.
Quem está vivenciando as SMP na nossa diocese de Rio Branco, irá conseguir entender melhor, pois já sabe na prática o que significa “Discípulo Missionário” e já tem um pouco de conhecimento pela leitura do livro “SANTAS MISSÕES POPULARES” e do livro “DAR SENTIDO VERDADEIRO À VIDA” do padre Luiz Mosconi.
DOCUMENTO DE APARECIDA
INTRODUÇÃO (1-18)
O Documento, procura ajudar todos os católicos a serem Discípulos Missionários de Jesus Cristo, pelo fato de terem sido batizados.
1. Mas hoje em dia, não é tão fácil assim, pois estamos vivendo uma época caracterizada por dois desafios (Doc. 10):
- a difusão de uma Cultura hostil, contrária ao pensamento e à prática cristã
- a difusão de variadas ofertas religiosas que tratam de responder às necessidades das
pessoas de forma diferente e às vezes de forma materialista, imediatista e distante da
proposta de Jesus.
2. Quais são os valores cristãos ameaçados pela Cultura hostil?
Verificamos que os valores cristãos que estão na base da vida comunitária, justa e fraterna que
vivenciamos nas CEBs, estão sendo ameaçados por uma cultura hostil, isto é, contrária ao ensinamento do Evangelho. Veja alguns dos nossos valores ameaçados:
- A Gratuidade que aparece quando uma pessoa se relaciona com outra sem visar o interesse e sem basear-se nos bens materiais. É querer o bem do outro por amor.
- A Festa verdadeira, que acontece quando as pessoas são consideradas mais importantes do que os bens materiais e nasce pela boa convivência com a vizinhança.
- A Acolhida do outro, que acontece quando colocamos bens e valores a serviço das pessoas, como hospedar pessoas, partilhar e viver a solidariedade com o maior carinho, de forma espontânea e sincera.
- A Teimosia na luta pela vida. É a vontade de viver, superando barreiras e dificuldades, lutando resistindo, agüentando situações quase impossíveis, sem cair no desespero.
- A Luta solidária pela justiça. É quando a gente não pensa só em si, mas junta sua dor e seus anseios às dores e anseios dos outros, querendo justiça e liberdade para todos.
- A Compaixão e Misericórdia. É quando se tem o coração cheio de ternura e se entende quem vive em situação igual ou pior, e mesmo nas dificuldades se tenta solucionar o caso de quem passa pior necessidade.
- A Esperança. É quando se sabe enfrentar e superar situações de desespero, sendo que a última palavra é sempre de esperança.
- A Experiência de Deus. Por ser acolhedor e viver desapegado dos bens, sente-se a necessidade de viver com maior intensidade a presença de Deus em sua vida. Quem se sente amado e protegido por Deus, adquire fortes energias para enfrentar os desafios do dia-a-dia.
3. Quais são os falsos valores do mundo e desta Cultura hostil? (Doc 11)
Infelizmente o mundo de hoje é pagão e quer nos seduzir com falsos valores, bem contrários aos valores cristãos que acabamos de lembrar. O mundo quer nos contaminar com o individualismo, a ganância, a ambição, a corrupção, a desonestidade, o comodismo, a concorrência desleal e cruel, a indiferença aos clamores dos outros, o abuso da sexualidade, a desvalorização da família, o lucro a qualquer custo. Tudo isso é contrário à ética e á moral que nós conhecemos à luz do Evangelho. É a chamada cultura hostil.
8. Variadas ofertas religiosas e pertença à Igreja Católica.
Pode-se ler as páginas xerocadas apresentadas no Conselho Diocesano de Pastoral sobre “O católico e as novas propostas religiosas.”
Os católicos têm motivos de sobra para renovar a pertença à sua Igreja isto é, a sua identidade:
- As origens da Igreja Católica, a sua longa história, a riqueza espiritual, a sua solidez teológica, a eficácia dos sacramentos garantem estar no caminho certo.
- A nossa história é rica de testemunhos de fidelidade de milhares de santos e de mártires que deram até sua vida em favor da verdade e da justiça. Temos sobretudo a presença de Maria, mãe e discípula de Jesus, modelo e exemplo de todos os discípulos de Jesus.
- Para cultivar a pertença à própria Igreja, precisamos todos ter um coração humilde, atencioso à Palavra de Deus, uma grande paixão pela Comunidade, vivenciar a acolhida sincera e fraterna, a escuta, o diálogo, a participação com voz e vez para todos, a revisão de vida, a correção fraterna.
- Enfim quem exerce a autoridade deverá confirmar na fé os irmãos, tendo os sentimentos que foram de Jesus, como amor, serviço, dedicação, respeito, comunhão fraterna e missionariedade. Enfim uma profunda espiritualidade e mística missionária.
9. O Encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo. (Doc. 12-13)
A Igreja diante destes desafios, perigos e ameaças, não pode responder com agressões e brigas, mas trata-se agora de confirmar, renovar a novidade do Evangelho, favorecendo um encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo, que nos torne homens e mulheres novos, discípulos e missionários de seu Reino.
10. A maior ameaça da Igreja hoje. (Doc. 13)
É a mediocridade, é o fazer de conta, é a hipocrisia, o comodismo, é um cristianismo de fachada, só de aparência. É a repetição de fórmulas, é reduzir a nossa fé a algumas normas, proibições ou devoções fragmentadas com participação ocasional.
11. O maior desafio da Igreja hoje. (Doc 14)
É não ter medo (Mt 28,5). É acreditar na vitória de Cristo ressuscitado que nos estimula à conversão e a manter viva a esperança que não engana. É, sobretudo mostrar a capacidade para promover e formar discípulos e missionários que respondam à vocação recebida e comuniquem por toda parte, transbordando de gratidão e alegria, o dom do encontro com Jesus Cristo. Não temos outro tesouro a não ser este. Não temos outra felicidade nem outra prioridade senão a de sermos instrumentos do Espírito de Deus na Igreja, para que Cristo seja encontrado, seguido, amado, adorado, anunciado e comunicado a todos, não obstante todas as dificuldades e resistências. Este é o melhor serviço – o seu serviço! – que a Igreja deve oferecer às pessoas de todas as nações”.
CAPÍTULO 1.
OS DISCÍPULOS MISSIONÁRIOS
12. A Caminhada começa com um encontro. (20-22)
No Evangelho há uma multidão de pessoas que tiveram o encontro mais importante e decisivo de sua vida, um encontro que as preenchia de luz, força e esperança: o encontro com Jesus, sua rocha, sua paz, sua vida.
Hoje, nesta sociedade conturbada, neste clima cultural relativista, isto é, onde parece não haver mais verdade certa, nem rumos certos, precisamos da Igreja, esta Comunidade de irmãos onde amadurecemos uma fé inabalável em Cristo. Isso nos ajuda a permanecer no seu amor e assim viver com a alegre esperança e imensa gratidão, pois Ele é o Filho de Deus verdadeiro, o único Salvador da humanidade, Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida.
13. O Discípulo Missionário vive em ação de graças (Doc. 23-27)
- Agradece porque o Pai nos abençoou na pessoa de Jesus (Ef 1,3) e nos amou primeiro, derramou sobre cada um de nós o Espírito Santo que nos anima, dá a vida, geme e intercede por nós nos fortalecendo com seus dons. O Discípulo Missionário agradece porque foi chamado a ser instrumento de seu reino de amor e vida, de justiça e paz. Enfim, nos fez colaboradores de sua obra e nos revelou seu planos.
- Agradece também pelo dom da palavra com que podemos comunicar, pela Eucaristia, pão de vida eterna, pelo Sacramento do perdão e pela Virgem Maria, precioso presente, pois Ela é a mãe de Deus, estrela da Evangelização, primeira discípula e missionária.
- Outro motivo para agradecermos é por estarmos unidos a Cristo também no momento da provação e dos sofrimentos, aceitando a vocação de servir a promoção humana e a libertação cristã, caminhando com este povo que sabe viver na fé, na solidariedade e na alegria, e que há séculos transmite a esperança de geração em geração, mesmo em meio às injustiças e adversidades.
14. A alegria de ser discípulo e missionário de Jesus Cristo. (Doc. 28-29)
O encontro com Jesus Cristo é motivo de alegria por termos sido enviados com o tesouro do Evangelho. A alegria se torna maior ainda quando podemos comunicar a nossa fé a todos os homens e mulheres feridos pelas adversidades. Conhecer Jesus é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber e tê-lo encontrado é o que aconteceu de melhor em nossa vida.
15. A missão da Igreja é evangelizar. (Doc. 30-32)
A nossa missão é anunciar a todos que Deus nos ama, que é Pai e não ameaça a ninguém, que Ele está perto com seu poder salvador e libertador, que Ele nos acompanha na tribulação, que alenta nossa esperança em meio às provas. O Missionário anuncia sempre as Boas Novas para a humanidade. A Igreja e nós também que somos Igreja, devemos cumprir nossa Missão seguindo os passos de Jesus (Mt 9,35-36), com os mesmos sentimentos de Jesus (Fl 2,8). O discípulo aprende do seu Mestre ( Lc 6,20 e Lc 9,58 e Lc 10,4ss). O Missionário enxerga no rosto de Jesus morto e ressuscitado, maltratado pelos nossos pecados e glorificado pelo Pai, o rosto humilhado de tantos homens e mulheres de nossos povos, de quem a Igreja se põe a serviço.
CAPÍTULO II
OS DISCÍPULOS MISSIONÁRIOS OLHAM A REALIDADE. (Ver)
16. A realidade que nos desafia como discípulos e missionários. (Doc. 33-97)
Estamos vivendo numa época de grandes mudanças que hoje têm um alcance global, e afetam o mundo inteiro, pois a ciência tem a capacidade de manipular a própria vida dos seres vivos e a tecnologia já criou uma rede de comunicação de alcance mundial.
As conseqüências são enormes, pois o que acontece no país mais distante favorece ou prejudica nós brasileiros mexendo com a cultura, a economia, a política, as ciências, a educação, o esporte, as artes e a religião da gente. Isso se chama de “globalização”. Assim na nossa cabeça e no nosso coração não entra mais só a mensagem do evangelho de Jesus, mas entram com mais facilidade as notícias de última hora, os exemplos de novos ídolos, de falsos mestres que chegam a enfraquecer até as religiões, as Igrejas e a vida familiar, ensinando até que cada um pode escolher sua orientação sexual, sem levar em consideração as diferenças dadas pela natureza humana.
Por isso os cristãos devem saber enxergar o rosto daqueles que sofrem mais nesta realidade tão complexa. Por exemplo: as comunidades indígenas e afro-americanas, as muitas mulheres desprezadas e excluídas em razão de seu sexo, raça ou situação sócio-econômica, os jovens sem oportunidades, os desempregados, os sem terra, os migrantes, as crianças submetidas à prostituição infantil, as crianças vítimas de aborto, os dependentes de drogas e doentes de AIDS, os anciões, os presos, enfim toda aquela multidão que cresce neste mundo globalizado que são os excluídos, os “supérfluos e os “descartáveis”. (Doc. 65)
17. A situação da nossa Igreja nesta hora histórica de desafios.
· As Luzes. (Doc. 98 – 99)
A nossa Igreja, ao longo de sua história, sempre se destacou pelo anúncio e pelo serviço de caridade principalmente aos mais pobres, promovendo a dignidade e se empenhando pela promoção humana nos campos de saúde, da economia solidária, da educação, do trabalho, do acesso à terra, da cultura e da assistência. Mesmo sofrendo perseguições e inclusive a morte de alguns de seus membros, a Igreja tem ajudado a promover a justiça, os direitos humanos e a reconciliação dos povos.
Os esforços pastorais continuam dando frutos. Vejam:
- Animação Bíblica e o Magistério da Igreja com a renovação da Catequese têm produzido fecundos resultados em todo o Continente.
- A Renovação Litúrgica, valorizando a Eucaristia e também as manifestações da religiosidade popular e a devoção mariana, acentuando a dimensão celebrativa e festiva da fé cristã centrada no mistério pascal de Cristo.
- Os Sacerdotes, os Diáconos permanentes, os leigos assumindo ministérios e animando as Comunidades Eclesiais de Base e os Movimentos Eclesiais, os Seminaristas e as religiosas pelo seu testemunho, ganharam grande estima e afeto por parte do povo, sobretudo quando vê neles o testemunho de vida, o trabalho missionário e sua santidade.
- Os esforços de renovação pastoral das Paróquias, pra que se tornem cada vez mais missionárias, os diversos métodos de evangelização, a valorização das CEBs e dos Movimentos Eclesiais com sua riqueza carismática, educativa e evangelizadora, da pastoral Familiar e da Juventude.
- A Doutrina Social da Igreja, acompanhada pelo testemunho e ação solidária dos leigos e leigas, com tantas iniciativas no âmbito social, cultural econômico e político, ligadas às Pastorais Sociais com seus voluntários.
- A presença e a atuação nos Meios de Comunicação, Jornais, Rádio TV, Web... enche de esperança.
· As Sombras. (Doc. 100)
- A Igreja não acompanha o crescimento populacional, a percentual dos católicos diminui como o do clero e das religiosas.
- A vida cristã parece estar enfraquecida: algumas categorias não valorizam mais a Eucaristia, outros tentam voltar atrás da caminhada da Igreja que se renovou com o Concílio Vaticano II, deixando aquela fidelidade à doutrina, à moral, à opção preferencial pelos pobres.
- Os leigos precisando mais de acompanhamento em sua formação, ainda precisando de mais ardor missionário, de uma comunicação com linguagem que favoreça mais a transmissão da Fé.
- O número dos sacerdotes é insuficiente e em alguns falta o espírito missionário.
- Numerosas pessoas abandonam a prática religiosa e outras entram em outros grupos religiosos. Muitas vezes o diálogo ecumênico não é fácil pois atacam a Igreja católica com insistência.
CAPÍTULO 3 (Julgar)
OS DISCÍPULOS MISSIONÁRIOS SE ALEGRAM E LOUVAM POR ANUNCIAR O EVANGELHO NESTA REALIDADE COMPLEXA.
18. O Discípulo Missionário enxerga a realidade complexa e às vezes hostil, com os olhos de Deus. Assim se dispõe a valorizar tudo de bom que existe nas pessoas e nas atividades humanas. Longe de se estressar, aceita o convite para louvar. (Pode-se aproveitar deste capítulo para torná-lo um ótimo conteúdo de oração pessoal e comunitária).
- Louvar pela pessoa humana, criada a imagem e semelhança de Deus e por tantos que dedicam suas vidas lutando pela dignidade da pessoa humana. (Doc. 104)
- Louvar pelo dom maravilhoso da vida e por aqueles que se colocam a serviço dos demais. Louvar pelo espírito alegre dos nossos povos que cultivam a esperança em meio a problemas e lutas. (Doc. 106-113)
- Louvar pela boa nova da família, amada por Deus, protegida por Jesus centro das atenções das Comunidades. (Doc. 114-119)
- Louvar pelo trabalho e por todos que lutam contra o desemprego e as injustiças. Louvar pelo dia de domingo quando todas as famílias se reúnem para Celebrar. (Doc. 120-122)
- Louvar por aqueles que cultivam as ciências e a tecnologia e contribuem para garantir e aumentar a qualidade de vida. (Doc. 123-124)
- Louvar pela nossa irmã e mãe terra e por todos os que cuidam dela com carinho promovendo uma ecologia que respeite a vontade de Deus, os direitos das pessoas, das famílias, dos ambientes e das cidades. (Doc. 125)
- Louvar enfim por todos os povos latino-americanos e caribenhos, a maioria dos quais são batizados, suas crianças, jovens e famílias, povo de Deus peregrino nestas terras há mais de quinhentos anos. Louvar pela Igreja, pela sua opção pelos pobres, pelas paróquias, Comunidades que caminham neste Continente da esperança. (Doc. 127-128)
CAPÍTULO 4
OS DISCÍPULOS MISSIONÁRIOS SÃO CHAMADOS À SANTIDADE.
19. Deus vivo. Doc. 129-135)
Somos chamados a testemunhar o Deus vivo. Esta é a grande Revelação do Antigo e do Novo Testamento.” Não é um Deus de mortos, mas de vivos”. (Mc 12,27). E Jesus nos revela que o Deus vivo é Santo e nos ama, nos chama por meio dele a sermos santos (Ef 1,4-5).
O chamado de Jesus implica uma grande novidade: Ele nos chama não para termos uma função, mas antes de tudo para estarmos com Ele, fonte de vida (Jo 15,1-5), para pertencer a Ele, para fazer parte dos seus e participar de sua missão, não como servos, mas sim como amigos e como irmãos.
“Unidos a Jesus, nos sentimos seus familiares e com Ele somos de direito e de fato verdadeiros” filhos de Deus ‘. (Jo 1,12-13).
Daí vem a resposta ao chamado de Jesus, que é seguir a prática deste Mestre extraordinário, fazer-se próximos com quem sofre, acolhendo pecadores, crianças, doentes e perdoando como Ele mesmo fazia e ensinava.
20. Parecidos com o Mestre. (136-142)
O discípulo fica fascinado e admira a pessoa de Jesus. Isso leva a uma adesão, a uma entrega total, a responder aquele “sim” que compromete radicalmente.
O Espírito Santo nos torna semelhantes a Jesus e nos identifica com Jesus, Caminho, Verdade e Vida. Recebemos assim o seu e Novo Mandamento:” Amem-se uns aos outros come eu os amei”. (Jo 15,12). Assim todos nos reconhecerão que somos discípulos dele.
Neste seguimento de Cristo aprendemos a viver as Bem-aventuranças, a obediência ao Pai, a sua compaixão pela situação dos seres humanos, sua aproximação aos pobres, sua fidelidade ao Pai, sua doação até a morte.
Entre nós há inumeráveis cristãos que buscam a Santidade, a semelhança do Senhor, pela leitura orante da Bíblia, pelos Sacramentos da Eucaristia e da Reconciliação e na vivência na Comunidade, onde se aprende a partilha e a solidariedade.
21. Enviados a anunciar o Evangelho. (Doc 143 – 148).
Eis a Missão que Jesus nos dá: anunciar o Evangelho do Reino a todas as nações (Mt 28,19).
Eis o segredo do sucesso da Missão: Ter a consciência de pertencer a Cristo. Pelo fato de recebermos gratuitamente, cresce também o ímpeto de comunicar a todos o dom desse encontro. A Missão é compartilhar a experiência de um encontro acontecido com Cristo, testemunhá-lo e anunciá-lo de pessoa a pessoa, de comunidade a comunidade e da Igreja a todos os confins do mundo. (Doc 145)
Enfim, Jesus chama seus discípulos a serem missionários e este é o caminho para a santidade. (Doc 148).
22. Animados pelo Espírito Santo. (Doc. 149-153).
- O Espírito Santo conduzia Jesus nos caminhos da Missão, na preparação, na oração e jejum, no deserto e durante sua vida.
- Este mesmo Espírito foi derramado sobre a Igreja a partir de Pentecostes, para a Evangelização acontecer com a vitalidade missionária dos carismas e ministérios.
- O Espírito continua assistindo e guiando a Igreja, para as Palavras de Jesus não caírem no esquecimento e para formar discípulos missionários cada vez mais vivos, corajosos e entusiasmados, apaixonados pelo Pai e pelo Reino, para anunciar a Boa Nova aos pobres, curar os enfermos, consolar os tristes, libertar os cativos e anunciar a todos o ano da graça do Senhor (Lc 4,18-19)
CAPÍTULO 5
A COMUNHÃO DOS DISCÍPULOS MISSIONÁRIOS NA IGREJA
23. Chamados a viver em comunhão. (Doc. 154-163)
- Os Doze foram escolhidos para viver em comunhão com Jesus (Mc 3,1-4), assim poder preparar e avaliar sua missão. Hoje também o encontro pessoal dos discípulos com Jesus é indispensável. (Doc. 154)
- Os discípulos são chamados a viver em comunhão com a santíssima trindade, “na comunhão no Espírito Santo” (1 Cor 13,13). (Doc 155)
- Os discípulos recebem uma família que é a família de Deus, isto é, a Igreja Católica. Consideramos uma tentação a de querer ser cristãos sem Igreja, pois nela podemos viver uma experiência permanente de discipulado com os sucessores dos Apóstolos e com o Papa. (Doc 156-157)
- A Igreja é “casa e escola de comunhão”, onde os discípulos escutam a Palavra, se alimentam do Corpo de Jesus, compartilham a mesma fé e se dedicam ao serviço missionário. (Doc. 158)
- A Igreja cresce não por proselitismo, isto é, com promessas ilusórias e ameaças, mas cresce por “atração”, isto é, com a força do amor. (Doc 159-161)
- A diversidade dos carismas, ministérios e serviços são considerados dons do Espírito Santo para o crescimento da Igreja. Precisa então acolhe-los com respeito e amor para assegurar maior vitalidade missionária. Assim no Povo de Deus “a comunhão e a missão estão profundamente unidas entre si”. (Doc 162-163)
24. Lugares eclesiais para a comunhão. (Doc 164-183)
- O Documento valoriza determinados lugares para ninguém viver isolado de forma individualista, mas sim encontrar apoio para crescer na comunhão fraterna, no discipulado e na missão.
- Comunhão na Diocese (Doc 164-169)
-Comunhão na Paróquia (Doc 170-177)
-Comunhão nas CEBs e Pequenas Comunidades (Doc 178-183)
25. Discípulos missionários com vocações específicas. (184-224)
- O Documento nos parágrafos incentiva todos os batizados a viver sua Missão: Bispos, Presbíteros, Párocos, Diáconos, Consagrados e Consagradas, Fiéis leigos e leigas.
26. A preocupação com os que deixaram a Igreja católica. (Doc. 226)
- Para ajudar os católicos em crise que procuram respostas a suas inquietações, o Documento sugere reforçar quatro eixos:
a) Favorecer a experiência religiosa mais intensamente.
b) Reforçar a vivência comunitária, onde há acolhida e co-responsabilidade.
c) Investir mais na formação bíblico-doutrinal para o crescimento espiritual, pessoal e comunitário, mas que não seja um conhecimento teórico e frio.
d) Reforçar o compromisso missionário de toda a comunidade.
27. Diálogo ecumênico para que o mundo creia. ( Doc. 227-239)
- O discípulo missionário sabe que a falta de unidade atrapalha e atrasa o cumprimento do desejo de Cristo: “Que todos sejam um, como tu, Pai, estás em mim e eu em ti. E para que também eles estejam em nós, a fim de que o mundo acredite que tu me enviaste” (Jo 17,21).
Ecumenismo é um movimento que procura favorecer o diálogo, o conhecimento, o respeito e a cooperação entre pessoas que acreditam na “Unidade e Trindade de Deus, na paixão, morte e ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo”.
CAPÍTULO 6
O CAMINHO DE FORMAÇÃO DOS DISCÍPULOS MISSIONÁRIOS.
28. Uma Espiritualidade Trinitária.
O início da nossa caminhada cristã é ter a experiência de Deus uno e trino. É Deus que nos ama, pois é Pai que nos enviou por amor seu próprio Filho, que nos enviou o Espírito Santo que abre nossos olhos e nos dá as motivações necessárias para reconhecermos a presença de Jesus e segui-lo. (Doc 240-242)
29. Lugares do encontro com Cristo.
- Na fé recebida e vivida na Igreja Católica, onde temos tudo o que é bom, tudo o que é motivo de segurança e de consolo. (Doc. 246)
- Na Sagrada Escritura, lida na Igreja, não só de forma intelectual, mas com coração “faminto de ouvir a Palavra do Senhor” (Am 8,11) (Doc. 247-249)
- Na Sagrada Liturgia onde se vive as três dimensões da vocação cristã: crer, celebrar e viver o mistério de Jesus Cristo. (Doc 250-253)
- No Sacramento da Reconciliação, onde o pecador experimenta o encontro com Jesus que nos faz sentir que o amor é mais forte do que o pecado. (254)
- Na oração pessoal e comunitária, na Comunidade e de modo especial nos pobres, aflitos e enfermos. (255-257)
- Na piedade popular, fruto de uma síntese entre as culturas vibrantes da América latina e a fé cristã. (258-265)
- No testemunho de Maria, discípula e missionária, estrela da evangelização. (266-272)
- No testemunho dos Apóstolos e dos Santos. (273-275)
30. O processo de formação dos discípulos missionários.
- Hoje para sermos discípulos missionários nesta nossa realidade, se faz urgente uma clara e decidida opção pela formação dos membros de nossas comunidades. Isso exige paciência, criatividade e perseverança para conseguir discípulos apaixonados por Cristo, o nosso mestre que nos conduz e nos acompanha. (276-277)
31. Cinco passos para a formação dos discípulos missionários. (Doc 278)
a) O Encontro com Jesus Cristo. É o passo para começar a iniciação cristã, caracterizada pelo querigma, isto é, o anúncio que sacode e desperta para os passos sucessivos.
b) A Conversão. Quem escutou o Senhor fica admirado, crê pela ação do Espírito Santo, decide ser seu amigo, muda sua forma de pensar e de viver, aceita até a cruz de Cristo, quer morrer ao pecado.
c) O Discipulado. A pessoa convertida não pára, mas quer amadurecer e seguir com amor o seguimento de Jesus Mestre. Procura então a Catequese permanente e a vida sacramental.
d) A Comunhão. Fora da Comunidade não pode haver vida cristã. Comunidade significa ambiente onde se procura o caminho de Jesus: pode ser a família, a Paróquia, a Congregação religiosa, as CEBs, um Movimento.
e) A Missão. Quem conhece e ama o seu Senhor experimenta a maior necessidade de compartilhar com os outros a sua alegria de testemunhar e anunciar Jesus morto e ressuscitado e colaborar para construir o Reino de Deus.
31. Mas que tipo de formação?
- Uma formação integral, querigmática e permanente. (279-280)
Integral porque compreende várias dimensões, por ex. Humana e Comunitária, Espiritual, Intelectual, Pastoral e Missionária.
Querigmática porque na base está o anúncio cheio do Espírito Santo e da força da Palavra que contagia e dá gosto.
Permanente porque não pode parar e acompanha o desenvolvimento das pessoas, seja pela idade, seja pelos conhecimentos.
32. Mas qual será o itinerário desta formação? (Doc 281-285)
- Itinerário significa caminho e o caminho da formação é longo e não pode ser igual para todos. Por isso haverá vários itinerários elaborados por equipes competentes, coordenados pela diocese.
- Cada setor do Povo de Deus pede que a pessoa seja acompanhada e formada conforme o ministério que deve exercitar. Por isso todos devem cooperar, desde o bispo até os leigos capacitados.
- Os leigos deverão ser acompanhados também para a sua atuação no mundo, na perspectiva do diálogo e da transformação social, sobretudo “no vasto campo da política, da realidade social e da economia, como também da cultura, das ciências e das artes, dos meios de comunicação social...”
- A formação é enfim necessária e urgente numa espiritualidade da ação missionária, dócil ao impulso do Espírito que o leva a expressá-lo até nos ambientes de trabalho e em todas as áreas da existência.
33. A iniciação à vida cristã. (286-294) È um caminho de formação básica para as pessoas com identidade cristã fraca e vulnerável. A iniciação cristã inclui:
- O Querigma, que é a maneira prática de colocar alguém em contato com Jesus Cristo.
- Os três Sacramentos da iniciação que devem ser conhecidos, recebidos e vivenciados, isto, é: o Batismo, a Confirmação e a Eucaristia.
- Assim quem aceita de ser discípulo, coloca como centro a pessoa de Jesus, cultiva o espírito de oração, é amante da Palavra, pratica a Confissão freqüente e participa da Eucaristia, se insere na Comunidade eclesial e social, é solidário no amor e fervoroso missionário.
34. A Catequese permanente. (295-300) A Catequese não deve ser só ocasional, mas sim “itinerário catequético permanente”, desde a infância até à terceira idade, com o alicerce da leitura e meditação da Palavra de Deus. Não se deve, porém limitar a uma formação meramente doutrinal, mas é uma verdadeira escola de formação integral: cultiva a amizade com Cristo na oração, valoriza a celebração litúrgica, a experiência comunitária, o compromisso apostólico no serviço aos demais.
35. Lugares de formação: (301)
- A família, primeira escola da fé (302)
- A Paróquia, as pequenas Comunidades e os Movimentos (304-313)
- Seminários, Casas de Formação, Colégios (314-346)
CAPÍTULO 7 (AGIR)
A MISSÃO DOS DISCÍPULOS A SERVIÇO DA VIDA PLENA.
36. Viver e comunicar a vida. (348-352)
É a grande novidade que a Igreja anuncia ao mundo: Jesus Cristo é a vida para nos fazer “participantes da natureza divina” (2Pd 1,4). Quer que sejamos filhos amados e acreditando nele tenhamos a vida para sempre, que é a vida eterna. Vida plena é felicidade e Cristo é a fonte da vida. Assim o discípulo nasce pelo Batismo, renasce pelo Sacramento da Reconciliação, fortalece sua vida na Crisma e alimenta a vida na Eucaristia.
Só por causa de um uso errado da nossa liberdade podemos recusar esta vida nova, optando por um caminho de morte.
37. Jesus a serviço da vida. (353-357)
- Vejam no Evangelho como Jesus trabalha em favor da vida: com o cego de Jericó, diante da Samaritana, na cura dos Enfermos, alimentando o povo faminto, libertando os endemoninhados. Come e bebe com os pecadores, toca os leprosos, acolhe a prostituta, recebe de noite Nicodemos, convida a optar pelos pobres.
- Hoje para nós também, a vida em Cristo nos dá alegria de viver, pois ele nos cura, fortalece e humaniza. Ele é o vivente que caminha ao nosso lado, que nos explica o sentido dos acontecimentos, da dor, da morte, da alegria, da festa.
- A vida em Cristo inclui a alegria de comer juntos, o entusiasmo para progredir, o gosto de trabalhar, e de aprender, a alegria de servir, o contato com a natureza, o entusiasmo dos projetos comunitários, o prazer de uma sexualidade vivida segundo o evangelho e tantas outras coisas de que o Pai nos presenteia.
37. A Igreja de Jesus a serviço da vida. (358-361)
No nosso Continente, as condições de vida de muitos excluídos e ignorados em sua miséria e dor, contradizem a esse projeto do Pai. A nossa Igreja deve se acordar em massa para este compromisso a favor da cultura da vida, necessita de forte comoção que a impeça de se instalar na comodidade, no estancamento, na indiferença, à margem do sofrimento dos pobres.
- Novo Pentecostes urgente. (362-364) Esperamos em novo Pentecostes que nos livre do cansaço, da desilusão, da acomodação ao ambiente; esperamos uma vinda do Espírito que renove nossa alegria e nossa esperança. Por isso é imperioso assegurar calorosos espaços de oração comunitária que alimentem o fogo de um ardor incontido e tornem possível um atraente testemunho de unidade ”para que o mundo creia”. (Jo 17,21)
38. Diocese e paróquias em alerta. (365-379
- Conversão pastoral. Esta firme decisão missionária vai dar uma sacudida às estruturas da nossa diocese, das paróquias, das pastorais, dos movimentos e de todas as congregações religiosas existentes na nossa Igreja, pois deverá se passar de uma pastoral de conservação a uma pastoral decididamente missionária.
- Planos pastorais. A partir da diocese, as Assembléias, os Conselhos e os diferentes Encontros deverão responder às exigências do mundo de hoje que permitam que o anúncio de Cristo chegue às pessoas, fazendo com que a Igreja se manifeste como mãe que vai ao encontro, uma casa acolhedora, uma escola permanente de comunhão missionária.
- Comunhão e participação. No centro do trabalho pastoral dos discípulos missionários há Jesus Cristo, Mestre e Pastor. Ao redor dele nasce a atitude de abertura, diálogo e disponibilidade para sermos todos co-responsáveis, para participar efetivamente da Comunidade Cristã
- Paróquias mais humanas e pequenas Comunidades. As nossas paróquias são imensas e por isso é aconselhável a setorização em unidades menores. Também é recomendável a criação de pequenas comunidades de famílias e a difusão do voluntariado missionário.
- Missão “ad gentes”. As nossas dioceses recebem o apelo de se abrirem cada vez mais a todos os cinco Continentes do mundo, pois o Missionário recebe o chamado também a sair de sua pátria para anunciar o Evangelho em outras terras , no meio de outros povos e culturas.
CAPÍTULO 8
REINO DE DEUS E PROMOÇÃO HUMANA
39. O Reino de Deus, justiça social e caridade cristã.
O Senhor continua nos chamando como discípulos missionários e nos desafia a orientar toda a nossa vida a partir da realidade transformadora do Reino de Deus. Jesus através de nós, guiados pelo seu Espírito, quer demonstrar toda sua força transformadora em nossa Igreja e em nossas sociedades. (Doc 382)
Sinais da presença de Deus acontecem quando há a vivência pessoal e comunitária das bem-aventuranças, quando os pobres são evangelizados, quando se cumpre a vontade do Pai, quando há martírio pela fé, o acesso de todos aos bens da criação, o perdão mútuo, a aceitação da pluralidade e a luta para não sucumbir à tentação. (Doc. 383)
Precisamos usar de amor e misericórdia para socorrer as necessidades urgentes e ao mesmo tempo precisamos colaborar com outras instituições para organizar estruturas mais justas nos âmbitos nacionais e internacionais. Assim as obras de misericórdia serão acompanhadas pela busca de verdadeira justiça social. (Doc. 384)
A Igreja colabora para a realização de uma libertação integral e ajuda com a pregação, catequese, denúncia e o testemunho do amor e da justiça, para que se despertem na sociedade as forças espirituais necessárias e se desenvolvam os valores sociais. Os discípulos missionários têm a tarefa prioritária de dar testemunho do amor a Deus e ao próximo com obras concretas. (Doc 385-386)
40. A dignidade humana.
A cultura atual coloca em primeiro lugar três ídolos: os ídolos do poder, da riqueza e do prazer.
O evangelho coloca em primeiro lugar o valor supremo de cada homem e de cada mulher, isto é, o valor e a dignidade da pessoa humana é a norma máxima da organização social. (Doc. 387-390)
41. A opção preferencial pelos pobres e excluídos. (Doc. 391-398)
A opção preferencial pelos pobres marca a fisionomia da nossa Igreja, pois Deus se fez pobres por nós, para nos enriquecer com sua pobreza. Assim nós somos chamados a contemplar nos rostos sofredores, o rosto de Cristo que nos chama a servi-lo neles. Portanto a fé em Jesus nos leva a manifestar a nossa solidariedade com gestos visíveis, principalmente na defesa da vida e dos direitos dos mais excluídos.
Até o discípulo missionário pode se contagiado pelo consumismo individualista e por isso a opção pelos pobres poderá ficar em plano teórico ou simplesmente emotivo. É necessária uma atitude concreta como: dedicar tempo aos pobres e escutá-los com interesse, acompanhá-los nos momentos difíceis, escolhe-los para compartilhar horas ou anos de vida e procurando, a partir deles, a transformação de sua situação.
A opção pelos pobres deve conduzir-nos à amizade com os pobres: eles se tornam sujeitos e protagonistas da evangelização e da promoção humana em nossas paróquias.
42. Uma renovada pastoral social para a promoção humana integral. (Doc 399-430)
A opção pelos pobres envolve a promoção humana e a autêntica libertação, sem a qual não é possível uma ordem justa na sociedade. Os discípulos missionários querem assim estimular o Evangelho da vida e da solidariedade em nossos Planos Pastorais, à luz da Doutrina Social da Igreja e os leigos deverão ser ainda mais preparados e incentivados para intervirem nos assuntos sociais.
- Novos excluídos. A globalização faz emergir novos rostos de pobres: os migrantes, as vítimas da violência, os deslocados e refugiados, as vítimas do tráfico de pessoas e seqüestros, os desaparecidos, os enfermos de HIV, os tóxico-dependentes, idosos, meninos e meninas que são vítimas da prostituição, pornografia e violência do trabalho infantil, mulheres maltratadas, vítimas da exploração sexual, pessoas com capacidades diferentes, desempregados, moradores de rua, indígenas e afro-americanos, agricultores sem terra, detidos em prisões.
CAPÍTULO 9
FAMÍLIA, PESSOAS E VIDA
43. O Matrimônio e a família. ( Doc 431-437)
- A Família é um dos tesouros mais importantes e é patrimônio da humanidade inteira, mesmo que em nossos países, parte importante da população esteja afetada por difíceis condições de vida que ameaçam diretamente a instituição familiar. Como discípulos missionários de Jesus Cristo, somos chamados a trabalhar para que tal situação seja transformada e a família assuma seu ser e sua missão no âmbito da sociedade e da Igreja.
- A Pastoral Familiar intensa e vigorosa deve ser incentivada em todas as paróquias, pois ela tem a grande missão de proclamar o evangelho da família, promover a cultura da vida e trabalhar para que os direitos das famílias sejam reconhecidos e respeitados, inclusive pelos legisladores, governantes e profissionais da saúde, chamados a defender a vida do início até o fim.
44. Questões de especial relevância:
- Crianças (438-441)
- Adolescentes e Jovens (442-446)
- Os idosos (447-450)
- A dignidade e participação das mulheres (451-458)
- O homem e pai de família (459-463)
- Cultura da vida e bioética (464-469)
- O meio-ambiente (470-475).
CAPÍTULO 10
NOSSOS POVOS E A CULTURA
45. Mas o que é mesmo a Cultura? (Doc. 476-478)
A cultura, em sua compreensão mais extensa, representa o modo particular com que os homens e os povos cultivam sua relação com a natureza e com seus irmãos, consigo mesmos e com Deus, a fim de conseguir uma existência plenamente humana. Assim podemos dizer que a cultura é patrimônio comum dos povos.
E o que tem a ver a Evangelização com a Cultura? (479-480)
Na verdade cada povo tem sua cultura e a evangelização consegue transmitir a fé quando penetra profundamente na cultura daquele povo, para que seja luz e força para todos os seus anseios, para suas situações alegres ou sofridas e para as questões presentes naquelas populações. Isso se chama de inculturação da fé.
46. Questões de especial relevância.
- A Educação (481-483);
- Pastoral da Comunicação Social, incentivando o uso de Imprensa, Rádio, TV, Cinema digital, Sites de Internet (484-490)
-Centros de decisão, que são os novos areópagos: como universidades, turismo, entretenimento, esportes, centros comerciais, cinemas, clubes, onde a Igreja deve marcar presença pois são ambientes onde se faz cultura e se forma a opinião (491-500)
- Vida pública. Os leigos católicos são chamados a marcar presença no âmbito político, comunicativo e universitário, mesmo que um laicismo exacerbado como um relativismo ético pretenda rejeitar toda presença e contribuição da Igreja na vida pública, pressionando-a a se retirar para dentro dos templos e para seus serviços “religiosos”. (501-508)
- Pastoral urbana. As cidades estão criando novas mentalidades, novas culturas e, sobretudo no mundo urbano acontecem complexas transformações sócio-econômicas, políticas e religiosas. Na cidade convivem contradições, como: diferentes categorias sociais, desde as elites econômicas até a grande multidão dos pobres. Enfim na cidade convive a tradição ao lado da modernidade, a inclusão ao lado da exclusão, a linguagem secular ao lado da linguagem religiosa. Na cidade temos uma forte cultura pluralista.
Diante desta nova realidade é urgente a renovação das paróquias e sua setorização, novos ministérios, novas associações, grupos, comunidades e movimentos. Já era o tempo que a gente entrava em competição. Hoje não podemos se fechar na antiga rotina ou tomar atitudes de defesa, mas nem alimentando sentimentos de impotência diante das grandes dificuldades das cidades. O documento nos dá 26 sugestões para uma sadia pastoral urbana e vale a pena conferir. (509-519)
- A serviço da família latino americana. (520-528)
- A serviço da identidade dos indígenas e afro-americanos. (529-533)
- Caminhos de reconciliação e solidariedade entre todos os povos da América Latina e Caribe. “A igreja não tem como tarefa própria empreender uma batalha política, no entanto, também não pode nem deve ficar à margem da luta pela justiça”. (534-546)
Alerta final:
Este documento é tão revolucionário que se todos começássemos a trabalhar desde hoje com garra missionária e em comunhão fraterna, seguindo com fidelidade e entusiasmo suas propostas, precisaria talvez de mais uns cinqüenta anos para termos uma Igreja mais viva, atuante, corajosa e mais fiel ao Evangelho de Jesus.
Vale a pena tentar. Bom trabalho.
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