SANTAS MISSÕES POPULARES: UMA FLOR SEM DEFESA!

Motivos para agradecer.

 Há muita coisa boa que acontecendo nas SMP, uma Escola teórica e prática de espiritualidade missionária.

Como discípulos desta Escola, ficamos encantados por Jesus ser tão apaixonado pelo Pai, pelo Reino, pela sua compaixão diante da dor humana, pela sua proximidade aos pobres e aos pequenos, pela sua fidelidade à missão, pelo seu amor e  serviço até a doação de sua vida.

Durante as SMP, as Comunidades se fortaleceram, começaram Escolas e Cursos Bíblicos, as Celebrações se tornaram mais vivas e animadas, se reavivaram as visitas domiciliares e às instituições, recomeçaram os encontros de leitura bíblica nas casas que irão se chamar de Grupos de Animação Missionária, e finalmente a luta pela vida e a cidadania de todos começou a acontecer aqui e acolá, trazendo boas notícias.

Cresceu também o gosto pela pertença à Igreja Católica, mantendo, ao mesmo tempo, relações de respeito e de estima com outras igrejas. O dinamismo missionário deve agora continuar bem vivo na vida de todos os missionários/as: realmente este jeito de realizar SMP está respondendo  aos anseios de muita gente, aos apelos do Evangelho e da Igreja hoje. 

Mas não faltam preocupações.

 Consideramos as SMP como uma flor sem defesa; coisa bonita, mas ainda frágil. O perigo da superficialidade, do ativismo, do imediatismo, da correria pode machucar esta flor. Por exemplo, com freqüência ouve-se a pergunta: o que fazer na pós-missão? Uns levantam a pergunta, com jeito de pessoas meio perdidas. Por que isso?

SMP querem ajudar as pessoas a dar um sentido verdadeiro à vida, através da espiritualidade do seguimento de Jesus, vivida em comunidades eclesiais. Elas apontam rumos para o tempo que virá depois, mas somos nós a ter que assumir o rumo. Para isso é preciso muita convicção e fidelidade.

Percebemos que ainda há bastante separação entre mística e ação, entre pastoral e missão. Seria tão bom se houvesse mais pessoas acompanhando todo o processo das SMP com fidelidade e paixão missionária. Sentimos falta de um maior número de presbíteros capazes de cultivar a espiritualidade missionária e de favorecer uma metodologia participativa nas várias etapas das SMP. As SMP precisam de gratuidade, fidelidade, docilidade interior, humildade e teimosia, atenção e cuidado, pois são uma flor sem defesa.

Sugestões:

1.       Captar o espírito, o conteúdo e a metodologia das SMP. Elas são, antes de tudo, uma profunda experiência da Trindade Santa vivida no coração das massas, são um estilo de vida, uma maneira de fazer pastoral, de evangelizar, de se relacionar.

2.       Contemplar a Missão de Jesus. As SMP são somente instrumento e valem na medida que ajudam a viver a Missão de Jesus hoje. Elas buscam inspiração na missão de Jesus de Nazaré e procuram atualizá-la.

3.       Cultivar uma forte espiritualidade missionária, baseada no seguimento de Jesus Cristo, Senhor e Mestre. Para isso o estudo do Evangelho do ano litúrgico é fundamental.

4.       Fazer de nossas paróquias e dioceses uma grande rede de pequenas comunidades eclesiais, que sejam ministeriais, missionárias, solidárias e proféticas.

5.       Escolher as SMP como o eixo, o fio condutor de toda pastoral durante a sua fase de execução, a fim de produzir bons frutos para o tempo que virá depois.

6.       Favorecer na paróquia o crescimento espiritual e a capacitação dos missionários/ as. É um novo ministério irrompendo na vida da Igreja. Novo pela novidade hoje, mas tão antigo quanto o surgimento das primeiras comunidades cristãs.

7.       Motivar os missionários/ as a cuidarem da própria formação permanente, sem depender continuamente de estímulos de fora.

8.       Cultivar a oração pessoal, silenciosa, em atitude de adoração. Que as Capelas da CEBs sejam sempre bem cuidadas, acolhedoras e que estejam abertas nos horários acessíveis à comunidade para a adoração da Eucaristia.

9.       Cultivar o estudo do Evangelho do ano litúrgico, com leitura pessoal e Escolas Bíblicas paroquiais, conforme a metodologia aprendida nos retiros dos missionários.

10.   Implementar a dimensão missionária  através da Comidi, Comipa e infância missionária, para cultivar o sonho de uma Igreja cada vez mais fiel à Missão de Jesus.